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Ibope: Ciro recupera votos em São Paulo e encosta em Haddad

O Ibope divulgou hoje o relatório completo de sua pesquisa em São Paulo, feita entre os dias 22 e 24 de setembro. Bolsonaro ampliou sua votação no estado e agora tem 33% das intenções de voto. Haddad oscilou para baixo um ponto (em relação à semana anterior), e Alckmin cresceu um ponto, de forma que […]

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O Ibope divulgou hoje o relatório completo de sua pesquisa em São Paulo, feita entre os dias 22 e 24 de setembro.

Bolsonaro ampliou sua votação no estado e agora tem 33% das intenções de voto.

Haddad oscilou para baixo um ponto (em relação à semana anterior), e Alckmin cresceu um ponto, de forma que o petista e o tucano trocaram posições: Alckmin ocupou um segundo técnico, com 14%, ainda tecnicamente empatado com Haddad, com 12%.

Embora a oscilação negativa de Haddad seja irrelevante, ela pode significar que o processo de migração de votos, ao menos em São Paulo, já se completou.

Ciro subiu 2 pontos, recuperando parte dos votos que havia perdido na tsunami lulista da semana passada, quando se deu a segunda onda de migração de votos de Lula para o petista, e agora tem 10%, empatado tecnicamente com Haddad, e, nos limites das margens de erro, também com Alckmin.

Considerando que São Paulo é o maior colégio eleitoral do país, com 33,0 milhões de eleitores, ou 22,43% do eleitorado, vale a pena examinarmos um pouco mais a fundo a situação política no estado. Para se ter uma ideia da magnitude de São Paulo, o Nordeste inteiro tem 39 milhões de eleitores, 26% do total nacional, o Sul tem 21 milhões de eleitores e o Centro-Oeste, 10,7 milhões.

Eu printei alguns quadros do relatório do Ibope para São Paulo, marcando em vermelho os números que me chamaram mais a atenção.

A oscilação negativa de Haddad é mais ou menos comparável à evolução de Luiz Marinho nas pesquisas para o governo de São Paulo. O candidato do PT, que seguia empatado com Marcio França, recuou 2 pontos e agora tem 6% das intenções de voto no estado. Marcia França, do PSB, avançou 3 pontos e agora tem 12%.

Vamos às tabelas estratificadas.

Comecemos pela tabela que traz o percentual de votos no estado conforme a condição do município (capital, periferia e interior), e intenção de voto para governador.

Na capital, a liderança é de Bolsonaro, com 24%, mas é onde Haddad e Ciro tem o seu melhor desempenho, com 17% e 13%, respectivamente, ambos à frente de Geraldo Alckmin, que tem 12% na capital.

O interior de São Paulo é onde se concentra o conservadorismo mais pesado: Bolsonaro e Alckmin tem aí sua melhor pontuação, 38% e 17%, respectivamente, ao passo que Haddad e Ciro tem suas piores performances, 8% e 9%.

A tabela mostra ainda que 41% dos eleitores de João Dória estão votando em Bolsonaro, numa prova de que o ex-prefeito de São Paulo representa uma ala bem mais à direita do que os tucanos tradicionais, como Alckmin.

Entre eleitores de Marinho, 51% votam em Fernando Haddad, 15% em Ciro Gomes e 11% em Alckmin; apenas 5% dos eleitores de Marinho declararam voto em Bolsonaro.

Na tabela seguinte, com dados estratificados por idade e nível de instrução, um dos fatores que chamam a atenção é a força de Ciro entre os eleitores jovens, até 24 anos, entre os quais ele tem 16% das intenções de voto, o segundo mais votado nessa faixa etária, depois de Bolsonaro, que tem 32%. Haddad e Alckmin tem 12% e 10% entre jovens até 24 anos.

Um outro fator que merece destaque é a força de Bolsonaro entre o eleitorado com ensino superior, no qual ele tem 37% das intenções de voto. Alckmin vem em segundo, com 12%, seguido de Ciro, com 10% e Haddad, com 9%.

Na estratificação por renda, religião e raça/cor, o destaque vai para o voto da classe média paulista: 47% dos eleitores que ganham mais de 5 salários votam em Bolsonaro. Os outros candidatos com melhor pontuação empatam com 9% ou 10% nessa faixa.

Entre evangélicos, Bolsonaro tem 41% dos votos, contra 31% entre católicos. O deputado é mais forte entre brancos, onde ele tem 39% dos votos, contra 27% entre pardos/negros. Haddad e Ciro, por sua vez, são mais fortes entre pardos/negros, entre os quais eles pontuam 15% e 11%, respectivamente.

 

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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helio

29/09/2018 - 10h21

Pela matéria (?) do chorãozinho até pensei que a eleição seria paulista e não nacional.

