Marina Silva – Falou diretamente às mulheres, buscando o voto delas pela identificação: “Alguma vez já te chamaram de fraca? De incapaz? Eu sei como é”. O alvo é Bolsonaro e seu ponto fraco, o voto feminino. Inteligente a tentativa de vincular uma crítica comum à candidata – a fraqueza – ao senso comum machista que considera a mulher frágil.
Cabo Daciolo – Glória a Deus.
Eymael – Eterno candidato, mantém o seu clássico jingle “Ey Ey Eymael, o democrata cristão”. Acabou sua exposição relâmpago mandando um enigmático “Sinais, fortes sinais!” e abrindo os braços teatralmente, para delírio dos seus 10 apoiadores.
Henrique Meirelles – O media training deu resultado: o efeito “ovo na boca” na sua dicção deu uma diminuída; agora, Meirelles fala parecendo um robô com defeito. O mote da campanha é o “Chama o Meirelles”: se todos os governos o chamam, é porque ele é o cara. Obviamente não vai colar. Disse que não vai fazer muitas promessas e que poderia até perder votos com isso, mas prefere “perder o seu voto e ganhar o seu respeito”. Não vai conseguir nem um, nem outro.
Ciro Gomes – Usou o pouco tempo para falar dos milhões desempregados, vivendo de bico ou com o nome do SPC. Mencionou o programa Nome Limpo para resolver a questão do SPC, tema que viralizou, dizendo que tem “pouco tempo de TV mas muitas ideias para mudar o Brasil”.
Guilherme Boulos – Apresentado pelo ator Wagner Moura como o candidato com “coragem para enfrentar privilégios e propostas para mudar a vida do povo brasileiro”.
Geraldo Alckmin – O seu alvo, como não poderia deixar de ser, é Bolsonaro. A mensagem inicial, transmitida por uma apresentadora, é na linha do “não é bom votar com raiva”. Alckmin tenta ser o candidato do equilíbrio – o termo foi usado três vezes – e do bom senso. “Um cara coração, simples”, diz a locução no clássico trecho em que mostra a história familiar do candidato. Tenta passar também a ideia de que irá unir o Brasil. Durante o jingle, aparecem imagens de Dilma e Temer associadas ao verso “Não dá pra olhar pra trás” (na cara de pau mesmo, como se o PSDB não fosse parte do governo Temer) e de Bolsonaro enquanto o cantor manda um “Não dá pra errar de novo”. A enxurrada de referências “modernas” durante o jingle – “emojis” do WhatsApp e imagens do Facebook – ficou forçada. A primeira impressão é que o enorme tempo de TV, em comparação com os demais, não será revertido em votos. Geraldo está em maus lençóis.
Vera – “Isso é uma farsa. O Brasil precisa de uma rebelião”.
Lula/Haddad – Começou com um texto escrito, falando que, apesar da decisão da ONU, “a vontade do povo sofreu mais um duro golpe com a cassação da candidatura de Lula pelo TSE”. Programa todo voltado para o “Lula Livre”, denunciando a injustiça da prisão, mostrando a vigília em Curitiba e manifestações pela liberdade de Lula em outros lugares. Ao final, Lula fala: “Eu to na situação de um inocente que está sendo julgado para evitar que esse inocente volte a fazer o melhor governo do Brasil”. As imagens e o texto são fortes. A prisão política de Lula finalmente é denunciada com todas as letras, na TV aberta, para o Brasil inteiro. O golpe fica cada vez mais nu.
João Amôedo – “Se depender de mim, essa é a última eleição com programa eleitoral obrigatório”. Acredite se quiser, essa foi a frase escolhida pelo candidato para preencher seu tempo. Com seu projeto antipovo, melhor não ter campanha mesmo.
Álvaro Dias – Imagens antigas da família, foto ao lado do Moro e o ridículo bordão “Abre o olho”.
Bolsonaro – Sem a carranca característica, tentou aparentar alguma simpatia com um sorriso tão natural quanto um canudo de plástico. Falou, obviamente, em família e pátria.
João Goulart Filho – “Recuperar o desenvolvimento e o orgulho de ser brasileiro”.