Judiciário jogando pesado contra os espaços onde ainda existe resistência ao autoritarismo…
***
Na Folha
Universidades de todo o país são alvo de ações policiais e da Justiça Eleitoral
Entidades e comunidade acadêmica repudiam operações, que aconteceram em diversos estados
26.out.2018 à 0h55
SÃO PAULO e RIO DE JANEIRO
Policiais e fiscais de tribunais eleitorais desencadearam uma série de ações em universidades públicas por todo o país que despertaram reação da comunidade acadêmica e de entidades da sociedade civil.
As medidas, na maior parte delas relacionadas à fiscalização de suposta propaganda eleitoral irregular, vêm acontecendo nos últimos três dias. Críticos das operações apontam censura.
No Rio de Janeiro, por exemplo, a Justiça ordenou que a Faculdade de Direito da UFF (Universidade Federal Fluminense) retirasse da fachada uma bandeira em que aparece a mensagem “Direito UFF Antifascista”. A bandeira chegou a ser removida na terça-feira (23) sem que houvesse mandado judicial, mas logo depois foi recolocada por alunos.
A decisão judicial, proferida após 12 denúncias recebidas contra a faixa, diz que ela teria “conteúdo de propaganda eleitoral negativa contra o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro [PSL]”. No lugar da antiga bandeira, apareceu uma nova com a palavra “censurado” no prédio. Os estudantes, que negam ter feito propaganda político-partidária, organizam uma manifestação para esta sexta (26).
Fachada da faculdade de direito da UFF, no Rio, com faixa escrito “censurado”
Fachada da faculdade de direito da UFF, no Rio, com faixa escrito “censurado” – Divulgação
Na Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), também houve ação de policiais militares para a retirada de faixas: uma em homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada em março, e outra em que estava escrito “Direito Uerj Antifascismo”. Segundo a universidade, não havia mandado judicial para a remoção, e as bandeiras continuam na entrada do campus Maracanã.
Também houve relatos de ações na Unirio.
Em nota, a seção do Rio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) manifestou “repúdio” a “decisões da Justiça Eleitoral que tentam censurar a liberdade de expressão de estudantes e professores das faculdades de direito”. A entidade afirma ainda que “a manifestação livre, não alinhada a candidatos e partidos, não pode ser confundida com propaganda eleitoral”.
No Rio Grande do Sul, a Justiça Eleitoral barrou a realização de um evento denominado “Contra o Fascismo, Pela Democracia”, sob a alegação de que seria ato eleitoral dentro de uma instituição federal.
Nesta quinta-feira (25), manifestantes realizaram um ato contra a decisão. Um dos que estariam presentes no evento, o ex-governador e ex-ministro da Justiça Tarso Genro (PT), disse ter sido censurado e afirmou que até durante a ditadura militar (1964-1985) proferiu conferências e palestras.
Na Paraíba, houve ações em três universidades. Na manhã desta quinta, policiais federais estiveram na sede da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Campina Grande. Cumpriam mandado de busca e apreensão de panfleto denominado “Manifesto em defesa da democracia e da universidade pública”, bem como outros supostos materiais a favor de Fernando Haddad (PT).
A associação nega qualquer ação em favor de algum dos candidatos à Presidência e diz que se tratava de um manifesto em defesa da democracia.
Polícia e Justiça Eleitoral no interior da Universidade Federal da Paraíba – Facebook/Reprodução
Na Estadual da Paraíba, segundo a reitoria, fiscais do TRE fiscalizaram se havia propaganda política até dentro das salas de aula. Houve também relatos de confusão na federal do estado.
Na Universidade Federal da Grande Dourados, em Mato Grosso do Sul, uma aula pública intitulada “Esmagar o Fascismo” foi suspensa por um mandado do TRE, de acordo com o diretório acadêmico da instituição. O evento aconteceria nesta quinta (25), na universidade.
Em nota, a Campanha Nacional pelo Direito à Educação disse repudiar “decisões da Justiça Eleitoral que tentam censurar a liberdade de expressão de membros de comunidades acadêmicas, ferindo seus direitos civis e políticos, bem como o princípio constitucional da autonomia universitária”.
No Pará, PMs entraram armados na tarde de quarta (24) em um campus da UEPA (Universidade do Estado do Pará) para averiguar o teor ideológico de uma aula e ameaçaram de prisão um professor. A polícia foi chamada por uma das alunas, que é filha de um policial, após o docente ter feito uma menção à produção de fake news.
O professor Mário Brasil Xavier, coordenador do Curso de Ciências Sociais da UEPA, conta que realizava um curso e, em tom de brincadeira com outra aluna, sugeriu que a divulgação dos slides da aula não gerasse fake news. Uma das alunas se sentiu ofendida e chamou o pai policial.
J. Alcantara
26/10/2018 - 20h32
Professor de universidade do Pará é interrogado por PMs após abordar tema das fake news em aula.
Ensinar as coisas mais básicas no Brasil virou crime.
Paulo
26/10/2018 - 15h29
Não sei exatamente o que dizem os pormenores da legislação eleitoral, mas me parece, já “a priori”, que órgão públicos não devem comportar propaganda política, qualquer que seja…
Nostradamus ( banquinho & bacia )
26/10/2018 - 15h57
Só pode é o dono da Havan constranger os funcionários a votarem no Bolsonaro né Paulo ? E investir milhões e milhões para impulsionar WhatsApp né Paulo ? E o Mussi não fazer nada transformando tudo em chimia né Paulo ?
