Para Rússia, Venezuela pode ser uma ‘versão econômica’ da Síria
09:10 22.02.2019(atualizado 10:28 22.02.2019)
Enquanto o Ocidente continua aumentando pressão sobre a Venezuela, há cada vez mais informações de que a Rússia planeja apoiar o governo venezuelano legítimo e contribuir para a regularização da situação no país. Após a operação militar bem-sucedida na Síria, a Rússia vai provar sua capacidade de prestar ajuda econômica a outro país.
A colunista Irina Alksnis revelou, em seu artigo especial para a Sputnik, o que está por trás da decisão da Rússia de prestar ajuda econômica à Venezuela e que dificuldades Moscou poderia enfrentar.
Recentemente, o presidente dos EUA Donald Trump avisou os militares venezuelanos de que podem “perder tudo” se não abandonarem Nicolás Maduro e aceitarem Juan Guaidó como presidente interino do país.
John Bolton, conselheiro de Trump para a segurança nacional, declarou, por sua vez, que o adido militar da Venezuela nas Nações Unidas, coronel Pedro Chirinos, reconhece Juan Guaidó como presidente interino do país.
Para Alksnis, os EUA não estão prontos para uma intervenção militar direta, apostando na pressão das sanções e provocações sob o pretexto de ajuda humanitária. Entretanto, segundo ela, as autoridades venezuelanas continuam resistindo a essa pressão e “parece que essa firmeza está ligada, em grande medida, a Moscou”.
Por exemplo, a chancelaria russa já avisou Washington contra uma intervenção militar na Venezuela e propôs a Caracas ajuda no que se refere à solução da crise política interna. Além disso, o Ministério das Finanças da Rússia informou que Moscou apresentou a Caracas um plano informal para o restabelecimento da economia nacional. Finalmente, segundo a agência Reuters, a maioria dos fornecimentos de combustível à Venezuela é proveniente da Rússia (as refinarias venezuelanas estão em estado bastante catastrófico).
A agência Bloobmerg, por sua vez, informou que o governo venezuelano ordenou que os dirigentes de cerca de 50 empresas venezuelanas abram contas bancárias na Rússia, Turquia, China e Índia e começou a fortalecer os contatos com fornecedores nesses países para evitar as sanções dos EUA.
Levando em conta todas essas notícias, Alksnis disse que a Venezuela se tornou uma espécie de “Síria econômica” para a Rússia.
Ela lembrou que, há três anos e meio, a Rússia lançou a operação militar na Síria, que pode ser considerada histórica. Com forças militares limitadas e ações discretas, a Rússia atingiu grandes sucessos.
“Moscou não apenas mudou o rumo da guerra e salvou o Estado sírio do colapso. Através dos seus esforços políticos e militares, a Rússia lançou também o processo de regularização política real no país e a transformação geopolítica na região”, explicou Alksnis.
Para a analista, Moscou mostrou a todo o mundo do que é capaz e com que os países que estão sob pressão política e militar do Ocidente podem contar se pedirem ajuda à Rússia. Essa ajuda representa uma cooperação mutuamente vantajosa e nenhuma intervenção nos assuntos interno do país.
Entretanto, segundo Alksnis, o sucesso da Rússia na Síria não se tornou algo extraordinário, porque todo o mundo entende que a Rússia “sabe como fazer a guerra” e “sabe como trabalhar no Oriente Médio”.
O caso venezuelano não é tão simples porque são os problemas econômicos os responsáveis pela atual crise no país. No entanto, segundo a colunista, apesar de todas as dificuldades, Moscou tem como objetivo salvar a economia venezuelana e contribuir para a regularização política no país, a despeito das intenções dos EUA de derrubarem as autoridades venezuelanas.
A jornalista sublinha que a Rússia nunca foi guru da política econômica, têm sido o Ocidente e o FMI a lidar com essas questões. Entretanto, desta vez a Rússia escolheu esse campo.
