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Datafolha: % de brasileiros sem nenhuma preferência partidária sobe 10 pontos e atinge 65%

A última pesquisa Datafolha (cuja íntegra foi divulgada hoje no site do instituto) sobre expectativa econômica traz diversas informações políticas interessantes, e que não mereceram destaque na imprensa. Por exemplo, a evolução da preferência partidária. Em levantamento feito entre os dias 24 e 25 de outubro, antes da eleição no segundo turno, tínhamos 55% dos […]

17 comentários
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A última pesquisa Datafolha (cuja íntegra foi divulgada hoje no site do instituto) sobre expectativa econômica traz diversas informações políticas interessantes, e que não mereceram destaque na imprensa.

Por exemplo, a evolução da preferência partidária.

Em levantamento feito entre os dias 24 e 25 de outubro, antes da eleição no segundo turno, tínhamos 55% dos brasileiros sem nenhum tipo de preferência partidária.

Na pesquisa divulgada hoje, e feita nos dias 18 e 19 de dezembro, este percentual subiu para 65%.

Entre pessoas com ensino médio e superior, o índice dos que “não tem nenhum partido de preferência” ficou em 66% e 67%, respectivamente.

A falta de interesse por partidos é maior entre mulheres: entre elas, 66% afirmaram não ter preferência por nenhum partido, contra 62% dos homens que deram a mesma resposta.

O Partido dos Trabalhadores é a legenda mais popular: 15% dos entrevistados disseram que tem “preferência” pelo partido. Este percentual, porém, representa uma queda substancial em relação aos índices que o PT apresentou durante a campanha eleitoral, sempre acima de 20%, chegando a 24% em algumas pesquisas.

Entre jovens até 24 anos, o PT tem seu melhor desempenho, com uma preferência de 21% dos entrevistados, segundo o Datafolha.

O PSL, embora ainda longe do PT, já assumiu o segundo lugar na preferência nacional, com 4%; entre jovens até 24 anos, o PSL vai a 6% da preferência.

[O problema das legendas, no entanto, não é tanto a sua preferência, como a sua rejeição. Ibope e Datafolha também colheram, nos últimos meses, dados sobre a rejeição aos partidos. A última pesquisa Ibope que apurou esse dado, feita entre os dias 21 e 23 de outubro, sinalizava rejeição de 38%  ao PT, sendo 41% entre eleitores com ensino médio e 49% entre os com ensino superior. Entre eleitores com renda de 2 a 5 salários, a rejeição ao partido chegava a 47%, e entre os com renda acima de 5 salários, em 53%.]

Voltando ao Datafolha divulgado hoje, com informações sobre a expectativa econômica, nota-se que as maiores esperanças vem dos eleitores de Bolsonaro; entre eles, 65% acham que “a crise econômica deve acabar em breve e o Brasil já vai voltar a crescer nos próximos meses”; apenas 27% acham que a crise ainda vai demorar para terminar.

Os eleitores de Haddad permanecem céticos, apenas 32% são otimistas sobre o fim da crise; 62% prevêem uma crise econômica demorada.

Os eleitores que votaram branco ou nulo, e esta é uma informação muito relevante, também estão céticos: 57% deles acham que a crise vai demorar para terminar, contra 38% que tem esperança de que ela acabe logo e o Brasil vote a crescer.

Na média, contudo, a maioria dos brasileiros é otimista, embora menos que os eleitores de Bolsonaro: 50% acham que o Brasil vai melhorar, contra 42% que acham que a crise ainda vai demorar para acabar.

Na segmentação por preferência partidária, também se nota uma diferença substancial da opinião dos entrevistados. Entre simpatizantes do PT, 64% estão pessimistas, contra apenas 17% dos simpatizantes do PSL. Entre brasileiros sem nenhuma preferência partidária (maioria da população), os percentuais são moderados: há 52% de otimistas e 40% de pessimistas.

