Fiz uma compilação que estava há algum tempo querendo fazer, cruzando dados dos partidos políticos: filiados, quantidade de cargos eleitos ocupados.
Trata-se de um resumo com os 24 principais partidos, classificado pela quantidade de vereadores eleitos em 2016, já pensando na estrutura necessária para as próximas eleições municipais, em 2020.
Na tabela, observa-se que o PMDB é a legenda com o maior número de prefeitos (1.038) e vereadores (7.559) eleitos em 2016. O PSDB também possui um grande número de prefeitos (787) e vereadores (5.360).
A julgar por estes números, as análises sobre o “fim” dos “partidos tradicionais” são apressadas. Elas terão que ser confirmadas nas próximas eleições municipais.
No campo da centro-esquerda, as legendas com maior número de vereadores são, por ordem de grandeza: PDT (3.769), PSB (3.631) e PT (2.809). Em número de prefeitos eleitos, PSB vem à frente, com 404 administrações, seguido de PDT, com 328 prefeituras, e PT, com 256.
Ainda na esquerda, temos algumas outras legendas com peso relevante em número de vereadores e prefeitos. O PCdoB, por exemplo, tem 80 prefeitos e 1.002 vereadores. O PSOL, por sua vez, ainda é nanico em termos municipais, com apenas 2 prefeitos e 56 vereadores.
Em termos de deputados estaduais e federais, o PT é a legenda mais forte do campo progressista, com 83 deputados estaduais e 55 federais, seguido do PSB, com 63 estaduais e 32 federais e PDT, com 51 estaduais e 28 federais.
O PCdoB tem 21 deputados estaduais em todo país, e conseguiu eleger 10 deputados federais (já contando com o deputado do PPL, legenda incorporada). O PSOL tem 17 deputados estaduais e 10 federais.
No Senado, as legendas de centro-esquerda com representação são: PT (6 senadores), PDT (4), PSB (2) e Rede (5).
Em número de governadores, PT lidera com 4, seguido de PSB, com 3. PDT e PCdoB tem um governo estadual, cada.
Em quantidade de filiados, PT tem 1,59 milhão, seguido de PDT, com 1,26 milhão e PSB, com 656 mil. PCdoB tem 397 mil filiados e PSOL, 150 mil.
Outro dado importante para se entender a força de cada partido a partir de 2019 é a distribuição do fundo partidário. Confira o gráfico abaixo, elaborado pelo Metro Jornal, com a relação de quanto cada partido terá direito a receber no ano que vem.
A comparação é feita com 2017, porque 2018 foi um ano eleitoral, quando as legendas recebem, além do fundo partidário, também recursos eleitorais.
O partido mais rico de todos em 2019 será o do presidente da república, o PSL, que receberá R$ 106,28 milhões. Sem estrutura quase nenhuma, e com seus principais quadros ocupando cargos no governo federal, esse dinheiro corresponderá uma fortuna incalculável para a legenda de Bolsonaro.
Dentro do campo da centro-esquerda, a legenda mais rica, de longe, é o Partido dos Trabalhadores, embora tenha sofrido uma queda de 6% em sua arrecadação. Em 2017, o PT recebeu R$ 98,5 milhões e em 2019, receberá R$ 92,7 milhões.
PSB deverá receber R$ 50,3 milhões em 2019, um aumento de 21% sobre 2017.
O PDT experimentará um crescimento de 62% em receita partidária, que saltará para R$ 43 milhões.
O PSOL receberá R$ 27 milhões em 2019, mais que o dobro do recebido em 2017. O montante a ser recebido pelo PCdoB ainda será calculado. O partido incorporou o PPL para não ficar abaixo da cláusula de barreira e não perder fundo partidário e tempo de TV.