Suástica em jovem foi ato de automutilação ou consentimento, diz laudo
Publicado em 24/10/2018 – 12:40
Por Carolina Gonçalves – Repórter da Agência Brasil Brasília
Um laudo da Polícia Civil do Rio Grande do Sul apontou que os cortes feitos em forma de suástica no corpo de uma jovem de 19 anos foram resultado de automutilação ou uma intervenção consentida por ela. De acordo com o delegado Paulo César Caldas Jardim, responsável pelas investigações do caso, que veio à tona há duas semanas, em Porto Alegre, disse que não há cortes na pele, apenas arranhões na epiderme – parte mais superficial.
“O que ressalta aos olhos é que todos os traços são bem retilíneos. São 23 riscos muito certos e todos muito superficiais”, disse Jardim à reportagem da Agência Brasil. A perícia descartou o uso de objeto cortante e apontou o provável uso de objetos como um grampo ou uma bijouteria.
Paulo César Jardim disse que a jovem faz tratamento psiquiátrico e toma diversos remédios. “É uma fragilidade emocional”, acrescentou. O procedimento será encaminhando hoje para a Justiça e a pena por falsa comunicação de crime pode variar entre 6 meses a 1 ano de detenção.
A suposta vítima relatou ter sido agredida no início da noite do último dia 8, quando descia do ônibus. Jardim, que está no comando do caso desde o ocorrido, informou que, segundo depoimento da jovem, na data, três agressores riscaram o símbolo em sua barriga com um canivete e a agrediram com socos.
Durante a ocorrência, ela vestia uma camiseta com críticas ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) que tem como slogan “Ele não”. “O fato aconteceu numa segunda-feira e ela registrou o depoimento na terça-feira, porque uma amiga queria colocar a imagem no Facebook e precisava registrar o boletim policial para esquentar o fato”, afirmou o delegado.
Segundo Jardim, a jovem chegou acompanhada por mais de dois advogados e não queria depor ou fazer uma representação criminal. “Continuei a diligência para ver se havia outros tipos penais, e fizemos uma serie de investigações”, disse.
O laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP) do estado aponta lesões superficiais, contínuas, uniformes e sem profundidade. De acordo com a perícia, a jovem não apresentou reações sequer involuntárias esperadas como estímulos naturais a uma agressão.