A tabela abaixo agrega informações sobre a expectativa dos brasileiros, tanto em relação a si mesmos como em relação ao país. Petistas estão mais céticos, embora ainda sim 42% dos entrevistados com preferência partidária pelo PT acreditam que a situação econômica do país “vai melhorar”; 19% dos simpatizantes do PT acham que a economia do país vai piorar.

Entre entrevistados com preferência pelo PSL, o índice dos que acreditam na melhora da situação econômica do país sobe para 91%. Entre brasileiros sem nenhuma preferência partidária, 67% acreditam na melhora da economia nacional.

Na média geral, 65% dos brasileiros acreditam que a economia vai melhorar, contra apenas 9% que disseram que vai piorar.

Nos gráficos que mostram a evolução das expectativas econômicas ao longo dos últimos anos, vemos como os números são profundamente influenciados pelo clima político do país. E como, sobretudo, a mudança de expectativas ajudou a alimentar as crises políticas, que por sua vez produziram instabilidade econômica, num ciclo vicioso e mortal.

 

Abaixo, o texto divulgado pela assessoria de imprensa do Datafolha.

No site do Datafolha

Otimismo com economia é recorde
OPINIÃO PÚBLICA – 26/12/2018 12H53

Baixa a pesquisa completa
DE SÃO PAULO

Os brasileiros estão otimistas como nunca estiveram nas últimas duas décadas, pelo menos quando o assunto é a economia. Indicadores que medem a expectativa sobre inflação, desemprego e poder de compra mostram indícios nesse sentido, e a previsão sobre a melhora da economia brasileira nos próximos meses consolida o quadro geral.

Em agosto deste ano, 11% previam que a inflação iria diminuir nos meses seguintes, índice que agora é de 35%, o mais alto registrado desde dezembro de 2014. A previsão de que a inflação irá subir caiu de 54% para 27% desde agosto, e a de que irá ficar como está passou de 28% para 33%.

Os números para o desemprego são ainda mais otimistas: para 47%, o desemprego irá diminuir daqui para frente, taxa que representa uma alta de 28 pontos percentuais na comparação com agosto deste ano (19%) e é o mais alto da série histórica, que neste caso começa em março de 1995. O segundo índice mais positivo para este indicador foi registrado em novembro de 2010, quando 41% previam queda na desocupação. Entre agosto e dezembro deste ano houve ainda queda de 48% para 29% no índice de expectativa de alta no desemprego, e de 28% para 21% na previsão de desemprego estável. Na parcela de eleitores de Bolsonaro, 63% preveem queda no desemprego, e para 15% a situação ficará estável.

Para 43%, o poder de comprar dos salários também irá aumentar nos próximos meses, ante os 22% registrados em agosto deste ano. Para 36%, o poder de compra dos brasileiros ficará como está, e 18% acreditam que irá diminuir. Na série do Datafolha sobre o tema, o índice mais alto registrado para o indicador de alta no poder de compra foi registrado em março de 2013, durante o governo Dilma, quando o índice atingiu 49%.

A expectativa de que situação da economia brasileira irá melhorar nos próximos meses é compartilhada por 65%, alta de 42 pontos percentuais na comparação com o último levantamento sobre o assunto, de agosto. Há ainda 24 % que preveem que a economia irá ficar como está (eram 41%), e para 9% irá piorar (eram 31%). Essa previsão otimista supera em 10 pontos percentuais o segundo resultado mais positivo da série histórica, registrado em março de 2006, quando 55% estavam otimistas sobre a economia do país. Entre os eleitores de Bolsonaro, 81% preveem melhora da economia.

Na consulta sobre a situação econômica pessoal, 67% preveem que irá melhorar nos próximos meses, 25% avaliam que ficará como está, e para 6% vai piorar. Em agosto, esses índices eram de 38%, 44% e 14%, respectivamente.

