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Porque Bolsonaro é fascista

Da página Meu Professor de História Autor: Ruben Klaus Acabei de ver o discurso de hoje do Bolsonaro. Inegavelmente um discurso neofascista. Uma análise rápida de alguns pontos: “Nós somos a maioria. Nós somos o Brasil de verdade.” Exclusão das minorias como o “falso” do Brasil. “Perderam ontem, perderam em 2016 e vão perder semana […]

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Da página Meu Professor de História
Autor: Ruben Klaus

Acabei de ver o discurso de hoje do Bolsonaro. Inegavelmente um discurso neofascista. Uma análise rápida de alguns pontos:

“Nós somos a maioria. Nós somos o Brasil de verdade.”

Exclusão das minorias como o “falso” do Brasil.

“Perderam ontem, perderam em 2016 e vão perder semana que vem de novo”.

Continuidade entre o golpe (“impeachment”) e a sua provável eleição. Está correto.

“Só que a faxina agora será muito mais ampla. Essa turma se quiser ficar aqui vai ter que se colocar sob a lei de todos nós. Ou vão pra fora ou vão pra cadeia. Esses marginais vermelhos serão banidos de nossa pátria.”

Desumanização do adversário político, identificando-o com “sujeira”. Promessa de banimento caso não se coloque “sob a lei”. O que é a “lei” é esclarecido mais tarde.

“Ninguém vai sair dessa pátria, porque essa pátria é nossa. Não é dessa gangue que tem uma bandeira vermelha e tem a cabeça lavada.”

Lembrando que as minorias estão excluídas da “nossa pátria”, a esquerda política é igualada ao crime (“gangue”). A contradição entre “ninguém vai sair dessa pátria” com o “serão banidos da nossa pátria” é resolvida com criminalização/exclusão/desumanização dos banidos – eles não são ninguém.

“Sem indicações políticas faremos um time de ministros que realmente atenderá as necessidades do nosso povo.”

Promessa claramente absurda, já que toda indicação é política. Na melhor das hipóteses, indica política tecnocrática. Pode indicar tendência autocrática, anti-política.

“O Brasil será respeitado lá fora. O Brasil não será mais motivo de chacota junto ao mundo.”

O Brasil está sendo motivo de espanto no mundo todo por causa desse candidato. Complexo de inferioridade.

“Seu Lula da Silva, se você estava esperando o Haddad ser presidente para assinar o decreto de indulto, eu vou te dizer uma coisa: você vai apodrecer na cadeia! Brevemente você terá Lindberg Farias para jogar dominó no xadrez. Aguarde, o Haddad vai chegar aí também. Mas não será para visitá-lo, não. Será para ficar alguns anos ao seu lado. Já que vocês se amam tanto, vocês vão apodrecer na cadeia. Porque lugar de bandido que rouba o povo é atrás das grades.”

Aqui Bolsonaro se arvora no papel de Judiciário, prometendo prisão perpétua a Lula e encarceramento ao seu concorrente na eleição, a futura oposição. Ameaça explícita e claríssima manifestação de autoritarismo.

“Você achava que tava tudo dominado? Não tava, não. Esse povo sempre se levantou nos momentos mais difíceis da nossa nação, para exatamente salvá-la. Vocês da Paulista, vocês que fazem manifestação em todo o Brasil, vocês estão salvando a nossa pátria. Não tenho palavras para agradecê-los nesse momento. Vocês estão salvando o meu, o seu, o nosso Brasil. Petralhada: vai tudo vocês (sic) pra ponta da praia! Vocês não terão mais vez em nossa pátria, que eu vou cortar todas as mordomias de vocês! Vocês não terão mais ONG’s para saciar a fome de mortadela de vocês. Será uma limpeza nunca visto (sic) na história do Brasil. Vagabundo vai ter que trabalhar! Vai deixar de fazer demagogia junto ao povo brasileiro. Vocês verão as instituições sendo reconhecidas. Vocês verão umas forças armadas altiva (sic) que estará colaborando com o futuro do Brasil. Vocês, petralhada, verão uma polícia civil e militar com retaguarda jurídica pra fazer valer a lei no lombo de vocês!”

Reitera promessa de banimento de um grupo político. Conspiracionismo (“tudo dominado”), misticismo nacionalista (“salvação da pátria”). Vagabundo vai ter que trabalhar – “o trabalho liberta” [Arbeit macht frei, inscrição dos campos de concentração nazistas]. Promessa de violência política – a lei “no lombo”.

“Bandido do MST, bandido do MTST, as ações de vocês serão tipificadas como terrorismo! Vocês não levarão mais o terror ao campo ou à cidade. Ou vocês se enquadram e se submetem às leis, ou vão fazer companhia ao cachaceiro lá em Curitiba!”

Promessa de criminalização e encarceramento de movimentos sociais. Aqui está a “lei” referida anteriormente – quem não se adequa será banido. Referência chula ao ex-presidente.

“Conclamo a todos vocês que continuem mobilizados e participem ativamente por ocasião das eleições no próximo domingo. De forma democrática…”

Referência cínica à “democracia”, após prometer banimento de adversários políticos, exclusão de minorias, criminalização de movimentos sociais e encarceramento do opositor na eleição.

“sem mentiras, sem fake news, sem Folha de São Paulo! Nós ganharemos essa guerra. Queremos a imprensa livre, mas com responsabilidade. A Folha de São Paulo é o maior fake news do Brasil. Vocês não terão mais verba publicitária do governo. Imprensa livre: parabéns! Imprensa vendida: meus pêsames!”

Promete retaliar veículos de imprensa não-alinhados, o momento de maior ênfase do discurso. Semeia confusão ao atribuir as próprias práticas (fake news) a terceiros. “Guerra”, expressão militar, para se referir à eleição.

