Nesta quinta-feira, tivemos o prazer de bater um longo papo com Everton Gomes, veterano militante trabalhista, hoje vice-presidente da Fundação Leonel Brizola-Alberto Pasqualini, no Rio de Janeiro.
Temas discutidos, por ordem:
– Identitarismo e o trabalhismo.
– Análise da vitória de Bolsonaro.
– Distorções semânticas da esquerda, como a abordagem do tema da meritocracia.
– Autocrítica dos erros da esquerda no governo.
– As armadilhas retóricas e políticas da luta contra os excessos da Lava Jato.
– As relações turbulentas do trabalhismo com o PT.
– A questão Venezuela.
Antonio M.
08/03/2019 - 10h24
O que a esquerda vai fazer?
Tirar o trabalhador da informalidade e possibilitar possibilitar ao trabalhador acesso
a um trabalho de quinta categoria com penduricalhos?
Paulo
02/03/2019 - 11h17
Concordo com o entrevistado na questão da divisão provocada na esquerda pelo discurso identitário, em todas as suas vertentes, especialmente quando cotejada com o trabalhismo, que é muito mais agregador. Mas, da perspectiva de um centrista, como eu, acho que esse discurso esquerdista é ainda mais deletério: ele cria confrontos entre setores da sociedade brasileira que coloca em risco a própria existência da ideia de nação, tal como cunhada ao longo de séculos, em nosso país. Dou só um exemplo com a questão das cotas raciais em universidades: isso está produzindo, a partir de um conceito importado, mal pensado, fora da nossa realidade, um crescente conflito racial, na nossa sociedade. Corremos, assim, um risco de passar da discriminação (que sempre existiu e era, até então, pouco a pouco, contornada e superada, de forma a propiciar a civilização brasileira) para o ódio racial…