Cara, a moçada quer se manifestar agora para não tomar porrada a partir de segunda feira… não… já apareceu um baleado na porta da URJ agora mesmo! Nem esperaram… imagina!
Nostradamus
26/10/2018 - 16h01
Baleado não… infelizmente já está morto!
PS: Gentileza liberar meu comentário sobre Marx que o rapaz fascista abaixo chamou de imbecil.
Paulo
26/10/2018 - 16h06
Onde exatamente eu escrevi isso? Ah, sei, você leu numa quadra, né!?
ari
26/10/2018 - 21h10
Cara, acorda, no dia em que começarem a censurar a universidade, a cultura do país para. Esta é uma das razões porque a Espanha de Franco, por exemplo, durante muitos anos nada produziu.
Paulo
27/10/2018 - 00h31
Ari, a Espanha é decadente desde o fim da Era do Capitalismo Comercial. Não foi culpa do Franco. Não em relação a isso, pelo menos…
Deusdedit Leal da Silva
26/10/2018 - 14h18
Miguel o problema não reprimir é por ordem na casa. As Universidade virou um lixo , uma verdadeira sodoma e comora . Com esta onde esquerdistas perdeu se os valores em todos os sentidos . São todos os tipos de doutrinas e seguidores. E não é bem assim. Então impor um certo limite não custa nada.O problema não em relação a aula publica na cidade de Dourado o problema foi ali os atos praticados pelos alunos. Não interessa de que lado você esteja politicamente, ou para qual candidato você vai votar. Estamos passando por uma crise moral e as ideologias de todos os níveis é que estão direcionando e ditando as regras dos jogo. E vocês que tem a comunicação e esta todos os dias nos informando a imparcialidade é fundamental para termos uma democracia de direita e não uma esquerda do proletariado, que estão acabando com a nossa juventude. Eles são doutrinados para o capital e mais valia, sem saber e sem entender o porque não deu certo nos países de origens .A mais de um século vem abalando o mundo – e tem sido objeto de veementes críticas e violentos ataques por onde tentam dar seguimento nesta doutrina que la fora não deu certo.Não se aplica aqui a Chamada Acumulação Primitiva. A doutrina do Capital e o trabalho do imbecil KARL MARX , que por sinal morreu na miséria e odiado por todos e sem nunca ter trabalhado ? É um absurdo você ver pessoas como Daniela D’vila quando abre a matraca tentando nos convencer que a doutrina é linda e por isto que eles orientam os alunos das escolas a seguirem esta e outras doutrinas que para o Brasil não é viável. E finalizo preocupado com o país que é nosso e não de ideologia. Quero ver o meu post publicado, porque o Pedro não publica as minhas postagens, porque sou um critico dele.
Luiz
26/10/2018 - 14h54
Meu Deus, a que ponto chega a imbecilidade humana. Deusdedit, para de ler Veja, de assistir Globo e outros lixos. Certas coisas guardamos para nós mesmos e não divulgamos. Só mentes doentias tem medo da informação. Seu comentário é doente. Coisa de gente que não tem a menor noção do que seja estado democrático de direitos. Não existe crise moral alguma, o que existe é uma sede de poder de falsos profetas e mercadores da fé, querendo sugar o estado e difundir suas ideias atrasadas e hipócritas. Acorda cidadão.
ari
26/10/2018 - 21h14
“…imbecil KARL MARX”
Caramba, é algo como dizer “o idiota do Beethoven, o retardado do Michelangelo, o trastedo Thomas Mann”. Será que o cidadão não tem um mínimo de senso do ridículo?
Nostradamus ( banquinho & bacia & porrete )
26/10/2018 - 15h21
Chamar o filósofo considerado o pai da historia moderna, o patrono da história científica moderna, mais precisamente, de imbecíl é ser tosco de uma forma brutal, é ser burro ao quadrado. Quase todas as ciências tiveram contribuições do filosofo e não somente a sociologia, política e economia! Foi o próprio filósofo quem melhor desvendou o que é ideologia, justamente ele, seu crápula, cocô de morcego! E você sabe o que significa momento histórico ? Pois são dele as maiores contribuições para a compreensão do fenômeno. Mas vocês tem que escolher um inimigo para bater, os comunistas petistas seus desgraçados vampiros golpistas! Vocês estão já há tempo nas delegacias espreitando uma oportunidade para botar o fascismo em prática abertamente. Veladamente já o fazem. Basta ter entrado numa delegacia para ver essa cambada de crentes delegados e sim corruptos & corruptores, inclusive de menores, de mulheres… Criados e doutrinados na IDEOLOGIA da prosperidade pensam em ficar ricos logo, invejam quem tem dinheiro, querem cagar na cabeça dos outros como forma de compensar o poder que sabem não possuírem… mas… espreitam e articulam, sem ética, sem Deus, sem nada… seus crentes… Aleluia. Glória a Deus. Palavras banais na boca de fascistas! Vocês só enganam marinheiros de primeira viagem !!!