“Somos amantes da liberdade. Queremos a democracia e queremos viver em paz. Nós amamos as nossas famílias. Nós respeitamos as crianças. Nós respeitamos todas as religiões. Nós não queremos socialismo. Nós queremos distância de ditaduras do mundo todo. Amigos da Paulista e do Brasil: muito obrigado a todos vocês. E vamos juntos trabalhar para que no próximo domingo aquele grito que está em nossa garganta que simboliza tudo o que nós somos seja posto para fora: Brasil acima de tudo e Deus acima de todos!”

Da “liberdade” foram excluídos a esquerda, os “petralhas”, a “bandeira vermelha”, as minorias, os movimentos sociais. Assim se tem “paz” e se pode praticar as liberdades de mercado neoliberais. Brasil acima de tudo – “Deutschland uber alles” era o lema da Alemanha nazista”; Deus acima de todos – tendência teocrática.

Esse discurso resume bem a catástrofe que será a eleição desse sujeito. O discurso foi lido, logo não foi de improviso. A regressão civilizatória é, a meu ver, irreversível.

De Ruben Klaus

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Serg1o Se7e

24/10/2018 - 10h00

Vamos ler um pouco sobre o tema?
Se dêem a esse trabalho, pelo menos uma vez na vida.
————-

https://mises.org.br/Article.aspx?id=1343

O que realmente é o fascismo
Todo mundo sabe que o termo fascista é hoje pejorativo; um adjetivo frequentemente utilizado para se descrever qualquer posição política da qual o orador não goste. Não há ninguém no mundo atual propenso a bater no peito e dizer “Sou um fascista; considero o fascismo um grande sistema econômico e social.”

Porém, afirmo que, caso fossem honestos, a vasta maioria dos políticos, intelectuais e ativistas do mundo atual teria de dizer exatamente isto a respeito de si mesmos.

O fascismo é o sistema de governo que opera em conluio com grandes empresas (as quais são favorecidas economicamente pelo governo), que carteliza o setor privado, planeja centralizadamente a economia subsidiando grandes empresários com boas conexões políticas, exalta o poder estatal como sendo a fonte de toda a ordem, nega direitos e liberdades fundamentais aos indivíduos (como a liberdade de empreender em qualquer mercado que queira) e torna o poder executivo o senhor irrestrito da sociedade.

Tente imaginar algum país cujo governo não siga nenhuma destas características acima. Tal arranjo se tornou tão corriqueiro, tão trivial, que praticamente deixou de ser notado pelas pessoas. Praticamente ninguém conhece este sistema pelo seu verdadeiro nome.

É verdade que o fascismo não possui um aparato teórico abrangente. Ele não possui um teórico famoso e influente como Marx. Mas isso não faz com que ele seja um sistema político, econômico e social menos nítido e real. O fascismo também prospera como sendo um estilo diferenciado de controle social e econômico. E ele é hoje uma ameaça ainda maior para a civilização do que o socialismo completo. Suas características estão tão arraigadas em nossas vidas — e já é assim há um bom tempo — que se tornaram praticamente invisíveis para nós.

E se o fascismo é invisível para nós, então ele é um assassino verdadeiramente silencioso. Assim como um parasita suga seu hospedeiro, o fascismo impõe um estado tão enorme, pesado e violento sobre o livre mercado, que o capital e a produtividade da economia são completamente exauridos. O estado fascista é como um vampiro que suga a vida econômica de toda uma nação, causando a morte lenta e dolorosa de uma economia que outrora foi vibrante e dinâmica.

As origens do fascismo

A última vez em que as pessoas realmente se preocuparam com o fascismo foi durante a Segunda Guerra Mundial. Naquela época, dizia-se ser imperativo que todos lutassem contra este mal. Os governos fascistas foram derrotados pelos aliados, mas a filosofia de governo que o fascismo representa não foi derrotada. Imediatamente após aquela guerra mundial, uma outra guerra começou, esta agora chamada de Guerra Fria, a qual opôs o capitalismo ao comunismo. O socialismo, já nesta época, passou a ser considerado uma forma mais branda e suave de comunismo, tolerável e até mesmo louvável, mas desde que recorresse à democracia, que é justamente o sistema que legaliza e legitima a contínua pilhagem da população.

Enquanto isso, praticamente todo o mundo havia esquecido que existem várias outras cores de socialismo, e que nem todas elas são explicitamente de esquerda. O fascismo é uma dessas cores.

Não há dúvidas quanto às origens do fascismo. Ele está ligado à história da política italiana pós-Primeira Guerra Mundial. Em 1922, Benito Mussolini venceu uma eleição democrática e estabeleceu o fascismo como sua filosofia. Mussolini havia sido membro do Partido Socialista Italiano.

Todos os maiores e mais importantes nomes do movimento fascista vieram dos socialistas. O fascismo representava uma ameaça aos socialistas simplesmente porque era uma forma mais atraente e cativante de se aplicar no mundo real as principais teorias socialistas. Exatamente por isso, os socialistas abandonaram seu partido, atravessaram o parlamento e se juntaram em massa aos fascistas.

Foi também por isso que o próprio Mussolini usufruiu uma ampla e extremamente favorável cobertura na imprensa durante mais de dez anos após o início de seu governo. Ele era recorrentemente celebrado pelo The New York Times, que publicou inúmeros artigos louvando seu estilo de governo. Ele foi louvado em coletâneas eruditas como sendo o exemplo de líder de que o mundo necessitava na era da sociedade planejada. Matérias pomposas sobre o fanfarrão eram extremamente comuns na imprensa americana desde o final da década de 1920 até meados da década de 1930.

Qual o principal elo entre o fascismo e o socialismo? Ambos são etapas de um continuum que visa ao controle econômico total, um continuum que começa com a intervenção no livre mercado, avança até a arregimentação dos sindicatos e dos empresários, cria leis e regulamentações cada vez mais rígidas, marcha rumo ao socialismo à medida que as intervenções econômicas vão se revelando desastrosas e, no final, termina em ditadura.

