Leonel Brizola não tinha medo de autocrítica. Numa de suas entrevistas, concedidas logo após chegar do exílio, o líder trabalhista afirma que um de seus principais erros, e de toda esquerda, foi esquecer a necessidade de colaboração da classe média. Por essa razão, Brizola estava decidido a “não radicalizar” e a se afastar do que ele chama de “pequena burguesia radicalizada”.
A lição vale para a esquerda hegemonista de hoje, visto que a vitória de Bolsonaro foi construída, essencialmente, sobre o voto da classe média. Bolsonaro obteve maioria esmagadora da classe média, ao passo que o candidato do PT sofria de rejeição monstruosa nesses setores, que às vezes superam os 70%.
Assista ao trecho:
A íntegra da entrevista, concedida ao Canal Livre, em 1980, está aqui.