O título é hiperbólico, mas esta foi a forte impressão que ficou da entrevista de Fernando Haddad ao Jornal Nacional.
“Entrevista”, aliás, está longe de ser o termo mais adequado para o que aconteceu ontem à noite. “Tentativa grotesca e mal-sucedida de massacre” está mais próximo da realidade.
William Bonner e Renata Vasconcellos pareciam dois personagens de Malhação, a interminável novela para adolescentes da Globo: afoitos como costumam ser os jovens e afetados como costumam ser, em cena, os atores globais.
O nítido objetivo dos entrevistadores era arrancar de Haddad algumas respostas pré-determinadas – certamente pelo alto comando da Globo. O mesmo método foi empregado na sabatina de Haddad na Globonews, inclusive com várias perguntas muito semelhantes.
Em ambas as entrevistas tentou-se, por exemplo, fazer com que o candidato do PT fizesse um pedido de desculpas à população.
Ao perceberem que Haddad não cairia nessa estúpida pegadinha, os inquisdores, tanto no JN quanto na Globonews, ficaram ouriçados. É como se eles fossem atores da Globo, fingindo serem jornalistas, com réplicas previamente preparadas para cada tipo de resposta do candidato. Quando o candidato sai um pouco do script, eles ficam perdidos e um tanto desesperados.
Outra dessas toscas tentativas de arrancar uma resposta específica de Haddad foi com relação à sua derrota na eleição municipal, em 2016. A genial ideia era fazer com que Haddad dissesse que o eleitor errou ao não elegê-lo.
O petista obviamente não disse isso (falou que o eleitor foi induzido a erro). Bonner e Renata, como dois adolescentes tentando “ganhar” uma discussão, passaram a repetir freneticamente que Haddad estava sim dizendo que “o eleitor errou”. O script do episódio deve ser seguido a qualquer custo…
Haddad teve um bom desempenho, na medida do possível diante das 62 interrupções que sofreu (fonte: Revista Fórum) – mais que todos os outros candidatos, três vezes mais que Alckmin.
Destaque para o momento em que Bonner inclui Dilma Rousseff em uma lista de “presos, condenados, réus e investigados”, e Haddad rebate dizendo que Dilma não é ré. Bonner insiste que Dilma é investigada e Haddad diz que “investigada, a Globo também é”, afirmando ainda que isso é de interesse da população sim, já que se trata de uma concessão pública. O ponto negativo é que, pelo jeito, Haddad continua achando golpe uma palavra muito forte, já que não usou-a.
O ridículo da postura dos entrevistadores – falar mais que o entrevistado – ficou evidente ao final, quando Haddad fez uma pergunta retórica e Bonner, empertigando-se todo, mandou um “você fez uma pergunta e agora eu vou responder” e desatou a falar, assumindo de vez o papel de entrevistado. Simplesmente patético.
A TV continuou ligada após o JN e eu assisti a um trecho da novela global. As semelhanças da novela com o JN são impressionantes: em ambos a qualidade técnica, a produção impecável e as belas imagens são inversamente proporcionais à trama inverossímil, ao texto simplório e ao roteiro absolutamente bizarro.
Decio Adams
20/09/2018 - 19h19
O habitual em uma entrevista é que o(s) entrevistador(es) façam uma pergunta e depois concedam o tempo para que o entrevistado responda satisfatoriamente o que foi perguntado. Se ficar faltando algum esclarecimento, pode ser feita uma pergunta complementar e dado o tempo de resposta. É isso que eu conheço de entrevistas. Qualquer jornalista que se preze, tem isso como ponto fundamental de seu comportamento.
O que William Bonner e Renata Vasconcelos fizeram com Haddad e em menor escala com outros candidatos, é uma inadequada forma de “inquisição”. Se a pessoa entrevistada não tem tempo de responder ao que lhe perguntam ela tem, a meu ver, todo o direito de interromper e se retirar, uma vez que nenhuma regra básica aplicável à situação está sendo respeitada. A dupla de prepostos da Globo, fizeram na verdade um desserviço significativo à população que os assistia. Não tive ocasião de ver ao vivo e chego à conclusão de que não perdi nada. Ganhei foi tempo e serenidade que teria perdido se estivesse vendo a situação.
