Com o leilão do Pré-Sal amanhã, o Golpe avança algumas casas a mais para entregar nosso petróleo e, em meio ao fervo das eleições, vale a pena tentar entender como pensa os candidatos em geral.
Eu apoio, como publicado, a candidatura do meu companheiro José Maria Rangel, coordenador licenciado da FUP, e conversei com ele, em meio a correria da agenda da campanha, sobre esse assunto do momento.
Acabei transformando esse bate papo num formato de entrevista, que reproduzo abaixo:
Qual as expectativas para o ano de 2019?
Será um ano muito complicado para o Brasil, devido as diversas crises que enfrentamos, tanto política e social, quanto econômica, com um agravante maior que é a crise de humanidade. O resultado eleitoral dará o tom da correlação de forças que teremos para enfrentar a política do ódio e da exploração do pobre, por isso é muito importante eleger por todo país parlamentares comprometidos com o povo brasileiro.
É daí que parte sua candidatura?
Certamente. Tive o privilégio de ser convidado pessoalmente pelo presidente Lula, para tentar aumentar a bancada dos trabalhadores, que tenha o foco para os interesses dessa classe no congresso nacional, e que também defenda os interesses de todo o povo, como a sua maior empresa: a Petrobrás, que é uma das grandes vítimas do Golpe de 2016.
Assumi um compromisso com o presidente Lula, com o povo do Rio de Janeiro e com a categoria petroleira, responsável pela experiência política que acumulei, de tentar chegar em Brasília e fazer o melhor pelo povo. Sabemos que os investimentos no setor petróleo são cruciais para o Brasil e especialmente para o Rio superar a crise econômica. Precisamos rever essa situação.
Acha que o golpe que sofremos em 2016 tem relação com o Petróleo?
Tenho total convicção disso. O Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra), que foi criado pela FUP na minha gestão, já fez diversos textos explorando esse tema. Em um deles o pesquisador Willian Nozac relembrou: o furto dos HD’s da Halliburton com informações do Pré-Sal; as tratativas do entreguista Jose Serra para acabar com a lei da partilha; a espionagem da Dilma e do alto escalão da Petrobrás e, por fim, a destruição das principais fornecedoras nacionais da empresa provocada pela operação Lava Jato. Ouso dizer que o petróleo foi uma das principais causas do golpe e que, se não reagirmos, sairemos de um projeto desenhado para termos um modelo de política do petróleo Norueguês para migramos para o modelo de exploração Nigeriano. O primeiro, privilegiou os ganhos para a coletividade; já o segundo vive da exploração predatória de expropriação das riquezas do povo.
Muitas pessoas classificaram os petroleiros de oportunistas por se juntarem a greve dos caminhoneiros. Como vocês respondem essas críticas?
Já escutei isso, mas com tranquilidade observo que não corresponde aos fatos. Primeiro que o movimento tinha amplo apelo popular, mesmo com características de locaute, portanto, se juntar à greve foi, também, um ato de solidariedade ao povo brasileiro. Além disso, sabíamos desde o golpe que Parente estava colocando a gasolina e o diesel caros para viabilizar a privatização da Petrobrás. O tucano golpista, com ajuda do governo usurpador, utilizou a Petrobrás para dar dinheiro para os acionistas americanos e para aumentar a importação de diesel e gasolina dos EUA, para tal sucatearam as refinarias brasileiras. Nós petroleiros e precisávamos dizer isso para a sociedade, e ao mesmo tempo preparar nossa categoria para essa guerra.
Preparar a categoria em que sentido?
A guerra contra o entreguismo, contra o neoliberalismo e contra o fascismo. O movimento sindical brasileiro precisa fazer uma ampla reflexão sobre sua atuação e seu papel nesse momento histórico que vivemos. Temos a obrigação de incluir na nossa pauta de lutas as questões mais abrangentes e que envolvam todos os cidadãos.
O TST disse que estávamos fazendo uma greve política, pois estávamos lutando por uma política de combustíveis que favorecesse a população. Nossas greves devem sim ter esse objetivo, e é um absurdo que a justiça trate um movimento de massas como o nosso, que discute o que interessa a população, como criminoso. A classe trabalhadora precisa acordar para isso.