O que distingue a variedade fascista de intervencionismo é a sua recorrência à ideia de estabilidade para justificar a ampliação do poder do estado. Sob o fascismo, grandes empresários e poderosos sindicatos se aliam entusiasticamente ao estado para obter proteção e estabilidade contra as flutuações econômicas, isto é, as expansões e contrações de determinados setores do mercado em decorrência das constantes alterações de demanda por parte dos consumidores. A crença é a de que o poder estatal pode suplantar a soberania do consumidor e substituí-la pela soberania dos produtores e sindicalistas, mantendo ao mesmo tempo a maior produtividade gerada pela divisão do trabalho.

Os adeptos do fascismo encontraram a perfeita justificativa teórica para suas políticas na obra de John Maynard Keynes. Keynes alegava que a instabilidade do capitalismo advinha da liberdade que o sistema garantia ao “espírito animal” dos investidores. Ora guiados por rompantes de otimismo excessivo e ora derrubados por arroubos de pessimismo irreversível, os investidores estariam continuamente alternando entre gastos estimuladores e entesouramentos depressivos, fazendo com que a economia avançasse de maneira intermitente, apresentando uma sequência de expansões e contrações.

Keynes propôs eliminar esta instabilidade por meio de um controle estatal mais rígido sobre a economia, com o estado controlando os dois lados do mercado de capitais. De um lado, um banco central com o poder de inflacionar a oferta monetária por meio da expansão do crédito iria determinar a oferta de capital para financiamento e estipular seu preço, e, do outro, uma ativa política fiscal e regulatória iria socializar os investimentos deste capital.

Em uma carta aberta ao presidente Franklin Delano Roosevelt, publicado no The New York Times em 31 de dezembro de 1933, Keynes aconselhava seu plano:

Na área da política doméstica, coloco em primeiro plano um grande volume de gastos sob os auspícios do governo. Em segundo lugar, coloco a necessidade de se manter um crédito abundante e barato. … Com estas sugestões . . . posso apenas esperar com grande confiança por um resultado exitoso. Imagine o quanto isto significaria não apenas para a prosperidade material dos Estados Unidos e de todo o mundo, mas também em termos de conforto para a mente dos homens em decorrência de uma restauração de sua fé na sensatez e no poder do governo. (John Maynard Keynes, “An Open Letter to President Roosevelt,” New York Times, December 31, 1933 in ed. Herman Krooss, Documentary History of Banking and Currency in the United States, Vol. 4 (New York: McGraw Hill, 1969), p. 2788.)

Keynes se mostrou ainda mais entusiasmado com a difusão de suas ideias na Alemanha. No prefácio da edição alemã da Teoria Geral, publicada em 1936, Keynes escreveu:

A teoria da produção agregada, que é o que este livro tenciona oferecer, pode ser adaptada às condições de um estado totalitário com muito mais facilidade do que a teoria da produção e da distribuição sob um regime de livre concorrência e laissez-faire. (John Maynard Keynes, “Prefácio” da edição alemã de 1936 da Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, traduzido e reproduzido in James J. Martin, Revisionist Viewpoints (Colorado Springs: Ralph Myles, 1971), pp. 203?05.)

Controle estatal do dinheiro, do crédito, do sistema bancário e dos investimentos é a base exata de uma política fascista. Historicamente, a expansão do controle estatal sob o fascismo seguiu um padrão previsível. O endividamento e a inflação monetária pagaram pelos gastos estatais. A resultante expansão do crédito levou a um ciclo de expansão e recessão econômica. O colapso financeiro gerado pela recessão resultou na socialização dos investimentos e em regulamentações mais estritas sobre o sistema bancário, ambos os quais permitiram mais inflação monetária, mais expansão do crédito, mais endividamento e mais gastos. O subsequente declínio no poder de compra do dinheiro justificou um controle de preços e salários, o qual se tornou o ponto central do controle estatal generalizado. Em alguns casos, tudo isso aconteceu rapidamente; em outros, o processo se deu de maneira mais lenta. Porém, em todos os casos, o fascismo sempre seguiu este caminho e sempre descambou no total planejamento centralizado.

Na Itália, local de nascimento do fascismo, a esquerda percebeu que sua agenda anticapitalista poderia ser alcançada com muito mais sucesso dentro do arcabouço de um estado autoritário e planejador. Keynes teve um papel-chave ao fornecer uma argumentação pseudo-científica contra o laissez-faire do velho mundo e em prol de uma nova apreciação da sociedade planejada. Keynes não era um socialista da velha guarda. Como ele próprio admitiu na introdução da edição nazista da Teoria Geral, o nacional-socialismo era muito mais favorável às suas ideias do que uma economia de mercado.

Características

Examinando a história da ascensão do fascismo, John T. Flynn, em seu magistral livro As We Go Marching, de 1944, escreveu:

Um dos mais desconcertantes fenômenos do fascismo é a quase inacreditável colaboração entre homens da extrema-direita e da extrema-esquerda para a sua criação. Mas a explicação para este fenômeno aparentemente contraditório jaz na seguinte questão: tanto a direita quanto a esquerda juntaram forças em sua ânsia por mais regulamentação. As motivações, os argumentos, e as formas de expressão eram diferentes, mas todos possuíam um mesmo objetivo, a saber: o sistema econômico tinha de ser controlado em suas funções essenciais, e este controle teria de ser exercido pelos grupos produtores.

Flynn escreveu que a direita e a esquerda discordavam apenas quanto a quem seria este ‘grupo de produtores’. A esquerda celebrava os trabalhadores como sendo os produtores. Já a direita afirmava que os produtores eram os grandes grupos empresariais. A solução política de meio-termo — a qual prossegue até hoje, e cada vez mais forte — foi cartelizar ambos.

