No Datafolha divulgado ontem, Haddad tem 57% das intenções de voto entre LGBTs, enquanto Bolsonaro tem 29%.
Ainda é muito voto para Bolsonaro.
Após o resultado amplamente favorável ao ex-capitão no primeiro turno, a violência contra LGBTs explodiu. Eu mesmo presenciei diversos relatos.
Uma pessoa me contou que seus amigos foram ameaçados na Rua Augusta, em São Paulo – “Aproveitem, quando o Bolsonaro ganhar, vocês não vão poder mais andar assim”. Logo em seguida à ameaça, foram comprar roupas “com cara de hétero” para esconder sua própria personalidade, com medo do que vem por aí.
Outra pessoa me contou que uma amiga sofreu uma cusparada na cara ao andar pelas ruas com sua companheira.
Muitos transexuais foram assassinados após o primeiro turno. Alguns morreram ouvindo coisas como “Aqui é Bolsonaro, porra”.
Imaginem o número de casos como esses por todo o Brasil. Em pleno 2018, minha gente.
Não era difícil prever que esse tipo de coisa aconteceria. Afinal, Bolsonaro falou um sem número de atrocidades sobre a população LGBT. Vou citar apenas uma: “Prefiro filho morto em acidente a um homossexual”.
Esse tipo de frase é nada mais, nada menos do que assassina.
Legitima que o bando de descerebrados que não se conforma com o que outros fazem na sua intimidade – certamente para encobrir, para si mesmos, os próprios desejos – saia ameaçando, agredindo e até matando pessoas aleatoriamente por aí.
Votar em Haddad é não permitir que esses imbecis se sintam ainda mais à vontade para cometerem esse tipo de violência.
É um voto para que todos possam ter o direito mais básico de todos: existir como lhe aprouver.
Um voto pelo direito de viver em paz.