Uma parcela de 37% dos brasileiros avalia que a situação do país piorou nos últimos meses, índice mais baixo registrado desde junho de 2015, quando o tema começou a fazer parte de pesquisas de opinião realizadas pelo Datafolha. Neste primeiro levantamento, 82% analisavam que a situação do país havia piorado nos meses anteriores. Na última pesquisa a respeito, realizada em junho deste ano, 72% ainda viam deterioração da economia do país nos meses anteriores, cerca de metade do número atual. Desde junho, passou de 20% para 42% a opinião de que a economia ficou estável, e de 6% para 20% o índice dos que viram melhora no cenário.

A taxa dos que viram melhora na situação econômica é de 27% entre os homens, e de 14% entre as mulheres. A percepção sobre esse cenário mais positivo varia conforme a renda, sendo que entre os mais pobres ele é menos comum. Na faixa de quem tem renda mensal de até 2 salários, 16% acreditam que a economia melhorou, ante 31% na faixa de 5 a 10 salários e 35% entre quem tem renda superior a 10 salários, segmentos que representam a população mais rica do país.

Na avaliação sobre a situação econômica pessoal, 20% apontavam que houve melhora, 30%, que houve piora, e 49%, que a situação é estável. Também neste caso houve mudança de percepção desde o levantamento de junho, quando esses índices eram de 10%, 40% e 49%, respectivamente.

Os dados da pesquisa mostram também que 50% avaliam que a crise econômica deve acabar em breve e que o país voltará a crescer nos próximos meses, enquanto 42% ainda acreditam que a crise deve demorar para acabar, e que, portanto, o Brasil não vai voltar a crescer tão cedo. Apenas 5% acreditam que a crise já acabou e que o país já voltou a crescer. Esse resultado também aponta para uma queda na percepção negativa sobre a economia do país em um curto espaço de tempo: em junho deste ano, dois em cada três brasileiros (67%) avaliavam que a crise demoraria para acabar, e que não haveria crescimento tão cedo; a avaliação de que a crise estava no fim e que logo haveria crescimento era compartilhada, à época, por 27%.

Na parcela da população que está otimista com o governo Bolsonaro, 62% avaliam que a crise está no fim e que logo a economia voltará a crescer, índice acima da média, enquanto 30% acreditam que a crise econômica ainda deve demorar para acabar.

A maioria (55%) dos brasileiros considera o Brasil um lugar ótimo ou bom para viver, e um em cada três (32%) o considera regular. A fatia descontente, que avalia a vida no país como ruim ou péssima, soma 14%. A taxa de satisfação com o Brasil é mais baixa entre os mais jovens (37%), e mais alta entre os mais velhos (71%). Os otimistas com o governo Bolsonaro têm avaliação mais positiva do país (61% consideram ótimo ou bom), enquanto entre os pessimistas fica acima da média a avaliação negativa do Brasil (24%).

O índice atual de satisfação com o Brasil fica abaixo do registrado em junho deste ano (60%). Na série histórica que tem início em março de 2000, a taxa mais alta de avaliação positiva (ótimo + bom) é a de julho de 2005 (80%).

Uma parcela também majoritária, de 69%, sente mais orgulho do que vergonha de ser brasileiro, enquanto 28% têm mais vergonha do que orgulho. Há ainda 3% que têm outras considerações sobre o tema ou preferiram não opinar. Entre os que preveem um governo Bolsonaro ótimo ou bom, 72% têm mais orgulho do que vergonha, índice que cai para 61% entre os que esperam um cenário negativo na gestão do próximo presidente. Na comparação com o levantamento de junho, o índice de brasileiros orgulhos cresceu 9 pontos (era de 60%).

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Tic Toc

28/12/2018 - 10h53

Trabalho informal dispara e desemprego continuará em alta nos próximos 10 anos.
Dívida pública chega a 77% em agosto -5.2 trilhões- e deve passar de 80% em 2020. O povo vai pagar a conta cedo ou tarde.

Grego

28/12/2018 - 10h11

As atividades golpistas anti-democráticas que já duram pelo menos 5/6 anos, dependendo do entendimento. Parabens aos paneleiros, coxinhas e trouxinhas.
Não satisfeitos com a derrota do psdb, para piorar. resolveram eleger o bolsonaro. Não vai demorar muito o estado golpista e o regime de exceção logo vai para 7 anos, 10 anos.