Carlos Pereira
18/09/2018 - 12h33
Vulgo Bolsonauro ou Bozonauro não precisa ser investigado, como se não bastasse as besteiras que fala e pensamento tosco, só afunda depois desse vice “Mourão” que ele foi se juntar. Senão vejamos:
-STJ mantém condenação de Bolsonaro por ofensas a Maria do Rosário
Deputado foi condenado a pagar R$ 10 mil a Maria do Rosário por dizer que ela não merece ser estuprada por ser ‘muito feia’. Bolsonaro disse que recorrerá ao STF, onde é réu (G1).
-Sakamoto: Para vice de Bolsonaro, a malandragem é africana e a indolência, indígena. Pode Arnaldo????
Tal pai, tal vice. O Brasil não merece isso. Como disse Boulos são 50 tons de Temer!
O Melhor candidato é sem dúvida nenhuma: Lula. Lula Livre!
Na falta, ainda bem que temos Haddad Presidente!
Capanema
17/09/2018 - 20h34
– Mas qual figura política não está sendo investigada? – perguntou Haddad
– Jair Bolsonaro… – respondeu Bonner.
– …. (cara de bunda)… – Haddad
Carlos Pereira
18/09/2018 - 12h37
Vulgo Bolsonauro ou Bozonauro não precisa ser investigado, como se não bastasse as besteiras que fala e pensamento tosco, só afunda depois desse vice “Mourão” que ele foi se juntar. Senão vejamos:
-STJ mantém condenação de Bolsonaro por ofensas a Maria do Rosário
Deputado foi condenado a pagar R$ 10 mil a Maria do Rosário por dizer que ela não merece ser estuprada por ser ‘muito feia’. Bolsonaro disse que recorrerá ao STF, onde é réu (G1).
-Sakamoto: Para vice de Bolsonaro, a malandragem é africana e a indolência, indígena. Pode Arnaldo????
Tal pai, tal vice. O Brasil não merece isso. Como disse Boulos são 50 tons de Temer!
O Melhor candidato é sem dúvida nenhuma: Lula. Lula Livre!
Na falta, ainda bem que temos Haddad Presidente!
Vinicius Guimarães
17/09/2018 - 15h20
Haddad soube se comportar. Queriam que ele perdesse o controle, e ele não só não o perdeu, como assumiu o comando: “quando a minha honra está em jogo, eu é que defino a hora de parar”, e falou até o momento que quis. Impôs-se. Mais não poderia fazer.
Joseane
17/09/2018 - 14h30
Eu, como não faltei às aulas de Língua Portuguesa (análise do discurso), muito menos às aulas de História, não vi entrevista. O que vi foi uma “INQUISIÇÃO NÃO SANTA”.
Foi visível nas falas, até mesmo nas feições dos “inquisidores”, o desejo, tão somente, de desqualificar o PT e o seu candidato.
LULA JÁ ESTÁ LIVRE! LULA JÁ ESTÁ NA HISTÓRIA!
Edson
17/09/2018 - 21h00
Realmente, o lula está na história, como o único ex-presidente preso por corrupção no Brasil. Quem defende ladrões é …… estude um pouquinho de administração se saberá o que ele fez e um pouquinho de história (comunista) e saberá o que o pt quer fazer.
Francisco Solano P. de Lima
17/09/2018 - 13h27
Interessante as opiniões do colunista. Todos os candidatos que foram “entrevistados” no Jornal Nacional passaram por um processo de “liquidificação”. A meu juizo aquilo não é entrevista e sim um debate com os apresentadores.
Serg1o Se7e
17/09/2018 - 13h56
É que esse colunista em particular é bem fã do pt e acaba não vendo outras coisas…
O que eu vi foi de um lado um certo despreparo, poucos argumentos e algumas falas inverídicas, e do outro dois apresentadores.