Investimentos diretos no país cresceram. Trecho da análise divulgada no siste do BCB:
No ano, o IDP alcançou, US$88,3 bilhões, equivalentes a 4,70% do PIB, percentual mais elevado desde junho de 2001 (4,79% do PIB). O crescimento das operações intercompanhia, em particular dos empréstimos de filiais no exterior para matrizes no Brasil contribuiu para o desempenho dos fluxos de IDP observados no ano.
Estatísticas do setor externo
1. Balanço de pagamentos
Em dezembro de 2018, o déficit em transações correntes totalizou US$815 milhões, inferior ao déficit de dezembro de 2017, US$2,1 bilhões. Essa redução do déficit deveu-se principalmente à ampliação do superávit comercial, de US$4,6 bilhões, em dezembro de 2017, para US$6,2 bilhões, em dezembro de 2018. No ano, o déficit em transações correntes somou US$14,5 bilhões (0,77% do PIB), superior ao déficit do ano anterior, US$7,2 bilhões (0,35% do PIB).
Em dezembro, as exportações de bens totalizaram US$19,5 bilhões, variação de 11,1% com relação a dezembro de 2017. As importações de bens somaram US$13,3 bilhões, expansão de 3,1%, na mesma base de comparação. No ano, as exportações cresceram 10,0%, e as importações, 21,0%, relativamente a 2017, proporcionando redução de 16,3% no superávit comercial de 2018, para US$53,6 bilhões. No ano, as importações líquidas no âmbito do Repetro foram estimadas pelo Banco Central em US$3,9 bilhões.
O déficit na conta de serviços atingiu US$3,3 bilhões no mês, 10,9% inferior ao observado em dezembro de 2017. Destacaram-se as reduções nas despesas líquidas de transportes (10,6%), viagens (18,5%), e aluguel de equipamentos (8,9%). Em 2018, o déficit em serviços permaneceu estável, em US$34 bilhões. Houve aumento das despesas líquidas de transportes (23,7%), e diminuições das despesas líquidas de viagens (6,4%) e aluguel de equipamentos (10,7%), em comparação com o ano anterior.
Em dezembro de 2018, o déficit em renda primária cresceu 7,1% na comparação com dezembro de 2017, somando US$3,9 bilhões. Os gastos líquidos com juros somaram US$2,4 bilhões no mês, aumento de 3,4% na comparação interanual, com expansão de receitas e despesas. As despesas líquidas de lucros e dividendos somaram US$1,5 bilhão, aumento de 12,4% ante dezembro de 2017. No ano, o déficit em renda primária recuou 8,4%, para US$36,7 bilhões. A receita bruta de juros cresceu de US$5,5 bilhões, em 2017, para US$8,0 bilhões, em 2018 (45,3%), fruto da elevação das taxas de juros externas e de seus efeitos na remuneração das reservas internacionais. O déficit em lucros e dividendos totalizou US$16,9 bilhões em 2018, aumento de 7,1% em comparação ao ano anterior.
Os investimentos diretos no país (IDP) registraram ingressos líquidos de US$9,0 bilhões no mês, ante US$3,1 bilhões em dezembro de 2017. No ano, o IDP alcançou, US$88,3 bilhões, equivalentes a 4,70% do PIB, percentual mais elevado desde junho de 2001 (4,79% do PIB). O crescimento das operações intercompanhia, em particular dos empréstimos de filiais no exterior para matrizes no Brasil contribuiu para o desempenho dos fluxos de IDP observados no ano.
Em dezembro, as saídas líquidas de investimentos em ações, fundos de investimento e títulos de renda fixa negociados no mercado doméstico somaram US$4,5 bilhões. No ano, ocorreram saídas líquidas de US$12,0 bilhões, comparadas a ingressos líquidos de US$226 milhões em 2017. As saídas líquidas de instrumentos de portfólio negociados no país concentraram-se em ações e fundos de investimento, que passaram de ingressos líquidos de US$5,3 bilhões, em 2017, para saídas líquidas de US$7,7 bilhões em 2018.
2. Reservas internacionais
O estoque de reservas internacionais atingiu US$374,7 bilhões em dezembro de 2018, correspondendo a 354,2% da dívida externa de curto prazo residual (exceto operações intercompanhia e títulos de renda fixa negociados no mercado doméstico), recuo de US$5,0 bilhões relativamente ao mês anterior. As operações de linhas com recompra contribuíram para reduzir o estoque das reservas em US$8,0 bilhões no mês, ao passo em que as variações por preços e por paridades, e as receitas de juros, proporcionaram incrementos de US$2,7 bilhões e US$645 milhões, respectivamente.
Na comparação com dezembro de 2017, as reservas aumentaram US$743 milhões. Em 2018, as operações de linhas com recompra contribuíram para reduzir o estoque das reservas em US$4,3 bilhões, enquanto as variações por preços e por paridades proporcionaram redução de US$2,2 bilhões, e as receitas de juros, incremento de US$6,4 bilhões. A receita de juros de reservas em 2018 foi a mais elevada desde 2008, quando atingira US$7,2 bilhões.
O estoque de linhas com recompra totalizou US$12,3 bilhões em dezembro de 2018, ante US$8,0 bilhões em dezembro de 2017.
3. Revisões
A série de estoque de ações detidas por investidores não residentes, incluída nos passivos da Posição de Investimento Internacional (PII), foi revisada desde setembro de 2016. Para esse período, observações antes estimadas por meio de acumulação de fluxos, e ajustadas por variação cambial e de preços, foram substituídas por posições obtidas diretamente das fontes de dados para o estoque de ações. Adicionalmente, correções pontuais e de baixo valor foram realizadas nas séries da PII e de dívida externa desde 2001, para aprimorar sua consistência.
No balanço de pagamentos, as séries de despesas de juros e IDP – Operações intercompanhia foram revisadas para o período de outubro de 2014 a outubro de 2018. A revisão decorreu do registro de operações de câmbio simultâneas, sem movimentação financeira e portanto neutras para o mercado de câmbio, em que o valor da saída, US$4,6 bilhões, correspondeu ao valor do ingresso. Esse total foi alocado nos meses do período indicado pelo critério de competência, de acordo com a recomendação da metodologia internacional.