Embora ainda não seja evidente se essa tentativa será bem-sucedida e muitos falem que há pouca possibilidade de êxito, há três anos o mesmo foi dito sobre a operação militar russa na Síria, que não obstante foi coroada de numerosas vitórias e êxitos, concluiu a analista.
A tensão política na Venezuela aumentou desde que, em 23 de janeiro, Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e líder da oposição, se declarou presidente interino do país.
Os EUA e vários países da Europa e América Latina, inclusive o Brasil, reconheceram Guaidó como chefe de Estado interino do país, enquanto a Rússia, China, Cuba, Bolívia, Nicarágua, Turquia, México, Irã e muitos outros países manifestaram apoio a Maduro como presidente legítimo do país e exigiram que outros países respeitem o princípio de não interferência nos assuntos internos do país latino-americano.
Alex
23/02/2019 - 13h00
Pois é.. e nós brasileiros metidos neste imbróglio. Por causa de um maluco e três filhos que acabaram de ser eleitos.. o que nós temos a ver com o que está rolando na Venezuela. Pq não uma posição firme contra Maduro, exigindo eleições. Mas sem se intrometer na vida dos caras.. resposta a tudo: Mit & Filhos idolatram os EUA e tio Sam.. querem se alinhar ao maluco Trump.. só não entendem que os EUA têm grana pra gastar em várias Venezuelas. Adoram guerras pois sua indústria armamentista exige guerras pra se manter.. e aqui um monte de malucos bolsomitas babam.. não são capazes de entender o que é uma guerra em plena nossa fronteira!
Luiz
23/02/2019 - 00h09
O Brasil também tem “homens de Bem” passando fome. E não são poucos.
Paulo
22/02/2019 - 21h43
Se a Rússia pensa que tem dinheiro para torrar na Venezuela, vai quebrar a cara…e, muito embora eu não aprove essa provocação travestida de “ajuda humanitária”, nem, de qualquer modo, a postura agressiva do Brasil, contrariando toda a sua tradição pacifista e diplomática, ainda mais que, a pretexto de combater um Itamaraty “ideologizado” (o que vinha sendo, realmente, nos últimos anos, pela esquerda), cria-se outro de viés oposto, mas igualmente ideologizado…
Zé Maconha
22/02/2019 - 18h34
Se tiver guerra :
Vai Venezuela!!!
Matem o maior número de milícos bolsonaristas possíveis!
a.ali
22/02/2019 - 23h41
e os gringos, também. DIZIMEM!!!
INF0RM3
22/02/2019 - 18h25
Na véspera de outra guerra dos EUA por petróleo, Abby Martin desmascara os mitos mais repetidos sobre a Venezuela e descobre como as sanções dos EUA são crimes contra a humanidade com o investigador da ONU e relator de direitos humanos Alfred De Zayas.
Um oceano de mentiras na Venezuela: Abby Martin e relator da ONU expõem o golpe;
https://www.youtube.com/watch?v=ii5MlQgGXyk
Paulo
22/02/2019 - 21h36
A fome e a miséria também são mentiras?
marco
24/02/2019 - 10h28
Incrivel !
Você ignora as sanções , a queda induzida no preço do petróleo e o roubo de ativos do povo venezuelano pelo ímpério calhorda.
Não consegue estabelecer sequer um raciocínio de causa e consequência.
Coloca a culpa na vítima.
Leon
22/02/2019 - 16h35
Para falar a verdade quem ajudou a fomentar este conflito indiretamente foram as alas das forças armadas brasileiras que apoiaram o golpe e apoiaram a eleição fraudulenta do chefe de milicia. Os facistas imbecis da direita estão apoiando o conflito com inúmeros vídeos na internet. Retransmitindo e fazendo comentários ao vivo em canais do youtube. Hoje mesmo vi comentários do tipo a direita vai salvar a venezuela, Putin é um porco. Bolsonaro! Cabo Daciolo! Essa turma da direita brasileira estão com as mãos suja de sangue, apoiando ações de criminosos de guerra como John Bolton e Elliott Abrams;