Bolsonaro reafirma disposição de transferir embaixada para Jerusalém

Bolsonaro hoje, em entrevista coletiva em Israel:

— Tem o compromisso, mas meu mandato vai até 2022, ok? Está explicado? E a gente tem que fazer as coisas com calma, sem problema, mantendo contato com o público de outras nações, e o que eu quero é que seja respeitada a autonomia de Israel. Se eu fosse presidente hoje e fosse abrir negociações com Israel, botaria a nossa embaixada aonde? Seria em Jerusalém. Agora, a gente não quer ofender ninguém. Agora, eu quero que respeitem a nossa autonomia — ressaltou Bolsonaro.

Questionado então se a transferência da embaixada ocorrerá até 2022, o presidente respondeu:

— Tá tudo tranquilo, podem ter certeza. O casamento está marcado.

Autoridades palestinas já reagiram.

Trecho de notícia publicada há pouco, no DW, site de notícias do governo alemão:

A Autoridade Palestina convocou seu embaixador no Brasil para consultas após a decisão do governo brasileiro de abrir uma representação comercial em Jerusalém. O Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Palestina afirmou neste domingo (31/03) que adotou a medida “a fim de tomar as decisões apropriadas para enfrentar tal situação”, que condenou “nos termos mais fortes”.

O ministério considerou a decisão uma “flagrante violação da legitimidade internacional e suas resoluções; uma agressão direta ao nosso povo e a seus direitos e uma resposta afirmativa para a pressão israelense-americana que visa reforçar a ocupação e a construção de assentamentos na área ocupada em Jerusalém”.

Os países árabes e muçulmanos estão entre os principais parceiros comerciais do Brasil, importando grandes quantidades de carne de frango, sobretudo. Eles já avisaram que haverá retaliação.

Bolsonaro já abriu mercado brasileiro de trigo para produtores norte-americanos, alimentou intrigas com a China, maior compradora da soja brasileira, e agora põe em risco as nossas vendas de carne de frango.

Isso sem falar das operações policiais desastradas que ajudaram a fechar vários mercados da carne vermelha do Brasil.

Apenas os Estados Unidos compra essa briga em favor do Israel, porque o país já tem tantos problemas com o oriente médio, que não tem mais o que perder em termos de mercado. O Brasil, ao contrário, era muito bem visto na região, justamente por uma posição equilibrada e imparcial diante de seus conflitos históricos.

Redação:
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