Assistam ao último programa eleitoral da eleição, que foi ao ar ontem, neste link.
Ele reflete a tendência de queda de Bolsonaro e, óbvia e consequentemente, de alta de Haddad.
O programa de Bolsonaro foi quase inteiro ocupado com ataques ao PT.
A estética é semelhante à usada nas reportagens sobre corrupção da grande mídia, certamente para que os eleitores façam, inconscientemente, a conexão. O narrador é uma espécie de Willian Bonner (ainda) mais sinistro.
Após 3 minutos e 45 segundos – o programa tem 5 minutos – de ataques, Bolsonaro aparece falando algumas platitudes sobre união e corrupção. Nada sobre povo, emprego, saúde e educação, é claro.
Depois da fala de Bolsonaro o programa é encerrado de forma positivamente bizarra.
Aparece uma foto de Lula com o semblante fechado, em preto e branco e com um letreiro vermelho em cima: “REAIS INTENÇÕES”. Entra, então, um áudio de uma ligação telefônica em que Lula fala: “Eu to com a seguinte tese, é guerra viu, e quem tiver com a artilharia mais forte, ganha”. Só isso. Lula falou uma obviedade insignificante e a campanha de Bolsonaro, tratando seus potenciais eleitores como estúpidos, tenta pintar isso como algo gravíssimo.
O programa do PT também começa com ataques ao adversário. Evidente que com muito mais consistência.
Basta colocar as frases do próprio Bolsonaro para demonstrar o quão prejudicial ao país seria a sua eleição.
As críticas a Bolsonaro duram em torno de 2 minutos e 10 segundos. Depois, o clima alto astral e a fala empolgada de Haddad constrastam com o clima de velório do programa de Bolsonaro.
A pesquisa Ibope que apurou 51% a 49% para Haddad na cidade que ele governou, São Paulo, foi usada com o mote do “Quem conhece Haddad, vota nele”.
Normalmente, o segundo colocado acaba atacando mais o adversário do que o primeiro, pela necessidade de arrancar-lhe votos. Bolsonaro lidera as pesquisas mas ataca virulentamente, enquanto Haddad, o segundo colocado até aqui, se apresenta de forma alto astral, em um clima nitidamente mais positivo.
Sinal de que a tendência captada por Datafolha/Ibope e confirmada pelo clima das ruas – de um acirramento da eleição e da real possibilidade de uma virada – é preocupante para a campanha de Bolsonaro.
Em São Paulo e no Rio de Janeiro, a militância de esquerda está nas ruas desde ontem virando votos, movimento que deve estar se repetindo em outros lugares. A militância de Bolsonaro está tímida, também pela falta de experiência em campanha política fora do ambiente virtual.
Como diria aquele narrador chato (produz memes engraçados, convirjamos), haja coração, amigo.
Fehnelon
27/10/2018 - 23h39
O campo democrático precisa de cada um disponível… Cade o Ciro?
Ultra Mario
28/10/2018 - 01h20
O candidato é o Haddad. Esquece o Ciro.
Você não vê o Bolsonaro se rastejando por aí em busca de apoio.
Justiceiro
27/10/2018 - 16h07
Dá pena de ver gente como o cara que escreveu essas asneiras. Desde a virada do segundo turno, quando não tinha Alckimin pra fazer o jogo sujo, que o bananão ataca de forma virulenta, covarde bolsonaro. Bastava alguém aparecer morto que a culpa era do capitão.
Addad usou e abusou da garota que apareceu tatuada com a suástica, mas quando foi descoberto que ela mesmo fez, o canalha não disse nada.
Addad acusou o General Mourão de ser torturado, mas foi desmascarado. Addad acusa os eleitores de Bolsonaro de agressores, de marginais não reconhecendo nestes o direito de votar em quem desejar. Sempre se botou como o único candidato da democracia. Votar no outro é ser antidemocrático.
Como disse Cid Gomes, vai perder feio.