No site do jornal português Público
Escócia é o primeiro país a incluir aulas LGBTI em todas as escolas
O objectivo das aulas é fazer com que “todos as crianças e jovens LGBTI se sintam seguros, apoiados e incluídos na escola”. Mas também “promover a tolerância e as relações positivas” entre todos. Iniciativa governamental é estreia mundial.
RENATA MONTEIRO 9 de Novembro de 2018, 15:36 Partilhar notícia
A Escócia vai ser o primeiro país a leccionar, em todas as escolas públicas, os direitos das pessoas lésbicas, gay, bissexuais, transgénero e intersexo. O plano curricular vai passar a integrar a história dos movimentos que lutam pela igualdade da comunidade LGBTI, bem como discutir formas de explorar a terminologia e a identidade de género e combater a homofobia, bifobia e a transfobia.
O vice-primeiro-ministro escocês, John Swinney, apresentou no Parlamento, a 8 de Novembro, o relatório e as linhas de recomendação do grupo de trabalho Educação Inclusiva LGBTI. Estabelecido em Abril de 2017, o grupo foi liderado pelos representantes da campanha Time for Inclusive Education (TIE) e juntou dez comissões e associações tanto governamentais como não-governamentais — e até católicas. O governo escocês “aceitou por completo” todas as 33 propostas que resultaram da discussão.
“A Escócia já é considerada um dos países europeus mais progressivos na igualdade das pessoas LGBTI”, começou por dizer o vice-primeiro-ministro, referindo-se à sua protecção legal. “Estou encantado por anunciar que vamos ser o primeiro país no mundo a introduzir educação inclusiva no currículo escolar.”
O governo comprometeu-se a assegurar formação para actuais e futuros professores, melhorar a monitorização para assegurar a inclusão e facilitar o registo de queixas de bullying. As aulas dedicadas à inclusão e igualdade vão ser “transversais a diferentes idades e diferentes disciplinas, agrupadas em vários temas”. Os “factos vão ser apresentados de foram objectiva e sensível”. O objectivo é fazer com que “todos as crianças e jovens LGBTI se sintam seguros, apoiados e incluídos na escola” mas também “apoiar todos os estudantes para celebrarem as suas diferenças, promovendo a tolerância e as relações positivas”.
“Estas recomendações representam esforços para adoptar uma abordagem educacional para lidar com o preconceito contra jovens LGBTI”, escreve a LGBT Youth Scotland, uma das associações de voluntários que trabalha na área da inclusão social. “Os jovens LGBTI dizem sentir-se excluídos ou sub-representados da própria experiência de aprendizagem. A implementação das recomendações do grupo de trabalho são uma excelente oportunidade para assegurar que a Escócia é o melhor país para estas crianças e jovens crescerem e atingirem o seu potencial máximo”, disse o director executivo da organização.
Jordan Daly, co-fundador da TIE, campanha que se iniciou em 2015 e que vê aqui a sua “maior vitoria”, descreveu a aprovação das aulas de inclusão LGBTI como “um momento histórico” para o país que mostra, aos jovens desta comunidade, “que são valorizados na Escócia”. “A educação é uma das principais ferramentas ao nosso dispor para lidar com o bullying, preconceito e discriminação — é assim que se dá forma ao tecido da nossa sociedade.”
A Escócia descriminalizou a homossexualidade apenas em 1980, 13 anos depois da Inglaterra e do País de Gales. Até 2000, era proibido por lei “promover intencionalmente a homossexualidade” nas escolas escocesas.
Em 2016, relembra o Guardian, o antigo líder do Partido Trabalhista Escocês disse que o país tinha “o parlamento mais gay do mundo”, já que quatro dos seis líderes dos principais partidos ali representados se identificavam como lésbicas, gays ou bissexuais. No entanto, o mesmo jornal publicou esta semana uma reportagem que denunciava “o falhanço iminente das propostas de educação sexual” do governo escocês, para as escolas.
Tamosai
13/11/2018 - 13h33
São coisas longínquas, distantes, quase inatingíveis em certos lugares, chamadas civilização, humanismo, solidariedade, respeito à diversidade. É mais ou menos o que alguns brasileiros vêem quando visitam países europeus que oferecem educação gratuita e de boa qualidade, além de justiça social, mídia pluralista etc.
Se Darwin vivesse e voltasse a visitar o Brasil no ano 2018, talvez ficasse novamente espantado ao comparar a Inglaterra (mesmo depois da destruição Thatcherista) com o que se vê por aqui. O consolo é que esses elementos nefastos que chegaram ao poder não vão durar para sempre, como os milicos da ditadura, Sarney, Collor, Temer e FHC.
Padre Olegário
11/11/2018 - 16h02
Fico pensando como será a suástica bolsonariana… se não gosta de vermelho… vai ser verde mesmo! Cada um! E fico cogitando onde será o bunquer do suicídio forçado… se embaixo do congresso ou se mexer com os velhos aposentados… protestando nas ruas!
Justiceiro
10/11/2018 - 12h10
Escócia o primeiro??? quem disse?
O primeirão foi o Brasil com aquela prova ridícula do ENEM.
A FDP presidente do INEP até agora está escondida.
Paulo
10/11/2018 - 10h55
Não creio que essa matéria devesse ser abordada em sala de aula, especialmente para crianças…e notem a diferença: na Escócia, o homossexualismo era crime, até 1980 (pasmem!)! Aqui no Brasil, nunca foi, e esperemos que continue assim…
Ultra Mario
10/11/2018 - 20h34
Concordo, deveriamos ensinar as nossas crianças mais sobre violência e menos sobre amor.
Alberto
11/11/2018 - 11h24
Exato. Vence na vida quem aniquila e estraçalha os mais fracos, amor e compaixão é para os fracos. A sociedade deve ser dividida em classes e grupos distintos, e as minorias terão de se curvar. sou cristão e penso assim.
roberto ricardo dos santos leal
12/11/2018 - 11h14
MARCOS 8.36 – 36 POIS QUE APROVEITA AO HOMEM GANHAR O MUNDO INTEIRO E PERDER A SUA VIDA? (ALMA).