O PSB, pelo jeito, quis ser esperto demais, passar a perna em todo mundo, e acabou ficando sozinho. O partido largou o bloco com PDT e PCdoB, com o qual tinha se comprometido em vários momentos, e ensaiou formar um bloco com PT e PSOL, mas agora afirma que também não quer formar um bloco apenas com PT e PSOL, o que não lhe interessa politicamente. A legenda pensava atrair PP e MDB e outros partidos de centro para um bloco (o que evidentemente o PSOL não aceitaria, mas deixa para lá) que apoiaria o seu próprio candidato, do PSB. Mas PP e MDB declararam hoje apoio a Maia.
O PT, por sua vez, apesar de sua liderança vocalizar oposição à candidatura Maia, tem sua posição um pouco enfraquecida por notas repetidas na imprensa, não rechaçadas com ênfase necessária, de que a maior parte de seus deputados votarão em Rodrigo Maia, independente da orientação.
No Painel da Folha, deste sábado, por exemplo, foi publicada nota especulando que 30 dos 56 deputados do PT podem votar em Maia:
Seja como for, é preciso distinguir duas coisas bem diferentes. Uma é a eleição para a Câmara dos Deputados, onde o que se disputa são vagas nas poderosas comissões, sem as quais os partidos tem pouco poder de influenciar seus rumos. Outra coisa, bem diferente, é o papel dos partidos na relação com o governo e as suas pautas principais.
Pelos cálculos dos analistas, o apoio do MDB e PP, somado ao de outros partidos que já se pronunciaram, deve garantir a eleição de Maia no primeiro turno.
PSOL lançará Marcelo Freixo, talvez com apoio do PT.
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No JC online
MDB, PP e PDT declaram apoio a Maia e PSB se isola
Partidos estavam em um blocão de oposição ao democrata com os socialistas, mas decidiram mudar de lado
Publicado em 29/01/2019, às 07h02
Por RENATA MONTEIRO
No fim da tarde dessa segunda-feira (28), ao sair do encontro com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, o governador Paulo Câmara (PSB), vice-presidente nacional do PSB, afirmou que era praticamente certo que o partido apoiaria um candidato da própria agremiação na eleição presidencial da Câmara dos Deputados, marcada para a próxima sexta-feira (1º). O socialista falou, inclusive, sobre a possibilidade de o partido fechar com o nome do deputado João Henrique Caldas (PSB), o JHC, que está em campanha pelo posto.
“Eu acredito que o processo de discussão continua, mas já há, por ampla maioria dos deputados, um encaminhamento para o lançamento de candidatura própria”, disse Paulo.
À noite, porém, a coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, divulgou que o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), – que já tinha o apoio de mais de dez siglas à sua reeleição – aliou-se também ao MDB, PP e PTB. As três legendas anteriormente integravam um blocão de oposição ao democrata, do qual o PSB fazia parte e que provavelmente incorporaria PT e PSOL.
A notícia, confirmada pelo presidente nacional do MDB, senador Romero Jucá, pegou a bancada socialista de surpresa e põe uma interrogação sobre o posicionamento do PSB em relação à eleição na Casa Baixa.
Depois da divulgação da “implosão” do bloco de oposição, um socialista afirmou, em reserva, que é remota a possibilidade de o PSB lançar candidato à vaga nas atuais circunstâncias.
DIVISÃO
Nos bastidores, comenta-se ainda que parte dos parlamentares do PSB rejeita a formação de um bloco apenas com o PT e PSOL, enquanto outra parte do grupo crê que o partido entraria em contradição caso, neste momento, resolvesse voltar atrás e apoiar Maia, uma vez que no dia 23 de janeiro lançou nota afirmando que não estaria ao lado do democrata.
O tema deve ser tratado na noite desta terça-feira (29), na sede do PSB, em Brasília, durante reunião dos parlamentares do partido. Até o fechamento desta edição não havia confirmação se Paulo participaria do encontro. (R.M)