Os argentinos soltaram um grito de sofrimento pelos anos Macri. Nem mesmo a histórica condição de país com melhor índice de desenvolvimento humano da América do Sul se sustentou ao se confrontar com o paradigma do governo e o extremo liberalismo do presidente.
A atual administração devolveu o país aos anos noventa, endividada e sem a soberania, hipotecada ao FMI. Os ‘tarifaços’ e a dolarização fizeram ascender a lucratividade das companhias que adquiriram as empresas estatais subvalorizadas . O dólar de 9 pesos ascendeu ao patamar dos 40, enquanto a inflação ao nível de 50%, em subida. Esta engenharia financeira serviu para solapar os salários sem defesa de correção equivalente, golpeando o poder de compra e empobrecendo ‘los hermanos’, que lutam para pagar o aluguel e manter os filhos na escola.
Maurício Macri sorri ao capital financeiro, enquanto envolvido em corrupção com seu primo Calcaterra acumula dólares no Panamá. Mais do que uma história triste, é uma” película” de terror, assassinando o maravilhoso cinema argentino.
Mas enfim, o barulho na praça! O protesto noturno avança pela décima sexta-feria. O protesto nos portões da Casa Rosada, sede do governo, trás um grito contido pelo sofrimento crescente de cada dia.
No que concerne sua condição , os argentinos não aguentam mais descer a ladeira, dentre os aspectos que podem servir como exemplos, os consecutivos aumento das tarifas e políticas de ajuste. É um jogo de perde-perde que não combina com a coragem platina.
Foi neste sentido que cantos ecoaram chegando à Plaza de Mayo. O barulho carregado por milhares de pessoas que não aceitam mais trabalhar para comer, e viver do modo que os financistas permitem.
O novo “ruidazo nacional” contra as políticas econômicas do governo de Cambiemos tomou a capital do país. O protesto foi repetido em diferentes bairros e outras cidades além de Buenos Aires, tomou a forma de uma resposta ao discurso do Presidente Mauricio Macri perante o Congresso durante a abertura das sessões ordinárias. Um discurso antinacionalista, que vende a pátria e hipoteca o futuro dos argentinos as decisões dos EUA e União Europeia, representando seu banqueiros.
O sangue latino e o peso do sofrimento não permitiu esperar pela convocatória das 20 horas, desde 18:30, organizações políticas, sociais e sindicais e setores mais vulneráveis começaram a se concentrar em frente à Casa Rosada com cartazes e bandeiras argentinas. O dia foi entendido como como um basta contundente das falsas conquistas do governo. Alardeadas por Macri na Assembléia Legislativa, soou como um falácia enorme pra quem se elegeu com a proposta de saber administrar. Quebrou o país e mata, a cada dia, mais argentinos de fome, de desespero, o que não combinam com sua história de lutas.
“As bandeiras de lutas eram muitas diante da destruição do Estado, da cadeia social. Médicos reclamavam da condição da saúde, professores contra os planos recorrentes de demissões . Ouvir Macri discursar é lidar com uma imensa força provocativa ao trabalhador e a massa de desempregados. Seu mundo não existe para o argentino comum, a livre circulação de moedas permitiu os grandes grupos depois de privatizarem o país á preços aviltados, alcançar grandes lucros e por fim, escoar o capital que serviria ao desenvolvimento.
Em verdade, a imensa fortuna de Macri e dos financistas precisa ser repatriada para beneficiar os argentinos, e além disso ele precisa sair na eleição de 2019. Deste modo que vençam os argentinos, para reconstruir toda grandeza de sua valorosa nação.