Governo saudita e a Apple disponibilizam aplicativo que controla as mulheres do país

Ao disponibilizar um aplicativo que na prática restringe a liberdade da mulher saudita, uma tempestade de críticas está caindo sobre a gigante Apple.

A loja online desta rede oferece um programa que permite que homens na Arábia Saudita controlem os movimentos das mulheres. Um senador dos EUA, ligado a grupos de direitos humanos e usuários de redes sociais pediu que a empresa suprima este requerimento acusando de facilitar a discriminação de gênero.

O governo saudita lançou o aplicativo, chamado Absher (tradução aproximada seria “sim, senhor), em 2015, para que os homens pudessem controlar as mulheres sob sua custódia, seguir os seus movimentos através de seu cartão de números de identidade ou passaporte e conceder-lhes ou não permissão para viajar.

Os homens podem até receber mensagens que os alertam toda vez que uma mulher que está sob sua vigilância entre num aeroporto. O aplicativo pode ser baixado na loja de aplicativos da Apple.

As leis de custódia sauditas dão às mulheres um status semelhante ao de menores em muitas áreas de suas vidas. Todas as mulheres, independentemente da idade, têm um tutor do sexo masculino, geralmente seu pai ou marido, mas às vezes um irmão ou filho, que tem que dar permissão para obter seu passaporte, acessar certos exames médicos ou se casar.
O senador pelo Oregon no Senado dos EUA, o democrata Ron Wyden, declarou que tinha enviado uma carta a Apple pedindo que retire plataforma do aplicativo . Declarou Wyden:

“Eles facilitam o patriarcado. É uma notícia dura que a tentativa monarquia saudita para restringir ou suprimir as mulheres sauditas, mas a empresa americana não teria que fornecer governo saudita patriarcado. Na prática tornam mais fácil para os homens sauditas possam controlar seus familiares com seus smartphones e restringir seus movimentos”.

O senador solicitou que evitasse que a empresa “fosse usada pelo governo saudita para possibilitar a abominável vigilância e controle das mulheres”.

As autoridades sauditas reagiram rápida e energicamente. Riad negou que Absher seja “uma ferramenta de controle” e apontou que oferece mais de 160 serviços para “todos os grupos da sociedade no reino, incluindo residentes estrangeiros, mulheres, adultos e pessoas com necessidades especiais”.

Os direitos humanos dos Eneges, como a Anistia Internacional (AI) e a Human Rights Watch (HRW) há anos vêm fazendo campanha para que a Arábia Saudita elimine as leis de custódia.

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Tulio Ribeiro: Túlio Ribeiro é graduado em Ciências econômicas pela UFBA,pós graduado em História Contemporânea pela IUPERJ,Mestre em História Social pela USS-RJ e doutorando em ¨Ciências para Desarrollo Estrategico¨ pela UBV de Caracas -Venezuela
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