Em editorial publicado na página do partido, o PSOL externou algumas críticas à Liderança da Minoria, assumida pela deputada federal Jandira Feghali (PCdoB).
Trecho:
Não é possível falar em uma Liderança da Minoria quando parte dos partidos dessa suposta minoria estão na base do governo e são de direita (Avante, Solidariedade e Patriota). Um verdadeiro bloco de oposição não comporta aliados do governo. Liderança sem conversa e acordo entre os partidos de esquerda fragiliza a unidade e não tem legitimidade necessária para falar em nome da oposição.
É exagero dizer que Avante é de “direita” ou da base do governo. O partido caminhou com Ciro no primeiro turno e tem deputados combativos muito distantes das ideias do governo.
Quanto ao Solidariedade, é um partido de centro, e ficou neutro no segundo turno. O Patriota não mais integra o bloco, mas também ficou neutro no segundo turno.
De qualquer forma, o PSOL parece estar fazendo uma certa confusão entre “ser de esquerda” e “ser oposição”. A esquerda emergiu muito minoritária na Câmara, com menos de 150 deputados. Se se limitar a costurar acordos entre ela, se ficar numa disputa acadêmica e ideológica para provar quem é mais esquerda, as derrotas serão certas. Se a esquerda costurar com o centro democrático, como o próprio PSOL tentou fazer para trazer votos para seu candidato à presidência da Câmara, Marcelo Freixo, quando divulgou que procuraria Fernando Henrique Cardoso, presidente de honra do PSDB, para conversar sobre a possibilidade de se montar uma “frente democrática” no parlamento, aí sim, teremos chances de conter os avanços mais autoritários do governo Bolsonaro.
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No site do PSOL
Unir a esquerda para fazer oposição a Bolsonaro e defender a democracia
14/02/2019
Nota da presidência do PSOL, em consulta à bancada na Câmara dos Deputados
Nosso partido está empenhado em unir toda a esquerda e setores democráticos para garantir uma firme oposição ao governo Bolsonaro, em defesa da democracia, da soberania e dos direitos sociais. Foi com esse intuito que o PSOL se uniu ao PT, PSB e REDE no processo de eleição da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados e que apresentamos a candidatura de Marcelo Freixo para a presidência da Casa, em contraponto à candidatura apoiada pelo governo Bolsonaro.
A conjuntura exige de todos os partidos de esquerda muita unidade, muita disposição de luta, articulação com os movimentos sociais e não permite vacilações na relação com a base de sustentação do novo governo.
Não é possível falar em uma Liderança da Minoria quando parte dos partidos dessa suposta minoria estão na base do governo e são de direita (Avante, Solidariedade e Patriota). Um verdadeiro bloco de oposição não comporta aliados do governo. Liderança sem conversa e acordo entre os partidos de esquerda fragiliza a unidade e não tem legitimidade necessária para falar em nome da oposição.
Seguiremos lutando para unificar toda a esquerda, trazendo para este campo o PCdoB e o PDT. Para que todos estejam comprometidos com uma oposição que tenha força suficiente para barrar as reformas, especialmente a da previdência, duro ataque contra o povo que será anunciado nos próximos dias, deter os ataques aos direitos e conter o avanço do conservadorismo no país.
14 de fevereiro de 2019