– Mais um final de semana com o foco mundial na Venezuela. No sábado, 2 de fevereiro milhares foram às ruas para comemorar aquele 2 de fevereiro de 1999 quando Chávez assumiu a presidência da Venezuela, após as eleições de dezembro de 1998 na qual obteve 56% dos votos. No mesmo dia 2, Chávez convocou um referendo para designar uma Assembleia Constituinte que escreveria a Carta Magna hoje vigente no país. Ao falar para o público de uma das marchas em Caracas, Maduro anunciou que as eleições parlamentares podem ser antecipadas. Os opositores também foram às ruas do país no mesmo dia 2/2. Em Caracas, em um ato com uma bandeira dos EUA ao fundo, Guaidó anunciou chegada do que ele chama de “ajuda humanitária” ao país e convocou novos protestos para 12 de fevereiro.
– Opositores a Maduro e seus aliados internacionais divulgaram bastante no fim de semana o fato de que um general da Força Aérea venezuelana, Francisco Yánez, teria anunciado em vídeo que não mais reconhecia a autoridade presidencial de Maduro. Até o momento são dois os militares que se pronunciaram contra o governo, Yánez e o coronel José Luis Silva, um agregado militar que está em Washington. O comandante-geral da Aviação Militar Bolivariana, Major General Pedro Alberto Juliac, segundo a imprensa, teria reagido chamando seu subordinado de “traidor” e “corrupto”. Um embaixador da Venezuela no Iraque também reconheceu Guaidó como presidente de turno.
– Terminou no domingo (3) o “ultimato” para que Maduro convocasse novas eleições na Venezuela. Após o fim do prazo, países europeus, como a Espanha, começam a reconhecer Guaidó. Maduro também deu “ultimatos” aos países europeus. Para a Espanha, por exemplo, ele determinou um prazo para que seu governo reconheça a independência da Catalunha.
– Ainda sobre a Venezuela, deve ocorrer na próxima quinta (7) em Montevideo, no Uruguai, um encontro do Grupo de Contato Internacional (CIG), com o objetivo de mediar as negociações entre governo e oposição no país. Integrarão o grupo países representantes de países latino-americanos, como Bolívia, Costa Rica, México, Equador, Uruguai e países europeus como França, Alemanha, Portugal, além da representação da UE em si. Segundo a diplomata chefe da UE, Federica Mogherini, “o grupo ajudará a construir confiança e criar as condições que são necessárias para os venezuelanos determinarem o seu próprio futuro por meio de realização de novas eleições (…)”.
– Um comunicado do governo da Turquia chegou ao Itamaraty, informando que seu chanceler junto aos chanceleres da Malásia, Indonésia, Jordânia e Palestina estão dispostos a vir ao Brasil para transmitir ao governo Bolsonaro que uma eventual transferência da embaixada brasileira em Israel para Jerusalém sofre forte resistência não somente no mundo árabe, segundo reportagem da FSP. Na semana passada, o presidente da União de Câmaras (comerciais) Árabes esteve no Brasil e se reuniu com empresários, com a ministra Tereza Cristina (agricultura) e o vice-presidente H. Mourão. Na oportunidade, ele disse que produtos brasileiros podem ser boicotados por consumidores árabes caso haja a transferência da embaixada em Israel.
– Sobre o tema Israel, o chanceler Ernesto Araújo se pronunciou na última sexta (1) e disse que trata-se de uma elevação do patamar das relações entre Brasil e Israel, independente da mudança ou não do local da Embaixada. Disse ainda que não se trata de atitude contra países vizinhos de Israel ou países que defendem as reivindicações da Palestina.
– Texto de Igor Gielow na FSP traz a informação de que “a ala militar do governo (Bolsonaro) promoveu uma espécie de intervenção branca no Itamaraty, tutelando os movimentos do chanceler Ernesto Araújo sobre temas considerados sensíveis”.
– Populista com discurso anti-corrupção venceu as eleições presidenciais no final de semana (3) em El Salvador. Nayib Bukele, empresário do ramo da publicidade, que já foi membro da FMLN (frente Faribundo Marti de Libertação Nacional) do atual presidente Salvador Sanchez Ceren e foi prefeito da capital San Salvador, obteve 53% dos votos (com 87,6% das urnas apuradas), em segundo lugar ficou o candidato da Arena (aliança republicana nacionalista) e em terceiro o candidato da FMLN.
