Esses esquerdopatas…
Por Leonardo Giordano*
Bolsonaro recebeu R$ 200 mil da JBS e devolveu imediatamente para o partido, por sua conduta ética irretocável. Então o partido devolveu de volta R$ 200 mil como doação a sua campanha, no dia seguinte. Naturalmente trata-se de outro dinheiro e uma coisa não tem nada a ver com outra. Só esquerdopatas poderiam correlacionar as duas movimentações, a partir de suas maquinações retorcidas.
Onyx Lorenzoni admite ter recebido dinheiro de caixa dois. Arrependido, faz uma tatuagem com a bandeira do Rio Grande do Sul e pede desculpas. O ilibado político Sérgio Moro demonstra sua compaixão e reconhece publicamente o ato como suficiente. Incomodamente, após isto, surge um outro documento apresentado à PGR, com novas denúncias de caixa 2 de Onix. Como sabemos o perdão é ato generoso, e apenas esquerdopatas poderiam insistir em atacar sua honestidade, após tamanha demonstração de contrição.
Fabrício Queiroz, que tem praticamente toda família trabalhando em cargos de confiança para os Bolsonaro, movimentou mais de um milhão de reais sem ter explicação ou renda comprovada que justificasse. São revelados 48 depósitos seguidos para a conta pessoal de Flávio Bolsonaro. Explica-se que eram legais. Um depósito para a primeira dama. Explica-se que era legal. Embora morando em um casebre pela virtude da humildade explica-se que Queiroz é apenas um milionário excêntrico e um gênio da venda e compra de carros usados. Ele dança no hospital Hospital Albert Einstein, em São Paulo, apesar de seu preço salgado, e dá entrevistas aos canais patriotas que não lhe fazem perguntas incômodas, embora ainda esteja muito doente para ser interrogado por autoridades. Apenas esquerdopatas insistem na tese de há algo errado. Estão torcendo contra o Brasil, evidentemente.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, é acusado de promover candidaturas laranja para colocar as mãos em dinheiro público do fundo eleitoral. A consistência das denúncias que ajudaram o PSL nas eleições levam o governo a uma crise. Ele diz que sairá atirando e que sabe muita coisa. Ao final fazem um acordo: Bebiano é ruim demais para continuar no governo e sai, mas é bom o suficiente para continuar à frente do partido. O Presidente dá uma declaração icônica estancando a crise, com um deixa disso. Vida que segue. Somente esquerdopatas poderiam achar que foi feito um acordão para manter o sujeito quietinho e preservar os segredos indizíveis.
O governo começou em Janeiro e ainda é Fevereiro, estamos só começando. Esses esquerdopatas não tomam jeito, mesmo. Tudo culpa do Petê.
* Leonardo Giordano é vereador pelo PCdoB em Niterói (RJ).