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Vermelho: PT e PSOL não tem monopólio da oposição

No Vermelho Um erro grave A ausência de uniformidade das forças de esquerda no processo da eleição do presidente da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados merece algumas considerações. Uma delas, é muito importante. Enquanto do PCdoB e o PDT optaram pelo voto em Rodrigo Maia (DEM-RJ) por motivos amplamente divulgados e explicados, o PT, […]

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Guilherme Boulos e Paulo Pimenta falam na Vigília Lula Livre após visita ao presidente Lula. Foto: Mauro Calove.

No Vermelho

Um erro grave

A ausência de uniformidade das forças de esquerda no processo da eleição do presidente da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados merece algumas considerações. Uma delas, é muito importante.

Enquanto do PCdoB e o PDT optaram pelo voto em Rodrigo Maia (DEM-RJ) por motivos amplamente divulgados e explicados, o PT, o PSOL, também por razões legítimas, escolheram a candidatura de Marcelo Freixo (PSOL-RJ).

O que seria uma natural diferença de interpretação tática, transformou-se em polêmica. Mais do que isto. O PT e o PSOL incorreram num erro grave. Essas duas respeitáveis legendas da esquerda atacaram o direito do PCdoB, partido quase centenário, de ter funcionamento institucional no parlamento.

A origem desse erro se localiza quando PT e o PSOL não respeitaram a autonomia e a independência do PCdoB. Partindo de um acontecimento meramente conjuntural, esses dois partidos se postaram como únicos representantes da oposição do governo Bolsonaro, como manifestou explicitamente o líder do PT na Câmara dos Deputados.

O PCdoB formulou em detalhes a sua opção. Não cabe margem a dúvidas para quem analisou suas notas e opiniões. Dela, obviamente, pode-se divergir. Todavia, nela não há dubiedade. Salvo uma leitura de má fé quanto sua posição de oposição vigorosa ao governo de extrema direita.

A apressada e artificial conclusão do PT e do PSOL, de que detêm o monopólio da oposição, incorre em erros primários ao transformar o que é meramente pontual em questão de fundo, como se fosse o caso de separar as legendas em campos ideológicos opostos. Deixaram de lado, nesse episódio tão lastimável quanto deplorável, o respeito e o desprendimento que caracteriza a relação fraterna entre as forças políticas do mesmo campo ideológico.

Se não bastassem os princípios programáticos do PCdoB, há os exemplos recentes que deveriam ser levados em conta antes de se propagar versões no lugar de fatos. O PCdoB esteve na linha de frente da luta contra o golpe. Retirou a candidatura presidencial de Manuela d’Ávila, que assumiu a vice na chapa encabeçada por Fernando Haddad, do PT, para fortalecer a unidade da esquerda, decisão que resultou na expressiva votação da oposição e na sua ida ao segundo turno das eleições presidenciais de 2018.

O PCdoB foi o único partido, além do PT, que apoiou Lula em todas suas candidaturas à presidência da República. Os comunistas desde a primeira hora estão engajados na campanha nacional e internacional pela libertação do maior líder popular do Brasil contemporâneo, que se encontra, como preso político, num cárcere infame.

Todavia, o PT e PSOL, de mãos dadas, se arvoram donos da verdade, como se um determinado partido fosse obrigado a seguir o que outros pensam. Ultrapassaram o limite da sensatez ao retaliar a independência da legenda comunista com o questionamento junto à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados sobre a incorporação do PPL pelo PCdoB. Não obtiveram êxito.

É de amplo conhecimento: o PPL, partido de trajetória revolucionária, realizou seu congresso extraordinário que decidiu pela incorporação e o PCdoB aprovou essa decisão. Também é público e notório que que essas duas legendas protocolaram suas decisões no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como determina a lei, um trâmite que para ser finalizado depende de apenas algumas medidas processuais.