Sob o fascismo, o governo se torna o instrumento de cartelização tanto dos trabalhadores (desde que sindicalizados) quanto dos grandes proprietários de capital. A concorrência entre trabalhadores e entre grandes empresas é tida como algo destrutivo e sem sentido; as elites políticas determinam que os membros destes grupos têm de atuar em conjunto e agir cooperativamente, sempre sob a supervisão do governo, de modo a construírem uma poderosa nação.

Os fascistas sempre foram obcecados com a ideia de grandeza nacional. Para eles, grandeza nacional não consiste em uma nação cujas pessoas estão se tornando mais prósperas, com um padrão de vida mais alto e de maior qualidade. Não. Grandeza nacional ocorre quando o estado incorre em empreendimentos grandiosos, faz obras faraônicas, sedia grandes eventos esportivos e planeja novos e dispendiosos sistemas de transporte.

Em outras palavras, grandeza nacional não é a mesma coisa que a sua grandeza ou a grandeza da sua família ou a grandeza da sua profissão ou do seu empreendimento. Muito pelo contrário. Você tem de ser tributado, o valor do seu dinheiro tem de ser depreciado, sua privacidade tem de ser invadida e seu bem-estar tem de ser diminuído para que este objetivo seja alcançado. De acordo com esta visão, é o governo quem tem de nos tornar grandes.

Tragicamente, tal programa possui uma chance de sucesso político muito maior do que a do antigo socialismo. O fascismo não estatiza a propriedade privada como faz o socialismo. Isto significa que a economia não entra em colapso quase que imediatamente. Tampouco o fascismo impõe a igualdade de renda. Não se fala abertamente sobre a abolição do casamento e da família ou sobre a estatização das crianças. A religião não é proibida.

Sob o fascismo, a sociedade como a conhecemos é deixada intacta, embora tudo seja supervisionado por um poderoso aparato estatal. Ao passo que o socialismo tradicional defendia uma perspectiva globalista, o fascismo é explicitamente nacionalista ou regionalista. Ele abraça e exalta a ideia de estado-nação.

Quanto à burguesia, o fascismo não busca a sua expropriação. Em vez disso, a classe média é agradada com previdência social, educação gratuita, benefícios médicos e, é claro, com doses maciças de propaganda estatal estimulando o orgulho nacional.

O fascismo utiliza o apoio conseguido democraticamente para fazer uma arregimentação nacional e, com isso, controlar mais rigidamente a economia, impor a censura, cartelizar empresas e vários setores da economia, escolher empresas vencedoras e privilegiá-las com subsídios, repreender dissidentes e controlar a liberdade dos cidadãos. Tudo isso exige um contínuo agigantamento do estado policial.

Sob o fascismo, a divisão entre esquerda e direita se torna amorfa. Um partido de esquerda que defende programas socialistas não tem dificuldade alguma em se adaptar e adotar políticas fascistas. Sua agenda política sofre alterações ínfimas, a principal delas sendo a sua maneira de fazer marketing.

O próprio Mussolini explicou seu princípio da seguinte maneira: “Tudo dentro do Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado”. Ele também disse: “O princípio básico da doutrina Fascista é sua concepção do Estado, de sua essência, de suas funções e de seus objetivos. Para o Fascismo, o Estado é absoluto; indivíduos e grupos, relativos.”

O futuro

Não consigo imaginar qual seria hoje uma prioridade maior do que uma séria e efetiva aliança anti-fascista. De certa maneira, ainda que muito desconcertada, uma resistência já está sendo formada. Não se trata de uma aliança formal. Seus integrantes sequer sabem que fazem parte dela. Tal aliança é formada por todos aqueles que não toleram políticos e politicagens, que se recusam a obedecer leis fascistas convencionais, que querem mais descentralização, que querem menos impostos, que querem poder importar bens sem ter de pagar tarifas escorchantes, que protestam contra a inflação e seu criador, o Banco Central, que querem ter a liberdade de se associar a quem quiserem e de comprar e vender de acordo com termos que eles próprios decidirem, que querem empreender livremente, que insistem em educar seus filhos por conta própria. Principalmente, por aqueles investidores, poupadores e empreendedores que realmente tornam possível qualquer crescimento econômico e por aqueles que resistem ao máximo a divulgar dados pessoais para o governo e para o estado policial.

Tal aliança é também formada por milhões de pequenos e independentes empreendedores que estão descobrindo que a ameaça número um à sua capacidade de servir aos outros por meio do mercado é exatamente aquela instituição que alega ser nossa maior benfeitora: o governo.

Quantas pessoas podem ser classificadas nesta categoria? Mais do que imaginamos. O movimento é intelectual. É cultural. É tecnológico. Ele vem de todas as classes, raças, países e profissões. Não se trata de um movimento meramente nacional; ele é genuinamente global. Não mais podemos prever se os membros se consideram de esquerda, de direita, independentes, libertários, anarquistas ou qualquer outra denominação. O movimento inclui pessoas tão diversas como pais adeptos do ensino domiciliar em pequenas cidades e pais em áreas urbanas cujos filhos estão encarcerados por tempo indeterminado e sem nenhuma boa razão (senão pelo fato de terem consumido substâncias não-aprovadas pelo estado).

E o que este movimento quer? Nada mais e nada menos do que a doce liberdade. Ele não está pedindo que a liberdade seja concedida ou dada. Ele apenas pede a liberdade que foi prometida pela própria vida, e que existiria na ausência do estado leviatã que nos extorque, escraviza, intimida, ameaça, encarcera e mata. Este movimento não é efêmero. Somos diariamente rodeados de evidências que demonstram que ele está absolutamente correto em suas exigências. A cada dia, torna-se cada vez mais óbvio que o estado não contribui em absolutamente nada para o nosso bem-estar. Ao contrário, ele maciçamente subtrai nosso padrão de vida.