Robson Bonelli

28/09/2018 - 21h26

Rapaz… já estou me preparando para você dizer que não apoia o PT, se tiver, no segundo turno.
Ser eleitor do Ciro, paciência.
Ser babá do Ciro, PQP.
#HADDAD

Mireto

28/09/2018 - 16h14

Miguel, Miguel. Mas você não desiste mesmo. Deveria saber que vaca morta não dá leite. Ciro é faz parte do segundo pelotão da eleição, como sempre. Faz muito barulho e tem pouco resultado. É o Álvaro Dias da esquerda.

Luis Castro

28/09/2018 - 13h13

Nos ultimos 12 anos de eleições presidenciais, todos os candidatos que venceram em São Paulo, o maior colegio eleitoral do país, Serra, Alckimin, Serra e Aécio, perderam o pleito a nivel nacional para os candidatos do PT, Lula, Lula, Dilma, Dilma. Portamto, São Paulo sempre votou a direita e sempre perdeu para a esquerda a nivel nacional. Haddad pode perder em São Paulo mais ganha a nivel Brasil e PT saudações.

Aliança Nacional Libertadora

28/09/2018 - 12h29

Ciro disse não apoiar o Haddad no segundo turno…mas o atual partido dele está ensaiando o segundo turno com o PT…..

André Romero

28/09/2018 - 12h29

Galera de esquerda, nada contra o Haddad como pessoa, me parece um sujeito decente, mas esse próximo governo tem que ser do Ciro!
Essa turma do PT não aprende, já estão procurando cooptar de novo, basta ver o absurdo flerte com economistas do Instituto Millenium, ‘think tank’ do PSDB e do pensamento neoliberal e de onde parte toda aquela turminha de ‘analistas de banco’ que infestam o noticiário com a sua ideologia. Isso sacramenta a intenção desse pessoal: vão querer voltar a governar só com os programinhas sociais caríssimos, no máximo fazer uma ou outra cosmética aqui e acolá e deixar praticamente tudo como está. O maior sinal disso é que o ‘Mercado’ já está até se acalmando.
Sou de esquerda e digo: não acredito mais, há muito tempo, no PT como instrumento para mudar a nossa sociedade. Talvez no futuro, se fizerem um expurgo no partido e uma renovação profunda, mas não esse que está aí.
Precisamos de um governo forte, com autoridade (não autoritarismo). Precisamos de um Presidente que tenha culhão para emparedar os safados que nada querem mudar.
Temos de ter um Presidente que não tenha rabo preso nem com empresários nem com a máquina sindical para propor um novo acordo social que contemple todos e pacifique esse país. O PT cruzou os braços, se recusou sequer a colocar na mesa essas discussões, veio um golpe e perdemos tudo de uma só vez. Esse aqui que vos fala, o meu emprego. O que ganhamos com essa miopia?
Temos que ter um Presidente que tenha força política para aprovar mudanças nos ‘vespeiros’ que Lula optou por não mexer, desperdiçando e jogando no lixo toda a sua força política conquistada no caminhão de votos que obteve, inclusive o meu duas vezes.
Um que não possa ser colado na testa dele a palavra ‘revanchismo’ se ele propuser mexer com os privilégios desses aparelhos montados dentro do Estado. Um Presidente que não apele ao fisiologismo barato (como fez o PSDB e depois o PT) e não hesite em falar grosso se for chantageado pela canalhada política com a qual o PT se associou da pior forma.
E que não traia seus princípios, como fez o PT desde 2000 com a Carta de Porto Alegre, a cooptação com o Sistema Financeiro de 2003 e a guinada à direita do 2o mandato de Dilma.
Se Ciro fizer 20% do que se propõe a fazer, já será uma verdadeira revolução. Uma que nem em 4 mandatos e 13 anos de governo o PT quis fazer.

Paulo

28/09/2018 - 10h56

Que ótimo Ciro ter uma boa votação em São Paulo !
E espero que no segundo turno o Ciro se empenhe ao máximo para transferir seus votos para Haddad.

    Alan Cepile

    28/09/2018 - 12h36

    Vejo pouquíssimas chances disso acontecer, Ciro nao é de mudar de opinião, se ele não for pro 2º turno provavelmente vai “liberar” seu eleitor a votar conforme a consciência de cada um.

      Ricardo

      28/09/2018 - 18h02

      Será que, tal qual Lula, Ciro também tem uma manada de jumentos que só faz o que ele manda ?

      helio

      29/09/2018 - 10h25

      Minha cara, o Ciro liberar o voto para qualquer um votar em quem quiser, em pleito que divida Haddad e o fascistóide? Diga-nos então: o Ciro é um democrata de ocasião?

      Não acredito, apesar de sua (dele) conhecida verborragia emocional, se atuar dessa forma virará uma Marina de calças. Votos de democratas nunca mais!

joao carlos

28/09/2018 - 10h08

Go CIro GO!

FRANCISCO DOMINGOS DOS SANTOS

28/09/2018 - 09h10

Admiro as pessoas resilientes. Vai lá Miguel

Alex

28/09/2018 - 08h41

Que recuperação kkkkkkkkkkkk


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