Há erros e erros. O PT e o PSOL, ao atacarem o PCdoB — no seu direito constitucional, de ter funcionamento parlamentar — por uma diferença de conduta política num episódio tático, incorrem num daqueles erros que deixam uma marca negativa, uma mancha nas mãos, daquelas que por mas mais que se lave, lá persiste a mancha. Por esse erro terão que prestar contas à história.

Era de se esperar que viesse um ataque da extrema direita, jamais de aliados do mesmo campo ideológico. Mas a vida segue.

Como o PCdoB não abre mão de estar na linha de frente da luta contra o governo Bolsonaro, por democracia pela soberania nacional e pelos direitos do povo, os comunistas certamente estarão juntos com as demais forças de esquerda no parlamento e nas ruas, como sempre cumprindo seu papel de força política consequente.

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Comentários

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Ultra Mario

05/02/2019 - 23h31

É uma decepção sem tamanho.

Quem defende essas coisas, lembre-se que política não é futebol e que partido nenhum paga as suas contas.

Sandro

05/02/2019 - 12h44

No que o PT Se transformou hein minha gente? Quanto egoísmo, quanta ambição, quanta mesquinharia. Os mesquinhos sempre acabam só! Ou rodeados de bajuladores (PSOL) que os odeiam!

Sebastião

05/02/2019 - 11h05

Vi Manuela se queixando nas redes sociais, e está no direito dela. Mas, quando se prega IGUALDADE, não há porque reclamar?! Vi isso desde o Roda Viva. Tem que enfrentar aquela corja, com altivez, pois se foi pra lá, sabia dessas possibilidades. Que não seria nada fácil. E, na eleição dava pra notar que ela não tinha interesse nenhum em ser presidenta(como muitos gostam de usar, e não está errado). Quando havia comícios, era uma indisposição latente, mas que no discurso teria que mostrar o contrário. Também, tudo pra fazer a vontade de LULA, que montou essa chapa presidencial. O mesmo Lula que incentivou Lindbergh a ser candidato ao senado. Jogaram(as candidaturas teriam que ser pra deputados) tudo mal: Dilma, Suplicy, Lindbergh… Vejam, que Dilma desdenhava de Aécio, assim como muitos petistas. Claro, que seria maravilhoso ver Dilma enfrentar aquela corja OLHO NO OLHO, que impichou ela. Mas, é superestimar demais, depois do impeachment recente. Esperto foi Aécio, que deve está rindo da cara dela, no ditado: QUEM RIR POR ÚLTIMO, RIR MELHOR.

José Ricardo Romero

05/02/2019 - 08h02

Traição e manobras subterrâneas do pt? Ora, alguém tem dúvida de que esta é a conduta normal deste partido? Quanto ao psol, ele é apenas acessório. O pt se acha muito espertinho e se angustia em manter sua hegemonia principalmente agora que não vai conseguir se desvencilhar de uma pesada âncora que impõe o caudilho encarcerado. Querem empurrar goela abaixo da oposição (que é lastimável e infantil, por enquanto) este pacote “Lula livre” que ninguém quer comprar, é caro demais e não tem correspondência com as estratégias da oposição a este governo. Os partidos de esquerda chegam a ser risíveis neste comportamento atual de barata voa, mas uma coisa é certa: precisam se livrar do pt.

Marcos Videira

05/02/2019 - 00h40

O PCdoB luta para continuar existindo institucionalmente.
O PT e o PSol objetivam a hegemonia da centro-esquerda e se consideram os donos da oposição.
Enquanto isso o povo precisa de uma Frente Ampla para enfrentar o fascismo.
Mas o povo é essa coisa secundária, sem importância…

fernando

04/02/2019 - 22h57

pcdob é partido de classe média alta, e classe média alta faz tudo que a globo manda!!! de comunista não tem nada!!! quem abandona o PT é traidor e cooptado pelos golpistas/ditadura!!!

    Sebastião

    05/02/2019 - 10h51

    E o PT também não o seria? Na prática, não há comunismo nem nos que entram em redes sociais pra criticar partidos que não sigam sua cartilha. Partido é sectarismo, e sempre os que fazem partes dos seus, o defenderão. E chamará aqueles que por PODER, não abaixa a cabeça pra a sua vontade, de: TRAIDOR.

paulo de tarso celebrone

04/02/2019 - 22h17

PCdoB errou, ponto!

