Notas internacionais (por Ana Prestes) 09/11/18
– Bolsonaro e equipe, pelo que busquei, calaram sobre política externa nas últimas horas. Única declaração foi do general Heleno de que possivelmente Bolsonaro não irá a Buenos Aires no final do mês para acompanhar Temer no G20 por motivos de saúde.
– Para a líder do comitê executivo da OLP (Organização para a Libertação da Palestina) e ex-deputada do Conselho Legislativo Palestino, Hanan Ashrawi, em entrevista à RFI, caso o Brasil transfira sua embaixada de Tel Aviv para Jerusalém, o país seria visto como “dando um passo ilegal e contra as exigências da paz”. Ela lembrou que o Paraguai chegou a transferir sua embaixada e voltou atrás. Embaixador palestino na ONU, Ibrahim Khraishi, também diz apostar que a mudança não vai ocorrer.
– Foi inaugurada ontem (8) em Brasília uma casa de apoio para imigrantes e refugiados. Coordenada pela Caritas, vai funcionar no Conic, região central da capital. O apoio financeiro virá da ACNUR e da Fundação Banco do Brasil.
– Com o país economicamente estrangulado, principalmente pelas sanções econômicas internacionais vindas dos EUA e da UE, cerca de 3 milhões de venezuelanos já teriam deixado o país no período recente. Sendo que destes, 600 mil estão na Europa. São dados divulgados ontem (8) em Genebra pela ACNUR e OIM, respectivamente alto comissariado da onu para refugiados e organização internacional de migrações. Brasil é um dos países que menos recebe venezuelanos, segundo os dados.
– Acusado no Caso Balda, o ex-presidente do Equador, Rafael Correa, que se encontra na Bélgica, foi novamente convocado pela suprema corte do Equador para ser julgado no país. Correa denuncia a perseguição política que sofre no seu país, por parte da justiça e do atual governo chefiado por Lenin Moreno.
– Começou ontem (8) no parlamento chileno um debate sobre um ajuste no sistema previdenciário. O nível de investimento ao longo de uma vida de trabalho e o montante recebido após a aposentadoria é muito discrepante. A intenção do governo é aumentar o percentual de contribuição individual para a previdência de 10% para 14%. O atual sistema de previdência chileno foi aprovado ainda na época de Pinochet há quarenta anos, criado pelos economistas chilenos formados na Universidade de Chicago, entre eles José Piñera, irmão do atual presidente chileno Sebastian Piñera. O sistema é focado em poupanças previdenciárias individuais, em que os riscos são transferidos do Estado para as pessoas, que tem suas poupanças geridas por empresas de capitalização.
– Trump deve assinar nos próximos dias decreto que endurece ainda mais o pedido de refúgio no país. Imigrantes que entrarem nos EUA por pontos não autorizados não terão mais direito de pedir refúgio. Trump está atuando contra o que ele chama de “invasão” de centro-americanos que se aproximam dos EUA. São quatro caravanas em marcha, sendo que a maior já partiu da cidade do México. Autoridades do país dizem que o pedido de refúgio nos EUA é garantido por lei, independente do ponto de entrada, e que o presidente não pode mudar isso por decreto.
– Trump teve outra derrota nos tribunais na sua tentativa de endurecer condições de vida de migrantes no país. Um programa que ele cancelou em setembro, o DACA, que protege os chamados “dreamers”, imigrantes que chegaram ainda crianças ao país, terá que ser mantido segundo a corte de apelações do país.
– Dos 535 parlamentares eleitos para as duas casas do congresso norte-americano, 8% são de origem latina. Democratas elegeram 33 e republicanos 7. Inclusive Alexandria Ocasio-Cortez, a mais jovem deputada eleita na história do país, com 29 anos, é de origem latina.
– A Itália também está endurecendo sua legislação para migrantes. Foi aprovado no senado e vai para a câmara de deputados um projeto de lei que entre outras coisas deve suprimir a categoria “proteção humanitária” para concessão de asilo no país, revoga permissão de residência por razões humanitárias, restringindo para desastres naturais e urgências de saúde o acolhimento a imigrantes por no máximo um ano no país.
– Foi estendida, pelo Conselho de Segurança da ONU, até 30 de abril de 2019 a Missão da ONU para o referendo no Saara Ocidental. A MINURSO funciona desde 1991 e tem a tarefa de monitorar o cessar fogo entre o reino do Marrocos e a autoridade do Saara Ocidental. Está previsto um referendo livre no qual o povo saarauí deverá escolher entre a independência e a integração ao Marrocos. A monarquia marroquina que coloniza o território e a população da região e mantém os mantém sobre o maior campo minado do mundo, nunca permitiu a realização do referendo popular.
– Já começaram na França as comemorações pelos 100 anos do fim da Primeira Guerra Mundial. As atividades culminarão no domingo (11), data do centenário, com a presença de vários chefes de Estado, entre eles Putin e Trump. No entanto, Trump declinou de participar do Fórum pela Paz, na capital francesa, também no domingo (11), organizado por Macron para discussões sobre a democracia e a importância do multilateralismo.
– A discussão sobre o controle da venda de armas nos EUA voltou com força após um atirador matar 11 pessoas em ataque a um bar na Califórnia, na noite de quarta (7). Um policial e o atirador também morreram. Muitas pessoas ficaram feridas ao tentar fugir. Outro caso ocorreu há dez dias em uma sinagoga em Pittsburgh.
– O presidente cubano Miguel Díaz-Canel está na China, onde prestou homenagem a Mao Tsé-Tung e outros líderes chineses na praça Tianamén. Díaz-Canel está em sua primeira viagem de visitas ao exterior como presidente cubano e já esteve na França, Rússia, RPDC e segue ainda para o Vietnã, Laos e Reino Unido. Na China ele assinou vários memorandos de entendimento nas áreas da indústria alimentícia, agricultura, energias renováveis, equipamentos de infraestrutura para turismo, cooperação com a nova rota da seda, esporte e outros.
– Segue a pressão sobre a Arábia Saudita para o fim da guerra contra o Iêmen. Jornalistas internacionais que cobrem o conflito dizem que o país já não existe e a população está morrendo de fome.
Guimarães Roberto
09/11/2018 - 21h02
Sobre armas nos EUA: A Emenda Constitucional (2ª) que permite a posse e o porte de arma de fogo nos EUA foi aprovada logo após a Guerra da Independência porque a população demonstrava receio de que um golpe de estado poderia ser dado por algum governador, por alguma milícia (depois,exército) ou, até mesmo, pelo presidente. É preciso ter em mente que a Independência dos EUA foi conquistada por forças militares formadas por milícias das Colônias, não havia, ainda, um exército nacional americano formado. Então, a Emenda da arma foi colocada na Constituição para deixar claro que o povo teria o direito de reagir com armas caso algum movimento golpista se apresentasse para tomar o poder. Resumidamente é essa a explicação para a posse e porte de arma de fogo pelo povo americano. Vale lembrar que a conquista, ampliação e manutenção de seu território foram feitas à bala tendo em vista que a região não estava vazia de homens e animais.
A partir desse fundamento percebe-se que será muito difícil modificarem a legislação sobre armas nos EUA. O fundamento é forte e o lobby também.
Paulo
09/11/2018 - 17h09
Quando será que o presidente cubano vai convocar eleições livres e por sufrágio universal, no país?
CAR-POA
09/11/2018 - 18h16
O DIA QUE VC VIRAR UM SER INTELIGENTE.