Raymond

28/12/2018 - 09h36

Comentários demais ? O blog está sendo monitorado a serviço do corrupto eleito ?

Tonho

28/12/2018 - 09h21

É tudo que as elitem querem. O povo alienado e longe da política.
Depois o pais entra na merda fascista e ninguem sabe por que.

Justiceiro

27/12/2018 - 20h02

Ser o segundo mais avaliado com 4%, não é um bom número para o Psol.

Deve ter uns 80% que detestam esse partido.

    Alan Cepile

    28/12/2018 - 09h48

    Teve crescimento de quase 70% na câmara, só perdeu pro partido do bozo.

Miramar

27/12/2018 - 19h28

Acho que é errado considerar que uma pessoa que não tem partido seja automaticamente de direita ou de esquerda. Eu próprio me considero de centro-esquerda, mas não me identifico com nenhum partido existente no Brasil. Por exemplo, votei e votarei no Ciro Gomes, mas pelo projeto e não por quê ele seja desse ou daquele partido.

Paulo

27/12/2018 - 19h00

Eu já estou nesse grupo dos sem-partido há muito tempo. E poderia acrescentar, também no grupo dos sem-candidato, rs…

Raymond

27/12/2018 - 17h15

Nada pode desviar da pergunta básica que ainda não está respondida: onde está, afinal, o Queiroz ? E tantas outras dúzias delas provenientes… onde se escondeu Queiroz ?

    Eduardo

    27/12/2018 - 17h25

    Queiroz deve estar escondido com o deputado petista pelo Rio, André Ciclismo. Aquele cujos assessores movimentaram 49,5 milhões. Merreca se comparado ao que movimentou Queiroz !

    Brasileiro da Silva

    27/12/2018 - 18h02

    A pergunta correta seria: aonde esta o Queiroz, aonde esta a Elisangela Barbiere 26,5 milhões e aonde estão todos os assessores apontados no relatório do COAF?

      Raymond

      28/12/2018 - 16h37

      A importância do Queiroz é porque é o laranja da família que vai tomar posse na presidência da república das goiabeiras. É pouco ? Onde está o Queiroz ? Isso não vai ficar barato !

Mistico

27/12/2018 - 16h46

brasil um pais de tolos.

Alan Cepile

27/12/2018 - 15h02

Os números mostram como o brasileiro é infantil politicamente.
Vou citar apenas um exemplo, como pode haver gente que tem preferência pelo PSL se este partido tem uma atuação praticamente nula em 24 anos de história?
Até as eleições deste ano o partido teve no máximo 1 deputado entre 513 e nenhum senador.
O povo brasileiro precisa crescer!

    ari

    28/12/2018 - 18h42

    Pesquisa é uma coisa interessante. As que falam das instituições, dão sempre o exército entre os primeiros lugares. Pare dez pessoas na rua e verá que ninguém sabe coisa alguma sobre o exército por se tratar de instituição extremamente fechada. A mesma coisa sobre aprovação ou não de governantes. Se mandar o pesquisado detalhar sua resposta provavelmente nada saberá dizer. Além de uma visão tosca de parte do nosso povo. ACM Neto é resíduo da Maldição ACM. Pertence ao pior partido brasileiro no que diz respeito aos interesses populares, ou seja, é literalmente um inimigo do povo e no entanto é bem avaliado. O mesmo diga-se do Bolsonaro, um cidadão sem consistência algum, sem passado político e no entanto consegue ser eleito, embora não com maioria e numa eleição talvez a mais fraudulenta de nossa história nos últimos 50 anos

Dimas

27/12/2018 - 14h46

Ou seja, a taxa de idiotas vem aumentando a medida que se aproxima o novo governo. Lamentável achar que os indicadores economicos vão melhorar quando sabemos que a equipe economica é tao despreparada quanto seu presidente.


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