Alan Cepile

04/02/2019 - 21h24

Pimenta, pare com esse proselitismo político barato e vai trabalhar!

    Renato

    04/02/2019 - 23h17

    Pedir petista para trabalhar é o mesmo que pedir a um camelo que passe pelo buraco de uma agulha !

NeoTupi

04/02/2019 - 20h14

Só sei de uma coisa: as bases do PT e do Psol aprovaram a conduta dos líderes partidários. Já do PCDOB, se fosse levado a uma plenária com participação das bases duvido que aprovariam o apoio ao Rodrigo Maia e Bloco com Patri, Podemos e Democracia Cristã.

    Renato

    04/02/2019 - 23h25

    As bases partidárias do PT também aprovaram a corrupção dos integrantes do partido !

Eraldo

04/02/2019 - 19h14

Por que os ciritas continuam tentando dividir a esquerda si invés de focar no verdadeiro inimigo que o fascismo?

Amauri

04/02/2019 - 18h31

Huehuehue, pega fogo, cabaré!

Mas falando sério, esse episódio deixou claro, se é que alguém ainda tinha alguma dúvida, que o PT considera mais importante manter a hegemonia dentro da esquerda do que articular uma oposição forte ao governo Bolsonaro. Não se iludam. Para existir esta úlima, primeiro será necessário derrotar os inimigos da unidade dentro do PT e do PSOL.

    Carlos

    04/02/2019 - 19h44

    Tá cansando esse papo de que só outro quer hegemonia e nós não. A formação do Bloco onde está o PDT e o PcdoB não é disputa de hegemonia? (engraçado que vocês criticam ) Todo mundo disputa hegemonia, disputa poder, da direita a esquerda, inclusive os “cirista”. Acham que alguém cede o poder de boas? Ou que vai bater palminhas quando está perdendo o seu? Não dá para ficar criticando os outros por hegemonia e depois pagar pau pra suas ações dizendo que é uma genialidade do pragmatismo (pragmatismo e hegemonia se relacionam sim). Por que cansa ver os mesmo que com notícias do PT negociando com o Maia, diziam que era uma traição a esquerda, quando o PDT e o PCdoB fizeram o mesmo, dizem que é aceitável e pragmático. Tudo o que vocês apontam e criticam no PT (com razão), estão fazendo depois. (soa mais “a boca fala o que o coração está cheio”). Moralismo irrita (não só o de vocês, mas de todos os outros também).
    Cada vez mais que vejo comentários em paginas e no twitter dessa turma, crio mais antipatia pelos mesmo, e criando barreria para apoiar ao seus futuros candidatos.

      Amauri

      05/02/2019 - 12h06

      Vou começar a responder pelo final, Carlos: a antipatia criada é mútua. Essa sua afirmação me parece típica dos petistas, que se acham no direito de exercer a hegemonia da esquerda por “terem mais votos” no bloco, não obstante só terem acumulado derrotas políticas desde 2013.

      Concordo com você que o jogo é jogado, e se alguém quiser tomar a hegemonia do PT, tem que ser na luta. Mas 1) nem todo mundo quer hegemonia; acreditem vocês ou não, há quem acredite e prefira a possibilidade de uma relação mais democrática, horizontal e descentralizada. E 2) como eu sinalizei no parágrafo acima, a obsessão do PT em manter a hegemonia o está levando a decisões políticas absolutamente estúpidas, contraproducentes e perdedoras. O próprio PT não está lutando de forma civilizada, e sim partindo para a sujeira contra qualquer um que ele veja como ameaça – e a insistência em carregar o cadáver político de Lula tornou o partido paranóico, que agora vê ameaça em todo lugar e joga sujo contra literalmente todo mundo.

