Denise Assis (jornalista)
Amigos, desde ontem, quando assistimos a várias manobras que tentam jogar areia nos olhos da população, que estamos em estado de perplexidade. Não pelo resultado apresentado ao público, por um Instituto de pesquisa que chegou a um resultado inesperado, mudando a metodologia de consulta sem avisar ao distinto público. Mas, sim, pelo descaso com que a população eleitora foi tratada. Deturpam o processo eleitoral como se tivéssemos percepção infantil, ou se não fôssemos capazes de avaliar as manobras insidiosas que nos roubam o futuro.
Não se importam mais em disfarçar. Na pressa de virar o jogo, de tomar de assalto o que há do que nos resta de dignidade, riqueza e esperança, fazem tudo às claras, na mão grande, com a mesma pressa de um bando de ladrões de banco que, flagrados no ato da fuga deixam cair as máscaras, pacotes de dinheiro, pistas, enfim.
Não podemos acreditar que o que nos aprisionará por nem sabemos quantos anos – pois quando se rasga a Constituição Cidadã em praça pública, tudo o mais se torna incerto – seja traçado em nome de alguém que tem a desfaçatez de dizer: “pergunte para o posto Ipiranga”, a cada questionamento sobre o seu programa de governo. Não há proposta. E, inacreditavelmente, uma facada o resguardou de ter que explicá-la, se alguma houvesse.
O que aconteceu com a população deste país? Foi encantada por uma flauta mágica, a ponto de não se dar conta da incerteza diante dos olhos, do perigo de sermos governados por um boçal? Parecemos tão perdidos quanto a Dorothy, à procura do Mágico de Oz (L.Frank Baum). Mas não se iludam. Não encontraremos o nosso Mágico. Temos que achar em nós, e na nossa convicção de que queremos o melhor para o Brasil, a nossa volta para casa. E voltar para casa significa termos o nosso país novamente. Tomarmos em nossas mãos o nosso destino.