Lulismo, o vencedor moral de 2018

Foto: Fernando Pereira/Memorial da Democracia


Galera, primeiramente, de boa mesmo, tô escrevendo aqui uma tese que não é de hoje e nem por isso penso que ela seja verdadeira, apesar de defendê-la com entusiasmo. Por isso, tô aqui querendo enriquecer o debate em torno desse assunto que 1) me apaixona de verdade e 2) parece ser o problema principal do país: Lulinha, paz e amor.

O título, claro, vai da minha empolgação.

[Pra quem não vai ler até o final eu deixo a reflexão: se o antipetismo está tão forte, se o Lula tá tão fraco (preso, babaca!), por que parte do judiciário não deixa o cara nem mesmo dar entrevista?]

Outro dia, comentei no twitter que o presidente Lula era o único que conseguia fazer o que a esquerda tem procurado há meses: pautar o governo Bolsonaro. Com uma carta [carta, acho isso engraçado na era digital] para Cuba, sobre o Mais Médicos, o petista conseguiu um espaço no twitter do presidente eleito, espaço de comunicação mais importante dos dias de hoje.

A cada dia que passa, tenho cada vez mais segurança em defender a grandeza do presidente Lula. A maneira com que ele pauta o Brasil (totalmente, do povo às instituições, com destaque para todos tipo de mídia) é impressionante.

É um peso conjuntural que fica cada vez mais difícil de negar. Uma hora ele vai sair de lá, sorrindo ou não, e o país vai ter que lidar com isso. Tentar tratar isso no improviso é loucura.

Gente, o Lula não tem mais mandato. Ele é presidente de honra de um partido que manteve certa força institucional, mas sofreu um baque na região sudeste. Fora isso é uma pessoa que não exerce cargo público há quase 10 anos. Ele é oposição ao governo! Só podemos crer que ele tem força para fazer diferença na política brasileira se considerarmos que ele tem grande força popular [ é o que eu acho ;) ].

O cara tem 72 anos de idade e não apresentou o menor indício de querer fugir. Ele cumpriu os ritos constitucionais todos (foi republicano até demais, muitos criticam) e esteve o tempo todo em seus lugares conhecidos, como no instituto Lula (eu mesmo o visitei lá ano passado).

A gente precisa debater, profundamente, de onde sai esse curto circuito do Zeitgeist brasileiro que acontece toda vez que alguém quer mexer com o presidente Lula. Nós conhecemos a Nova República o suficiente para saber que unir, no mesmo dia, PGR, MPF, STF segurada por peripécias de uma ordem de primeira instância (quantas primeiras instâncias temos no país. Imagina o caos que isso vira com exemplos como esse) alguma coisa grandiosa tem que acontecer.

Era na cabeça. Era na cabeça da jararaca e os caras erraram.

Tadeu Porto: Petroleiro e Secretário adjunto de Comunicação da CUT Brasil
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