Não deixe a história se repetir

Parece um pesadelo, mas é real.

“Bicharada, toma cuidado, o Bolsonaro vai matar viado” cantado a plenos pulmões por um grupo na estação de metrô mais movimentada de São Paulo, a Sé.

Pessoas agredidas ou ameaçadas, do nada, apenas por exercerem sua cidadania fazendo campanha para algum partido de esquerda. São inúmeros os relatos de candidatos e militantes.

Famílias tirando fotos fazendo o gesto de uma arma, como faz Bolsonaro. Inclusive as crianças. Presenciei a cena chocante em um restaurante de Santa Catarina.

Eis o resultado do discurso de ódio de Bolsonaro. Eis a resposta que o fascismo oferece para os problemas da sociedade: violência contra minorias.

Por isso mesmo, o fascismo só consegue ter força em momentos de crise econômica. Apenas uma forte preocupação – ou mesmo desespero – por conta da piora nas condições de vida explica que uma parcela significativa da sociedade opte por uma alternativa tão  estúpida quanto perigosa.

O paralelo com Hitler é evidente. Assim como na Alemanha nazista, Bolsonaro transfere a culpa dos nossos problemas para grupos historicamente oprimidos, como mulheres, gays, negros e pessoas de esquerda.

Hitler só pôde promover o horror do holocausto porque houve, antes, todo um processo de desumanização dos que iriam, depois, para os campos de concentração.

Bolsonaro alimenta o mesmo processo de desumanização com suas falas absurdamente preconceituosas. Os episódios de violência contra os grupos alvo do candidato já aumentaram assustadoramente. Uma vitória de Bolsonaro deixaria seus seguidores radicais mais à vontade ainda para cometer barbaridades. É isso que queremos?

No filme alemão Ele Está de Volta, Hitler reaparece na cidade de Berlim, no ano de 2014, e conquista muitos apoiadores. A imagem que abre este post é uma cena do filme (a fonte é a boa página do Facebook “Um Filme Me Disse”).

Em alguns momentos do filme, o ator que interpreta Hitler interage com pessoas reais. Ele conversa sobre política e faz seu discurso xenófobo. É assustador ver que muitos acabam concordando com as ideias do ditador.

É um bom filme para indicar para aquele(a) amigo(a) que está pensando em votar no Bolsonaro – peça para ele(a) assistir antes de domingo, por favor.

Quem conhece minimamente o horror nazista pode tomar consciência de que Bolsonaro é o representante brasileiro dessa volta tardia e estapafúrdia do fascismo e, assim, repensar seu voto.

Quem, em sã consciência (sã consciência é um requisito essencial aqui), vai querer votar em um candidato sabendo que se trata de um  projeto de Hitler tropical?

Segundo o Datafolha que saiu há pouco, 35% dos eleitores pretendem votar em Bolsonaro.

Bora virar uns votos. Para evitar que o horror governe o Brasil.

 

Pedro Breier: Pedro Breier nasceu no Rio Grande do Sul e hoje vive em São Paulo. É formado em direito e escreve sobre política n'O Cafezinho desde 2016.
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