      Não é questão de dar a hegemonia de mão beijada, mas parar com a sujeira – o que, na avaliação dos petistas, certamente vai levá-los a essa perda de toda forma, e por isso eles rejeitam essa opção. Mas vocês precisam voltar à realidade por um momento e avaliar qual a alternativa. O PT acabou de eleger a maior bancada na Câmara, e conseguiu o feito de acabar isolado e marginalizado na casa. Graças aos contínuos erros do PT, hoje é tranquilo derrotar a esquerda. Qual a utilidade de queimar pontes para manter a hegemonia de um bloco que tem cada dia menos poder real?

        Carlos

        05/02/2019 - 18h23

        Antipatia tem dos dois lados. Já vi da chatice do PT, e sei o quão isso cria antipatia. Agora vocês que estão criando antipatia igual, pra quem se diz alternativa, não ajuda. Agora você me dizer que o que escrevi é “discurso de petista”, faz favor. Hoje em dia pra criticar um ponto, tenho que falar de todos? Não. Pra quem diz que o outro não aceita critica e rotula, vocês estão indo no mesmo caminho. Além disso, muitos dos discursos de vocês se assemelham aos dos coxinhas, usando até mesmo termos comuns entre eles, tipo “puxadinho”. (engraçado é que vocês taxam que os petitas não diferem em nada deles)
        “Concordo com você que o jogo é jogado, e se alguém quiser tomar a hegemonia do PT, tem que ser na luta.” Nesse ponto não temos discordância nenhuma. No entanto, você no item 2 você se contradiz ao criticar a obsessão do PT em querer manter a hegemonia. Ora, ninguém abre mão de sua hegemonia, entrega o poder de mão beijada. Você acha que vai chegar em alguém e dizer: “Por gentileza, você poderia ceder a sua hegemonia para mim?” e ele vai te responder “Tudo bem!”? (o que eu mais vi na eleição foi gente reclamando pelo PT não ceder a sua hegemonia) Quando digo uma esquerda Naruto, não entendem. Se disputa hegemonia e não tem nada de errado nisso. O erro fica quando há hipocrisia. Sobre a eleição na câmara, o que eu mais vi entre vocês foi:
        Noticia do PT negociando apoio com o Maia => absurdo, traição da esquerda, não pode, só quer o poder e não evitar retrocessos.
        Notícia do PDT e do PCdoB negociando apoio com o Maia => pragmatismo, joga de gênio, veja bem, tem que pensar nas comissões pra evitar retrocessos.
        Que tem uma disputa de poder, é inegável, mas ficar apontando o outro e depois fazer o mesmo é hipócrita (seja pelo PT, seja por vocês), parece mais que só estão querendo o poder (curioso é no no seu item 1, você diz que nem toda a esquerda quer hegemonia. Bem com duplo argumentos como esse, não é o que parece)
        Alia, sobre o item 1: “nem todo mundo quer hegemonia; acreditem vocês ou não, há quem acredite e prefira a possibilidade de uma relação mais democrática, horizontal e descentralizada”, que groselha, principalmente para uma turna “pragmática”. Todo mundo tem um projeto hegemônico, da esquerda À direita, um projeto de poder que quer colocar em prática, e não tem nada de errado nisso. Não se disputa o poder só para se provar o melhor, o mais bonito, o mais puro, o superior moral, se disputa pra colocar em pratica o seu projeto hegemônico. Não sei onde é errado isso.
        Ou seja, não têm nenhum problema disputar hegemonia com o outro. Só não dá para ficar apontando pro outro e fazer o que critica, coisa que o PT fez e deu no que deu (Não adianta fazer um comentário extenso criticando o PT, e depois incorrer nos mesmo erros dele).

Luiz Antonio Maia de Araujo

04/02/2019 - 17h24

Nossa esquerda continua a mesma de sempre, capenga, burra e covarde… o PSOL já divulgou comunicado explicando o caso, porém, continua essa birrinha intestina… tudo isso explica a chegada dos extremistas de direita ao poder, pelo jeito para de lá não saírem mais… e o povo que se lasque…


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