Começamos com a defesa do ex-presidente.
No site de Lula
Sobre histórias de Palocci e motoristas plantadas hoje contra Lula
18 de janeiro de 2019
A Lava Jato tem quase 200 delatores beneficiados por reduções de pena. Para todos perguntaram do ex-presidente Lula. Nenhum apresentou prova nenhuma contra o ex-presidente ou disse ter entregue dinheiro para ele. Antônio Palocci, preso, tentou fechar um acordo com o Ministério Público inventando histórias sobre Lula. Até o Ministério Público da Lava Jato rejeitou o acordo por falta de provas e chamou de “fim da picada”.
Mas o TRF-4 decidiu validar as falas sem provas de Palocci, que saiu da prisão e foi para a casa, com boa parte de seu patrimônio mantido em troca de mentiras sem provas contra o ex-presidente. O que sobra são historinhas para gerar manchetes caluniosas.
Todos os sigilos fiscais de Lula e sua família foram quebrados sem terem sido encontrados valores irregulares.
Há outros motoristas e outros sigilos que deveriam ser analisados pelo Ministério Público, que após anos, segue sem conseguir prova nenhuma contra Lula, condenado por “atos indeterminados”. Curiosa a divulgação dessa delação sem provas justo hoje quando outro motorista ocupa o noticiário.
Assessoria de Imprensa do ex-presidente Lula
***
Agora, a “acusação”, ou seja, a reportagem publicada ontem, em texto e vídeo, no Jornal Nacional.
Dilma deu corda para aprofundar investigações e implicar Lula, diz Palocci
Em delação, ex-ministro dos governos petistas disse que Lula pediu a ele cerca de nove vezes dinheiro em espécie com valores, em média, de R$ 50 mil.
18/01/2019 22h32
Num novo depoimento, o ex-ministro de governos petistas Antonio Palocci delatou diversos pagamentos em dinheiro vivo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como propina pela construção da usina de Belo Monte.
A Polícia Federal anexou o depoimento a um dos inquéritos da Lava Jato. O TRF-4 homologou esta delação de Antonio Palocci em 2018.
No depoimento, o ex-ministro relata conversas com Marcelo e Emilio Odebrecht e que cerca de R$ 15 milhões foram destinados a Lula em razão da participação da empresa em Belo Monte.
Palocci conta que, a pedido de Paulo Okamoto, Marcelo Odebrecht pagou R$ 4 milhões por meio de doações ao instituto e que Marcelo teria dito que os valores seriam devidos pela obra de Belo Monte.
Palocci afirmou ainda que Lula pediu a ele – aproximadamente nove vezes – dinheiro em espécie, e que os valores, em média, chegavam a R$ 50 mil. Lula pedia que Palocci não informasse sobre os pedidos a ninguém; que em determinada oportunidade levou R$ 50 mil em espécies a Lula no terminal da Aeronáutica em Brasília, durante a campanha de 2010, dentro de uma caixa de celular na frente do motorista Cláudio Gouveia.
Palocci disse ainda que, em São Paulo, recorda-se de outro episódio de quando levou dinheiro em espécie a Lula dentro de caixa de uísque até o aeroporto de Congonhas; e que recebeu constantes chamadas telefônicas de Lula cobrando a entrega, testemunhadas pelo motorista Carlos Pocente.
Os dois motoristas prestaram depoimento à PF e confirmaram fatos narrados pelo ex-ministro.
Em um depoimento complementar, Palocci disse que “durante o crescimento da Operação Lava Jato, Dilma deu corda para o aprofundamento das investigações, uma vez que isso sufocaria e implicaria Lula”. Palocci cita uma suposta ruptura entre Lula e Dilma.
Segundo Palocci, Lula era “um ex-presidente dominante, que queria controlar o governo de sua indicada e preparar sua volta à Presidência, sendo que isso exigia um controle do financiamento lícito e ilícito do Instituto Lula e do PT, ao passo que a presidente Dilma lutava pela renovação do seu próprio mandato”.
Palocci contou ainda que, certa vez, Dilma disse que se pode fazer o diabo quando é a hora da eleição.
Palocci disse que conversou com Lula sobre o triplex em Guarujá durante a Lava Jato e perguntou ao ex-presidente: “Por que você não pega o dinheiro de uma palestra e paga o seu triplex”? E Lula respondeu: “Um apartamento na praia não cabe em minha biografia”.
O ex-ministro também detalhou as negociações de pagamento de propina com o delator Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez, que acabou participando da construção de Belo Monte. De acordo com Palocci, o dinheiro foi dividido entre o MDB e o PT.
O que dizem os citados
A defesa de Lula afirmou que Antonio Palocci produziu mais uma narrativa mentirosa e mirabolante contra o ex-presidente em troca do que chamou de benefícios negociados clandestinamente com agentes do estado para produzir resultados políticos contra Lula.
Também declarou que é manifestamente ilegal o vazamento desse depoimento prestado à Polícia Federal. Segundo a defesa, essa situação deve merecer pronta iniciativa do diretor-geral do órgão e do ministro da Justiça e Segurança Pública para investigação e punição dos envolvidos.
A defesa disse ainda que Lula não recebeu qualquer valor de Palocci e que o ex-presidente não é o proprietário do triplex do Guarujá.
A defesa de Antonio Palocci e dos motoristas Cláudio Gouveia e Carlos Alberto Pocente afirmou que eles continuarão colaborando com a Justiça e que os motoristas são só testemunhas do caso.
A defesa de Otávio Azevedo afirmou que não teve acesso ao depoimento; que o cliente já prestou todos os esclarecimentos necessários; e que o inquérito sobre Belo Monte comprova a veracidade das alegações.
A Andrade Gutierrez afirmou que apoia toda iniciativa de combate à corrupção; que busca esclarecer fatos ocorridos no passado; e que segue colaborando com as investigações em curso dentro do acordo de leniência firmado com o Ministério Público Federal.
A defesa de Paulo Okamoto negou qualquer recebimento de valor de Antonio Palocci; disse que as delações da Odebrecht nunca afirmaram tal fato; e que o cliente já foi julgado e absolvido na Lava Jato.
O Instituto lula afirmou que Palocci inventou histórias sem provas para sair da prisão e que as doações ao instituto saíram da conta da Odebrecht, declaradas dentro da lei e sem contrapartidas.
A Odebrecht afirmou que está disposta a colaborar de forma eficaz com as autoridades em busca do pleno esclarecimento dos fatos narrados pela empresa e seus ex-executivos; e que segue comprometida com uma atuação ética, íntegra e transparente.
O MDB declarou que lamenta que Palocci cite indevidamente o nome de terceiros para se livrar das acusações.
A assessoria de imprensa de Dilma Rousseff afirmou que, mais uma vez, Antonio Palocci mente em delação premiada; que ele não tem provas que comprometam a idoneidade e a honra da ex-presidente; que é fantasiosa a versão de que ela teria dado corda para a Lava Jato implicar Lula; e que isso não passa de uma tentativa vazia de intrigá-la com o ex-presidente.
O Partido dos Trabalhadores tem afirmado que todas as doações foram legais e aprovadas pela Justiça.
O JN não conseguiu contato com as defesas de Emilio e Marcelo Odebrecht.