Nos anos 1930, os defensores do estado transbordavam de ideias grandiosas. Eles possuíam teorias e programas de governo que gozavam o apoio de vários intelectuais sérios. Eles estavam emocionados e excitados com o mundo que iriam criar. Eles iriam abolir os ciclos econômicos, criar desenvolvimento social, construir a classe média, curar todas as doenças, implantar a seguridade universal, acabar com a escassez e fazer vários outros milagres. O fascismo acreditava em si próprio.

Hoje o cenário é totalmente distinto. O fascismo não possui nenhuma ideia nova, nenhum projeto grandioso — nem mesmo seus partidários realmente acreditam que podem alcançar os objetivos almejados. O mundo criado pelo setor privado é tão mais útil e benevolente do que qualquer coisa que o estado já tenha feito, que os próprios fascistas se tornaram desmoralizados e cientes de que sua agenda não possui nenhuma base intelectual real.

É algo cada vez mais amplamente reconhecido que o estatismo não funciona e nem tem como funcionar. O estatismo é e continua sendo a maior mentira do milênio. O estatismo nos dá o exato oposto daquilo que promete. Ele nos promete segurança, prosperidade e paz. E o que ele nos dá é medo, pobreza, conflitos, guerra e morte. Se queremos um futuro, teremos nós mesmos de construí-lo. O estado fascista não pode nos dar nada. Ao contrário, ele pode apenas atrapalhar.

Por outro lado, também parece óbvio que o antigo romance dos liberais clássicos com a ideia de um estado limitado já se esvaneceu. É muito mais provável que os jovens de hoje abracem uma ideia que 50 anos atrás era tida como inimaginável: a ideia de que a sociedade está em melhor situação sem a existência de qualquer tipo de estado.

Eu diria que a ascensão da teoria anarcocapitalista foi a mais dramática mudança intelectual ocorrida em minha vida adulta. Extinta está a ideia de que o estado pode se manter limitado exclusivamente à função de vigilante noturno, mantendo-se como uma entidade pequena que irá se limitar a apenas garantir direitos essenciais, adjudicar conflitos, e proteger a liberdade. Esta visão é calamitosamente ingênua. O vigia noturno é o sujeito que detém as armas, que possui o direito legal de utilizar de violência, que controla todas as movimentações das pessoas, que possui um posto de comando no alto da torre e que pode ver absolutamente tudo. E quem vigia este vigia? Quem limita seu poder? Ninguém, e é exatamente por isso que ele é a fonte dos maiores males da sociedade. Nenhuma lei, nenhuma constituição bem fundamentada, nenhuma eleição, nenhum contrato social irá limitar seu poder.

Com efeito, o vigia noturno adquiriu poderes totais. É ele quem, como descreveu Flynn, “possui o poder de promulgar qualquer lei ou tomar qualquer medida que lhe seja mais apropriada”. Enquanto o governo, continua Flynn, “estiver investido do poder de fazer qualquer coisa sem nenhuma limitação prática às suas ações, ele será um governo totalitário. Ele possui o poder total”.

Este é um ponto que não mais pode ser ignorado. O vigia noturno tem de ser removido e seus poderes têm de ser distribuídos entre toda a população, e esta tem de ser governada pelas mesmas forças que nos trazem todas as bênçãos possibilitadas pelo mundo material.

No final, esta é a escolha que temos de fazer: o estado total ou a liberdade total. O meio termo é insustentável no longo prazo. Qual iremos escolher? Se escolhermos o estado, continuaremos afundando cada vez mais, e no final iremos perder tudo aquilo que apreciamos enquanto civilização. Se escolhermos a liberdade, poderemos aproveitar todo o notório poder da cooperação humana, o que irá nos permitir continuar criando um mundo melhor.

Na luta contra o fascismo, não há motivos para se desesperar. Temos de continuar lutando sempre com a total confiança de que o futuro será nosso, e não deles.

O mundo deles está se desmoronando. O nosso está apenas começando a ser construído. O mundo deles é baseado em ideologias falidas. O nosso é arraigado na verdade, na liberdade e na realidade. O mundo deles pode apenas olhar para o passado e ter nostalgias daqueles dias gloriosos. O nosso olha para frente e contempla todo o futuro que estamos construindo para nós mesmos. O mundo deles se baseia no cadáver do estado-nação. O nosso se baseia na energia e na criatividade de todas as pessoas do mundo, unidas em torno do grande e nobre projeto da criação de uma civilização próspera por meio da cooperação humana pacífica.

É verdade que eles possuem armas grandes e poderosas. Mas armas grandes e poderosas nunca foram garantia de vitória em guerras. Já nós possuímos a única arma que é genuinamente imortal: a ideia certa. E é isso que nos levará à vitória.

Como disse Mises,

No longo prazo, até mesmo o mais tirânico dos governos, com toda a sua brutalidade e crueldade, não é páreo para um combate contra ideias. No final, a ideologia que obtiver o apoio da maioria irá prevalecer e retirar o sustento de sob os pés do tirano. E então os vários oprimidos irão se elevar em uma rebelião e destronar seus senhores.

—————-

A esquerda “anti-fascista” tem muito em comum com os fascistas originais
Ela não é oponente do fascismo, mas sim uma genuína representante

As ideias anti-capitalistas são hoje propagadas de maneira mais colérica por integrantes de movimentos ditos progressistas e “anti-fascistas”.

Mas eis a grande ironia: embora estes auto-proclamados anti-capitalistas (e declarados “inimigos da direita”) se rotulem de “anti-fascistas”, a realidade é que, mais do que qualquer outra ideologia, o fascismo é exatamente o que caracteriza suas idéias.

Mas, afinal, o que é o fascismo e qual o conteúdo desta ideologia?

O “Manifesto Fascista”

O Manifesto Fascista foi proclamado em 1919 por Alceste De Ambris e Filippo Tommaso Marinetti.

Em seu panfleto, os autores defendiam a implantação de um salário mínimo estipulado pelo governo e de uma jornada de trabalho de apenas oito horas diárias (um valor pequeno à época). Defendiam também que os trabalhadores tivessem representantes no alto escalão administrativo das indústrias e que os sindicatos tivessem o mesmo poder decisório que os executivos do setor industrial e os funcionários públicos.

