Quase todos países sul-americanos caíram em governos neoliberais, com uma onda propagandista e ideológica, principalmente bancada por grandes conglomerados que compraram os mais importantes espaços nas mídias tradicionais do continente. O resultado chegou com modelos de destruição do valor real do trabalho, privatizações subvalorizadas e a desconstrução do projeto de uma nação desenvolvida.
A Argentina não foi diferente , principalmente quando hoje o o dólar chegou ao patamar de 42 pesos, onde era 9,5 quando Mauricio Macri ascendeu em 2015. Neste mesmo dia uma pesquisa fita pela “Aragon y associados” apontou que 65% dos argentinos querem uma mudança de governo para eleição de 2019. É lógico que traduz , a destruição das escolas públicas, os tarifaços sobrevalorizando preços básicos e uma dolarização crescente solapando o poder de compra dos salários da nação que já foi o melhor Índice de Desenvolvimento Humano pela ONU, nos anos Kirchner.
Mas diante de tantas derrotas os ‘hermanos’ tem algo ensinar, manter a luta que vale a vida. É perceptível este paradigma quando professores argentinos chegam a declarar guerra ao presidente Mauricio Macri. Dezenas de milhares de professores de todo o país marcharam em Buenos Aires para exigir a abertura de uma discussão salarial em nível nacional e romper “o teto” de aumento de 18% proposto pelo governo aos sindicatos para uma inflação oficial de 48% em 2018.
Os professores e sua marcha fazem lembrar aos sul-americanos quão poderosos eles podem ser quando decidem se unir após uma causa comum. A cada passo deles representa mostrar a força para não perder mais e plantar politicamente um vitória nas eleição presidencial de 27 de outubro.
Os professores marcharam com aventais brancos, um símbolo da educação pública na Argentina, mas desta vez também se juntaram aos sindicatos de trabalhadores das escolas particulares. Todos concordaram com o repúdio da decisão oficial de não convocar paridade nacional, um requisito obrigatório por lei que desde 2006 que fixa o piso do aumento salarial a partir do qual as províncias negociam. Eles também rejeitaram a oferta de aumento de 18% oferecida pela província de Buenos Aires, onde quase metade das matrículas no país está concentrada e dá o tom para o resto do país. A proposta oficial reflete a inflação que o governo espera para este ano, mas os professores esperam que a alta recupere parte do salário perdido em 2016, quando os preços subiram para 40%.
“Chegamos para dizer ao presidente Mauricio Macri que não queremos voltar para as etapas mais críticas do nosso país, quando os professores estavam sob a linha de pobreza, para onde está nos levando este governo”
Concluiu Sonia Alesso da central Ctera, que foi acompanhada na marcha por outros líderes sindicais : Roberto Roberto Baradel (Suteba, Buenos Aires), Eduardo Lopez (UTE, porteños), os secretários-gerais da base sindicatos CTERA de outras províncias, Maria Lazzaro, (Sadop), Carlos De Feo (Conadu), Luis Tiscornia (Conadu ), Daniel Ricci (Fedum), Mirta Petrocini (Mobilizados professores argentinos).
Em cada passo, em cada grito de ordem, em cada discurso eles colocaram os quatro principais eleita pela discussão nacional baseada na luta pela paridade: são orçamento maior para o ensino superior, escolas seguras, bolsas para estudantes, aumento de cantinas escolares e copos de leite.
A guerra declarada pelos argentinos ,especificamente dos professores, parecem deles, mas não são mais! Elas se reportam a cada trabalhador latino-americano preso num capitalismo de caráter selvagem que resulta apenas em acumulo de renda impedindo a circulação da moeda. Seriam incontáveis as horas necessárias, para um dia de trabalho em busca de equilibrar os ganhos com os rentistas. As faixas não deveriam estar apenas na “Plaza de Mayo”, mas nas principais capitais do continente.
A ideia de transgredir e romper este modelo contínuo asfixiante, vindo da economia rentista, nos levam a uma luta que não cabe mais medo neste momento da história. Aos que veem e percebem se mantendo estáticos a hora chegará igualmente cedo. Os passos e os gritos dos argentinos nos reportam um caminho que se torna mais urgente possível. Se na maioria dos país americanos, a Europa e os Estados Unidos colocaram um vice-rei para nos recolonizar , temos de usar um nome só esquecendo questões menores , chamando todos de “luta”.