Reparem neste bizarro episódio.
João Doria viajou ao Rio de Janeiro para encontrar Bolsonaro e, quem sabe, gravar um daqueles vídeos irados (de ira mesmo) com o fascista.
Tomou um bolo. Bolsonaro nem deu as caras.
Para não perder a viagem, arrumou-se uma entrevista improvisada com Doria, Paulo Guedes e Joice Hasselmann – que trio esdrúxulo – para anunciar o apoio de Hasselmann e Guedes ao tucano.
Assista o vídeo de 1 minuto e meio. Volto em seguida.
Não é o retrato da direita?
Doria e Hasselmann não conseguem articular nada, absolutamente nada além de “somos contra a esquerda” e “contra o PT”.
Doria falou um idiota “eu sou um candidato a favor do Brasil”, completando com um igualmente idiota “e contra o PT”.
Hassellmann, além de ressaltar repetidas vezes que é “contra a esquerda e o PT”, vangloriou-se de sua votação – ela teve mais de 1 milhão de votos em São Paulo… e o nordestino é que não sabe votar, né? – e deu uma enrolada com palavras profundas como um pires:
É so olhar o que o Doria acredita, o que nós acreditamos, como equipe de governo, equipe econômica, como parlamentares, pra entender que os discursos se cruzam, se casam. É natural. Não é uma coisa forçada, é absolutamente natural. Não tem como a gente se alinhar a um partido que tá muito alinhado à esquerda. Que tem PCdoB dentro, alinhado. Que tem PT, por mais que digam que não, tem, a gente sabe que tem.
A absoluta falta de conteúdo de Joice Hasselmann é gritante. É seguro prever que, como deputada, será uma ótima atriz. Quer dizer… enfim.
A direita brasileira virou, na expressão do Fernando Brito, a sólida aliança da mediocridade com o fanatismo.