Os autores do Manifesto Fascista também exigiam um imposto de renda progressivo (alíquotas mais altas para quem ganhasse mais), seguro-invalidez bancado pelo estado, e outros tipos de benefícios sociais, além da redução da idade de aposentadoria.

Mais: o Manifesto exigia o confisco da propriedade de todas as instituições religiosas, bem como a estatização da indústria de armas.

E não parava por aí: os autores do Manifesto Fascista também defendiam a criação de um sistema corporativista de “Conselhos Nacionais” (semelhantes aos sovietes), os quais seriam formados por especialistas eleitos por suas respectivas organizações profissionais, os quais teriam poderes legislativos em suas respectivas áreas.

Finalmente, De Ambris e Marinetti exigiam um pesado imposto progressivo sobre os lucros e os ganhos de capital com o intuito de expropriar uma fatia de toda a riqueza dos capitalistas.

Em 1922, o socialista Benito Mussolini ascendeu ao poder na Itália sob o estandarte do fascismo, e prontamente colocou em prática grande parte deste programa fascista que havia sido proclamado no Manifesto alguns anos antes.

Comparado ao Manifesto Comunista

Uma comparação com o Manifesto do Partido Comunista, escrito por Marx e Engels, e publicado em 1848, revela a relação siamesa entre fascismo e comunismo.

O Manifesto Comunista de 170 anos atrás apresentava 10 medidas necessárias para que um país se tornasse socialista. Dentre elas:

Imposto de renda fortemente progressivo.
Centralização do crédito nas mãos do Estado, por meio de um banco nacional com capital do Estado usufruindo monopólio exclusivo.
Centralização, nas mãos do Estado, de todos os meios de comunicação e transporte.
Unificação do trabalho agrícola e industrial com o objetivo de eliminar gradualmente o contraste cidade e campo.
Educação gratuita para todas as crianças nas escolas públicas, eliminação do trabalho infantil nas fábricas em sua forma atual, e unificação da educação com a produção industrial.
Todos estes itens foram implantados pelos fascistas.

Ainda de acordo com o Decálogo Comunista, os itens que faltavam para que o socialismo pleno fosse alcançado sob o fascismo eram:

Expropriação da propriedade sobre a terra e aplicação de toda a renda obtida com a terra nas despesas do Estado. (Item 1)
Confisco da propriedade de todos os emigrantes e rebeldes. (Item 4)
Trabalho obrigatório para todos. Criação de exércitos industriais, em especial para a agricultura. (Item 8)
Mas melhora. Tanto os comunistas quanto os fascistas serviram de inspiração aos nazistas, que copiaram suas idéias no programa oficial do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, lançado em 1920.

As exigências do Partido Nazista

O próprio Adolf Hitler em pessoa estava presente quando os 25 pontos do programa do Partido Nazista foram anunciados no dia 24 de fevereiro de 1920. O termo nazismo já dizia tudo: era a abreviação de NSDAP, que significa Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei (Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães).

Em 1925, a Assembléia Geral do NSDAP declarou que o programa lançado em 1920 era “imutável”. E, em 1941, Adolf Hitler determinou que todos os futuros líderes do Reich deveriam jurar obediência aos 25 pontos.

O Programa do Partido Nazista incluía demandas como:

Socialização de empresas monopolistas
Municipalização de grandes lojas de departamento
Expropriação de terras para propósitos caritativos
Proibição da especulação imobiliária
Expansão de todo o sistema educacional estatal
Um abrangente sistema de escolas públicas gratuitas, com generosos estipêndios e bolsas estudantis
Defesa do meio ambiente em conjunto com a promoção da saúde e do preparo físico da população
Em particular, o programa do Partido Nazista exigia:

abolição do “rentismo”, isto é, a renda fácil não-oriunda do trabalho (item 11)
confisco dos lucros oriundos de atividades de guerra (item 12)
estatização de todas as empresas monopolistas (item 13)
distribuição dos lucros das grandes empresas (item 14)
generosa expansão de pensões e aposentadorias (item 15)
criação de uma classe média saudável (item 16)
reforma agrária adaptada às necessidades nacionais; criação de uma lei para a livre expropriação de terras para propósitos caritativos. Abolição do consumo da terra e proibição de toda e qualquer especulação imobiliária (item 17)
No item 20, o programa do partido exigia que “o estado deve garantir que todo o nosso sistema educacional nacional seja completamente expandido” por meio de um amplo sistema de subsídios para a educação.

No item 21, o programa estipulava que “o estado tem o dever de ajudar a elevar o padrão da saúde nacional fornecendo centros de maternidade, proibindo o trabalho adolescente, aumentando a capacitação física por meio da introdução compulsória de jogos, olimpíadas e ginásticas, e encorajando ao máximo possível a formação de associações voltadas para a educação física dos jovens”.

Os nazistas defendiam a criação de um “Exército Popular” — nada diferente daquilo que, mais tarde, os socialistas implantariam na Ásia e no Leste Europeu.

Não há diferença

Essa seleção de demandas existentes nas plataformas dos socialistas, fascistas e nazistas mostra o alto grau de similaridade entre as linhas de pensamento dessas três ideologias.

Aquilo que os socialistas expressam em seu slogan ‘de cada qual, segundo suas capacidades; a cada qual, segundo suas necessidades’ é igual à máxima nazista de que ‘o bem comum vem antes do bem privado'(‘Gemeinnutz vor Eigennutz’) e igual ao lema fascista do ‘tudo dentro do estado, nada fora do estado, nada contra o estado’.

Não é surpresa nenhuma que governos socialistas, fascistas e nacional-socialistas tenham agido como regimes repressores que não geraram nem prosperidade e nem paz, mas sim miséria, supressão de direitos humanos básicos e guerras.

