Jaques Wagner: “Não vou repetir o que fizeram com Dilma”

Foto: José Cruz/ Agência Brasil

Oposição responsável e propositiva*

Por Jaques Wagner, senador (PT-BA)

O ano iniciou sob expectativa dos rumos do Brasil com o novo governo. À população interessa a retomada do desenvolvimento da economia e a geração de empregos, além das medidas para a educação, saúde e segurança.

O que vimos nos primeiros dias é a falta de projeto, desencontros e desmentidos. Parece que alguns ministros falam como diretores do clube de bairro e não os mais altos dirigentes do País. O cenário confuso tira a atenção do principal: os planos para a economia, politicas sociais e meio ambiente.

Assumirei o mandato de senador e me questionam sobre o papel da oposição. Minha atuação será para cumprir aquilo que me comprometi na campanha: trabalhar pelo desenvolvimento e pelos empregos. Seguirei lutando para encontrar o caminho, porque se o Brasil vai mal, o povo vai mal.

Serei senador de oposição porque foi este o papel delegado pela população. Meu partido, o PT, disputou a eleição e não venceu. Mesmo em uma eleição atípica, onde Lula liderava as pesquisas e foi impedido de disputar. Mas o pleito ocorreu e seu resultado deve ser respeitado. A oposição pode ser de várias formas. Não vou repetir o que fizeram com Dilma quando perderam.

Isso é um desserviço ao País. Colhemos hoje o que os derrotados de 2014 irracionalmente fizeram, com pautas-bomba que desequilibraram a economia e com a criminalização da política.

Não acredito em oposição destrutiva. Devemos defender nosso ponto de vista de forma enfática e propositiva. E na conjuntura atual, cabe à oposição minimizar danos. Aquilo que for política do governo capaz de causar estragos, trabalharemos com racionalidade para amenizar retrocessos. Na economia, precisamos defender nosso patrimônio. Um País dessa dimensão e com tal fosso social precisa de ferramentas para alavancar o crescimento. Não podemos abrir mão das nossas empresas e riquezas.

Também temos o desafio de defender de forma contundente nossa democracia. Não podemos permitir retrocessos nas liberdades conquistadas, como de imprensa, de expressão, religiosa e de filiação partidária.

Quem ganhou tem legitimidade para estar no cargo. E a oposição tem legitimidade de ocupar espaços democráticos e exercer a política. E assim faremos, defendendo o que acreditamos e os direitos da população.

* Publicado na edição de 16/01/2019, do jornal O POVO Online.

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