As greves do ABC não foram importantes apenas pelos ganhos que conquistaram a categoria dos metalúrgicos, mas sim porque mostrou que operários e operárias podem participar da política sem perder a identidade da classe trabalhadora.
O que esperar de mais um leilão do pré-sal?
A Globo, que passou dez anos menosprezando o pré-sal, não consegue mais esconder os resultados extraordinários da conquista do governo petista e já começa exaltar a descoberta. Com o mercado do petróleo tão indefinido, qual a lógica de se fazer mais um leilão? É mais uma fatura do golpe sendo paga, certamente. Isso é entrega descarada do patrimônio brasileiro.
Falando em Lava-Jato, qual seu posicionamento? Não tem receio de criticar a operação?
Olha, combater a corrupção é essencial para o país. Mas, passados quatro anos da Lava-Jato, vai ficando cada vez mais claro que não existe ali qualquer preocupação como o povo brasileiro e com o destino do país. Com pretexto “justo e legítimo” de combater a corrupção, quebraram as empresas brasileiras, destruíram empregos dos brasileiros e tecnologia nacional. Os empreiteiros devem pagar pelos crimes que cometeram, mas as empresas não podem sofrer na mesma medida. Para dar um exemplo, a estrangeira SBM – uma das grandes empresas do mercado do petróleo – foi pega na Lava Jato, fez acordo de leniência com a Petrobrás e está atuando livremente no país. Cadê os empresários estrangeiros presos? Cadê as empresas de fora do país destruídas?
Essa mesma Lava Jato prendeu e condenou injustamente o maior líder popular da história desse país. Se continuar nesse ritmo, a história cravará certamente que a Lava Jato foi a grande inimiga da classe trabalhadora brasileira.
Sobre as eleições no geral, qual a sua impressão?
Tenho o entendimento que essas eleições vão decidir nossas vidas por muito tempo. Precisamos enfrentar essa agenda neoliberal que trouxe um retrocesso tremendo como a lei da terceirização e o congelamento de dinheiro para saúde e educação, por isso, penso que o melhor nome é do ministro Haddad. Como representante direto e legítimo do presidente Lula, Haddad terá força para fazer o Brasil voltar a ser feliz de novo, gerar emprego e distribuir renda.
Além disso, vamos enfrentar a batalha contra a entrega da cessão onerosa assim que acabar as eleições, precisamos de um presidente comprometido com a agenda do petróleo nacional e com os trabalhadores. O PT já demonstrou como fazer isso, Haddad é o melhor nome para revertermos a entrega do nosso Pré-Sal e os trabalhadores estarão com ele nessa luta.
Coral
28/09/2018 - 15h34
O Petroleo é Nosso!
Seria.
Se o Temer-MDB , os Tucanos-PSDB e a lava jato e o MPF/STF não tivesem entregado tudo.
Almir
28/09/2018 - 18h36
Não se esqueça dos paneleiros.
Adam Smith Comuna
27/09/2018 - 21h11
Meu voto para deputado federal no Rio é do Glauber Braga, PSOL, 5080. Comprometido com uma auditoria da dívida com participação das entidades civis.
Adam Smith Comuna
27/09/2018 - 20h57
Qual luta?
Haddad: “Se houver o chamado ato jurídico perfeito, aquele que não pode ser contestado, nós vamos respeitar como sempre respeitamos”
Todas as vendas JÁ foram contratadas judicialmente, na prática Haddad não vai devolver ao povo uma caneta entregue pelo Temer.
Em 2014 PT foi o terceiro partido na destinação de doações do Shell. PCdoB, da vice, foi o sexto.
Adam Smith Comuna
27/09/2018 - 21h01
Correção: contratadas = contestadas.
Elena
27/09/2018 - 20h48
É isso aí, José Maria! Estou torcendo por sua candidatura. Que pena que não poderei votar em vc pois não sou do RJ, mas os petroleiros do estado tem a obrigação de votar em vc. Vamos de 13! Vamos com Haddad!