Os atuais movimentos socialistas, que se definem como progressistas e anti-fascistas, simplesmente utilizam uma falsa terminologia para esconder sua verdadeira agenda. Ao mesmo tempo em que se rotulam “anti-fascistas” e declaram que o fascismo é seu inimigo, esse movimento “anti-fascista” é, essencialmente, fascista. Seus membros não são oponentes do fascismo, mas sim seus genuínos representantes.

Conclusão

No final, comunismo, socialismo, nazismo e fascismo são rótulos que se unem sob o estandarte do anti-capitalismo e do anti-liberalismo. São contra o indivíduo, contra a propriedade privada, e contra a liberdade empreendedorial.

O movimento progressista “anti-fascista” é, em si mesmo, um movimento fascista. O inimigo desse movimento não é o fascismo, mas sim a liberdade, a paz e a prosperidade.

    Benoit

    24/10/2018 - 10h45

    Acho que aqui não é o lugar para copiar e postar um texto inteiro de outro autor. Se há alguma coisa relevante nesse texto que voce pôs no seu comentário, voce poderia ter dito com as suas próprias palavras. Não li o seu comentário. Vi só a parte acerca de pontos do partido nazista na Alemanha. Para sua informação, muitas dessas coisas fazem parte hoje da Constituição alemã, muitas delas são tidas constitucionalmente como objetivos do Estado. Aliás coisas semelhantes devem aparecer na constituição de outros países europeus. Mesmo assim, quero sugerir que voce deixe de beber água porque os nazistas sabidamente também bebiam água.

    Benoit

    24/10/2018 - 10h50

    Conclusão: o texto que voce postou aqui é um texto de propaganda barata que só engana os desavisados. Os ideias por trás dos autores do texto são ideais fascistas e a ordem social que eles pregam é uma ordem social que em última análise é uma ordem social fascista.

    Benoit

    24/10/2018 - 11h27

    Li agora a primeira metade do texto. Ninguém vai negar que as nossas sociedades padecem de problemas e que o Estado pode falhar. Eu mesmo falei abaixo em outro comentário acerca do papel dos militares no Estado brasileiro, da justiça politizada. Mas isso podem ser exatamente consequências do capitalismo brasileiro e não de qualquer aliança entre socialistas e fascistas. Afinal, o Estado brasileiro é capitalista e as patologias da política brasielira e da sociedade brasileira resultam da ordem política capitalista.

    Dizer como o texto diz que a esquerda se dava bem com o fascismo é ridículo. Por que então o Gramsci foi para a prisão e morreu na prisão? Por que o Honecker esteve preso dez anos durante o regime nazista? Por que o Willy Brandt fugiu para a Escandinávia? A razão é que os valores da esquerda eram incompatíveis com o fascismo.

    O texto diz mais adiante que deve haver liberdade e que as pessoas devem ser livres para fazerem as transações que quiserem. Ora, o que então impediria alguém de se associar a outros e aos poucos constituirem um monopólio, grandes empresas que dominariam o mercado? Nada. O autor do texto não sabe o que ele está dizendo. Então, o que impediria alguém de tirar toda a água do lago para a sua terra e não deixar nada para os outros? Nada. E se alguém sujasse a água do rio que voce quer para beber mais abaixo? Como é que voce impediria isso? Afinal ele estaria exercendo a liberdade dele e se não há regras que impedem a poluição do rio, por que ele deveria se importar com os interesses de pessoas que moram mais abaixo no rio? A resposta poderia ser: porque as pessoas preferem colaborar umas com as outras, ser solidárias. Nesse caso nós teríamos regras sociais, nós teríamos um sistema social solidário que é justamente o que o autor do texto não quer. Ou então nós teríamos o fascismo quando os mais fortes impõem a vontade deles, que parece se aquilo a que a ordem social proposta pelo texto levaria.

Valmir

23/10/2018 - 22h54

Discordo que Bolsonaro seja fascista. 1) O fascismo é nacionalista e não admite que se entregue suas riquezas para potências estrangeiras e, muito menos preste continência a uma bandeira estrangeira; 2) Os lideres fascistas eram inteligentes

    Andre rs t

    24/10/2018 - 04h35

    Os fascistas não falam
    Os fascistas relincham
    BozoNaro relincha
    E pensar que esse lixo podera vir a ser o espelho deste pais

Mara

23/10/2018 - 22h32

Não, ele não é fascista. Nem nazista.
O cara é apenas um tiozão sem noção. Só isso.
Não vejo essas declarações como um risco à democracia. Risco à democracia é ver candidatos e partidos políticos querendo amordaçar a imprensa, dividindo as pessoas separando-as por classes, buscando aparelhar instituições com os seus interesses, querendo censurar aplicativos de conversa, isso sim é um grande risco.
Se em período de eleição já agem dessa maneira, imagina se esse pessoal chega ao poder…
Tenho medo, muito medo da esquerda.

    Paulo

    24/10/2018 - 00h48

    Sim, a esquerda é o grande perigo. “Per fas et nefas”…

    Benoit

    24/10/2018 - 09h08

    Mara, voce parece que vive em outro planeta. Se o PT pensou em empreender qualquer coisa contra a campanha em redes sociais contra o partido, então de acordo com as possibilidades legais. Talvez voce não saiba, mas campanhas eleitorais são regulamentadas por leis na maior parte dos países e hoje em dia têm sido submetidas a vigilância, a críticas. Recorrer a um tribunal para fazer valer a lei é um direito de qualquer um, inclusive do PT. É voce que está favorecendo crimes eleitorais e querendo cercear os direitos legais de um partido.