– Vladimir Putin, presidente da Rússia, anunciou no sábado (2) que seu país também abandonará o tratado de controle de armas nucleares (INF) assinado com os EUA em 1987, ainda no contexto da guerra fria. Há alguns os americanos anunciaram que deixariam o acordo. Putin disse que “a Rússia não mais tomará a iniciativa de negociar o desarmamento com os EUA”. Os EUA acusam a Rússia de descumprir o tratado. No foco está um novo sistema de misseis de médio alcance (Novator 9M729), que segundo os americanos contraria o acordo. Os russos defendem que os misseis são permitidos pelo pacto. O rompimento se dá em um contexto de agressiva disputa tecnológica no desenvolvimento de armamentos nucleares por EUA, Rússia, China, Israel, Irã e Coreia do Norte.
– Ainda sobre corrida armamentista, os americanos têm divulgado sistematicamente, via Agência de Inteligência de Defesa dos EUA, que os chineses hoje têm alguns dos sistemas de defesa mais modernos do mundo, sendo líder mundial em algumas áreas. Os anúncios podem ser interpretados também como uma justificativa dos americanos para sua própria corrida armamentista e a agressão comercial contra desenvolvedores chineses, inclusive de outras áreas da tecnologia, como se vê hoje a guerra contra a gigante Huawei. Em matéria da FSP sobre novos armamentos chineses, fala-se da versão chinesa da “mãe de todas as bombas”, de dispositivos hipersônicos e da arma naval “mais potente”.
– Uma nova barreira entre Israel e a Faixa de Gaza (Palestina) começou a ser construída neste domingo (3). A construção foi anunciada por Netanyahu segundo o qual a barreira “evitará que os terroristas de Gaza penetrem em nosso território”. Será construída com cimento e cerca, alcançando seis metros de altura. Serão 65 quilômetros de barreira, onde também já se constrói hoje um bloqueio subterrâneo para neutralizar túneis. Desde março de 2018, 240 palestinos morreram em conflitos na Faixa de Gaza. Netanyahu está em plena campanha. As eleições em Israel serão em 9 de abril.
– Militares de Israel que estavam no Brasil, em missão de cooperação com governo brasileiro no atendimento ao crime humano e ambiental provocado pela Vale do Rio Doce em Brumadinho/MG, viajaram de volta ao seu país na última quinta (31) e deixaram mapas da região atingida que pode ajudar no resgate de mais vítimas da tragédia. A vinda dos israelenses gerou bastante polêmica, para dizer o mínimo.
– Faltam 53 dias para expirar o prazo de saída do RU da UE. Imprensa do país fala até em plano de evacuação da família real de Londres no caso de protestos violentos em um suposto Brexit sem acordo.
– Um naufrágio entre a Colômbia e o Panamá matou 20 congoleses. A embarcação se dirigia aos EUA. As pessoas moravam na periferia de São Paulo e embarcaram em uma jornada por via terrestre e marítima com destino aos EUA para buscar uma vida melhor. Havia 32 pessoas no barco e a capacidade era de 20. Ninguém usava colete salva-vidas.
– Os coletes amarelos foram às ruas novamente na França no 12º. fim de semana de mobilizações. Caracterizados com curativos nos olhos e roupas manchadas de tinta vermelha, eles protestaram contra a agressividade das forças de segurança do país durante as marchas. O governo de Macron mobilizou cerca de 80 mil policiais para o “ato 12” dos coletes amarelos. Em Paris, o cortejo também foi acompanhado por seis tanques blindados.
– Papa Francisco realizou no fim de semana uma visita histórica aos Emirados Árabes Unidos. É o primeiro papa da história a visitar o país.
Solidariedade Sempre
06/02/2019 - 05h15
Deixando a questao do domínio sobre recursos minerais de lado, considero a atuacao da Europa e EUA de cortar relacoes com a Venezuela e forcar uma solucao interna do pais muito positiva. Evita que mais um desastre humanitário como Koreia do Norte, Vietnan e Cuba aconteca. A história ajuda muito nessa hora.
brasileiro
04/02/2019 - 15h29
A Venezuela é o conflito mais importante desde o fim da WW2. Se os yankees não conseguirem o controle eles vão perder a grande influência que tem até então. O dinheiro impresso só tem valor com o domínio de recursos minerais, pois a China domina o custo-benefício das indústrias e o ocidente não consegue acompanhar.