    Voce fala de aparelharem instituições. Voce esteve hibernando durante alguns anos? Voce nunca viu uma justiça de classes e politizada que tem investido contra o PT e a esquerda? Voce nunca viu militares ameaçarem a democracia e dizerem que libertar o Lula seria inaceitável para eles? Ou seja, o Lula tem que ficar na cadeia por decreto militar. Isso é que é democracia para voce. Voce nunca viu militares dizendo que a Dilma tinha que sair? Esses sim é que são aparelhados e andam armados ameaçando os brasileiros.

    Voce fala de divisões de classes como se classes não existissem no Brasil ou tivessem sido inventadas pelo PT. Voce não vê o ódio de classes que vem de cima, voce não ve os juizes que impõem os privilégios deles que devem ser pagos pelo resto dos brasileiros? Voce não leu nada acerca da violência, da brutalidade dos seguidores do Bolsonaro? Nada disso incomoda voce. Voce está vivendo no mundo dos que tiveram o cérebro lavado.

Janderson

23/10/2018 - 17h14

Muitos aqui tem que estudar história.

Admar

23/10/2018 - 11h11

Bom dia. Moro há 39 anos no DF e hoje estamos presenciando aviões da FAB jatos e aviões de apoio, sobrevoando o espaço aéreo de maneira ostensiva, manobras não explicitadas na imprensa. Será que em off eles tomaram conhecimento de uma possível virada do Haddad nas pesquisas???

    Pacheco

    23/10/2018 - 12h45

    Hoje e o dia do aviador. Estava previsto
    Virar um 65% a 35% de um dia para outro?…….rs

Paulo

23/10/2018 - 09h36

Não é por nada, não, mas essa caricatura do Bolsonaro está parecendo mais com o ex-jogador do Flamengo Leandro, rsrsrs…

antipaneleiro

22/10/2018 - 22h32

Só um reparo: o discurso de Bolsonaro não é contra as minorias, mas contra as maiorias: a população feminina, católica, a afro-descendente, indígena e a mestiça. O discurso só leva em consideração uma pequena minoria: homens brancos, universitários e evangélicos.

    Paulo

    22/10/2018 - 23h19

    Temo que os católicos sejam os preteridos, ao fim e ao cabo…acreditar em evangélico é um tiro no próprio pé…mas, antes, tão só por essa cisma e desconfiança, querer votar no PT, são dois tiros no pé…pobres católicos, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.

    Serg1o Se7e

    23/10/2018 - 08h42

    Concordo plenamente com você, Antipaneleiro.
    Mas só um detalhe eu não entendi e gostaria que você explicasse: como toda essa minoria foi maioria no 1º turno e será no 2º turno?

      Benoit

      23/10/2018 - 09h58

      A resposta é muito fácil. Há simplesmente pessoas que votam contra os interesses delas, pessoas que são iludidas por causa de propaganda enganosa. Como é que há pessoas velhas que dão dinheiro para criminosos que as exploram e exploram a credulidade delas? Simplesmente porque elas são enganadas, acham que estão ajudando um sobrinho ou neto quando na verdade estão caindo num conto do vigário.

        Serg1o Se7e

        23/10/2018 - 10h01

        Hummm…..

          Benoit

          23/10/2018 - 10h07

          Acho que existem exemplos históricos (mais ou menos) muito claros disso, como os italianos que insistiam em votar num sujeito como o Berlusconi que nunca fez nada pelos italianos e que era a maior farsa que já existiu – um sujeito com ligações mais do que suspeitas, que fez dinheiro não se sabe exatamente como.

Mario Porto

22/10/2018 - 20h52

Eu cogitei de assinar o Cafezinho, após ler Alex Cuadros: A Leviandade Jornalística a Serviço do Império, mas essa sua análise me desestimulou, não porque seja contra o Bolsonaro, nada disso, mas porque a análise é toda ela rasteira, superficial.
Entre as superficialidades você pega frases como o Haddad ir para a cadeia e interpreta como se o candidato fosse determinar, como presidente, a prisão e classifica isso como autoritarismo. Na realidade ele quis dizer, nas entrelinhas, que existem processos abertos que podem levar o Haddad para junto do Lula, mas você preferiu o caminho do viés do que uma interpretação honesta e isenta.
Não vou listar outras coisas do tipo e preciso dizer que concordo com você sobre o tratamento chulo dos adversários, não presisava disso.

    Benoit

    23/10/2018 - 09h55

    Acontece que esse pronunciamento de um candidato à presidência que pode vir a ser o presidente do Brasil representa uma intromissão inadmissível em processos judiciais, o que quer que o Bosonaro queira dizer. Um presidente ou um candidato a presidente simplesmente não ameaça ninguém com cadeia porque isso revela uma preferência dele que pode distorcer um processo. Só isso deveria anular qualquer processo futuro contra o Haddad caso o Bolsonaro venha a ser presidente. Depois do presidente (caso ele seja eleito) dizer que alguém deveria ir para a prisão, um processo contra essa pessoa não é e não pode ser mais um processo correto e isento. É voce que está errado, Mario Porto. Se voce tiver qualquer outro comentário sobre o texto, por favor, faz o comentário e eu ou outra pessoa poderemos discutir o que voce diz. A análise do Ruben Klaus é sim muito boa e pertinente.

      Rodrigo

      23/10/2018 - 11h13

      Exatamente. Esse povo ainda não entendeu que o Bozo mesmo não vai fazer nada, o problema é que ele inflama pessoas que vão fazer.

    Benoit

    23/10/2018 - 10h03

    Infelizmente comentários não estão aparecendo de novo. Faço nova tentativa bem mais breve: Um presidente ou futuro presidente não tem o direito de se intrometer num processo judicial em andamento com ameaças de qualquer tipo que possam distorcer esse processo. O pronunciamento do Bolsonaro dizendo que o Haddad irá parar na cadeia é inadmissível, o que quer que seja que ele queira dizer. Em um país em que o Estado de direito valesse um pronunciamento desses seria o suficiente para cancelar o processo definitivamente e para desqualificar o autor do pronunciamento de um cargo de presidente do país. O artigo é bom e pertinente.


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