O Ibope acaba de divulgar uma pesquisa de intenção de voto em São Paulo. Abaixo, reproduzimos o texto publicado no próprio site do instituto. A íntegra da pesquisa pode ser baixada aqui.
Antes alguns comentários.
Lula é um fenômeno inquestionável. Mesmo preso há meses, ele lidera a pesquisa Ibope em São Paulo, feita entre os dias 29 a 1 de agosto, com 23% dos votos, oscilando insignificantes 1% para baixo em relação à ultima pesquisa, de 23 a 26 de junho.
As variações mais expressivas no eleitorado paulista de Lula, segundo o Ibope, se deram na periferia, onde o ex-presidente cresceu de 23% para 29%, e no interior, onde caiu de 23% para 19%. Na capital, Lula tem hoje 26%, contra 27% em junho.
O problema de Lula é sua rejeição, que é muito alta no estado, atingindo níveis alarmantes entre alguns segmentos.
Na média geral, a rejeição a Lula em São Paulo se manteve estável em relação a junho, com uma oscilação de 1 ponto para cima: 44%.
Na capital, todavia, a rejeição ao ex-presidente cresceu de 40% para 47%. Na periferia, houve o movimento oposto: a rejeição a Lula desidratou 3 pontos, de 38% em junho para 35% agora.
Entre eleitores com renda familiar superior a 5 salários, no entanto, o percentual de eleitores que responderam “não votar de jeito nenhum” em Lula subiu de 58% para 63%. Nesta mesma faixa de renda, Lula tem 16% das intenções de voto.
A força de Lula é concentrada na população de baixa renda. Entre quem ganha até 1 salário, Lula tem 33% das intenções de voto, contra apenas 6% de Bolsonaro e 13% de Alckmin. A rejeição a Lula nessa faixa é de apenas 26%.
Vamos analisar outros candidatos, mas num cenário sem Lula.
Geraldo Alckmin cresceu 4 pontos, de 15% em junho para 19% agora. O tucano é mais forte entre eleitores com renda familiar de 1 a 2 salários, onde tem 24% (contra 14% de Bolsonaro nessa faixa).
Bolsonaro oscilou para baixo, de 17% para 16%. Entre quem ganha mais de 5 salários, Bolsonaro lidera isoladamente, com 26%, contra 17% de Alckmin.
Marina perdeu dois pontos; tinha 13% em junho, agora tem 11%. A força de Marina está na capital, onde ela tem 14% das intenções de voto, o mesmo percentual de Alckmin e Bolsonaro.
Ciro Gomes ganhou dois pontos: tinha 6% em junho; agora tem 8%. O voto em Ciro está bem equilibrado em todos os segmentos. Ele vai melhor entre eleitores com 33 a 44 anos, onde tem 11%, aproximando-se de Bolsonaro e Marina, que tem 15% e 14% neste segmento.
Fernando Haddad oscilou um ponto para cima, de 3% para 4%. O desempenho fraco de Haddad no interior – apenas 2% – é que puxa para baixo a sua média. Na capital, Haddad tem 6%.
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Paulo Skaf e João Doria continuam tecnicamente empatados na disputa pelo Governo do Estado de São Paulo
O IBOPE Inteligência, a pedido da Companhia Rio Bonito Comunicações (TV Band), realizou entre os dias 29 de julho a 01 de agosto, a quarta e última rodada da pesquisa eleitoral no etado de São Paulo. Uma vez que as candidaturas ainda estão em processo de registro, os cenários testados contemplam possíveis nomes para a disputa, além daqueles já confirmados pelos partidos até o dia 27 de julho. Ademais, considerando as alterações no cenário para o governo do estado, não é possível comparar os resultados atuais com os levantamentos anteriores.
A liderança para a disputa pelo governo do estado está indefinida com João Doria (PSDB) e Paulo Skaf (MDB) tecnicamente empatados, considerando a margem de erro de 3 pontos percentuais (p.p.). O emedebista tem 22% das intenções de voto e o pessedebista é mencionado por 21% dos eleitores. O atual governador Márcio França e o petista Luiz Marinho têm 3% das menções, cada. Rodrigo Tavares (PRTB), Professora Lisete Arelaro (PSOL) e Toninho Ferreira (PSTU) são apontados por 2% dos eleitores, cada um. Os pré-candidatos Rogerio Chequer (Novo) e Claudio Fernando (PMN) recebem 1% das menções, cada. Os eleitores que intentam votar em branco ou anular o voto são 32%, ao passo que 11% dos entrevistados declaram-se indecisos.
Pergunta: Se a eleição para governador de São Paulo fosse hoje e os candidatos fossem estes, em quem o(a) sr(a) votaria? (%)
As intenções de voto em João Doria aumentam conforme a renda familiar dos eleitores, indo de 15% entre aqueles cuja renda familiar é de até 1 salário mínimo (S.M.) até 28% entre os que têm renda familiar acima de 5 S.M.. Destaca-se também entre os mais escolarizados (27%), entre os mais jovens e entre os eleitores da capital, com 25% das citações em cada segmento.
Já as intenções de voto em Skaf são mais frequentes entre os eleitores com idade de 25 a 34 anos e entre os que têm renda familiar acima de 5 S.M (27% em cada um).
Luiz Marinho é mais citado na região metropolitana do estado (7%), ao passo que Rodrigo Tavares se destaca entre os eleitores que possuem até a 4ª série do ensino fundamental (6%).
Os demais candidatos apresentam intenções de voto distribuídas de maneira homogênea nos segmentos analisados.
Simulações de Segundo Turno
Doria e Skaf permanecem empatados tecnicamente na simulação de segundo turno. Considerando o embate desses com outros possíveis candidatos, ambos aparecem com vantagem em relação aos demais. No embate entre Márcio França e Luiz Marinho, os candidatos também aparecem tecnicamente empatados.
Senador
O IBOPE Inteligência investigou também as intenções de voto para as duas vagas ao cargo de senador. O cenário considera possíveis nomes para a disputa e aqueles já formalmente oficializados pelos partidos. Além disso, considerando as alterações dos nomes testados, não é possível comparar os resultados desse estudo com as pesquisas anteriores.
Eduardo Suplicy (PT) lidera a disputa para o Senado com 32% das citações. Em seguida, está a emedebista, Marta, com 26% das intenções de voto. Mario Covas Neto (Podemos) e Major Olímpio (PSL) são mencionados por 17% e 12% dos eleitores, respectivamente. Ricardo Tripolli (PSDB) recebe 6% das citações, enquanto Educador Daniel Cara (PSOL) e Mara Gabrilli (PSDB) tem 4% das menções, cada um. O petista Jilmar Tatto, Silvia Ferraro (PSOL), Jair Andreoni (PRTB) e Diogo da Luz (Novo) têm 2% das menções, cada. As intenções de voto em branco ou nulo totalizam 50%. Aqueles que não sabem ou preferem não opinar somam 24%, ao passo que 16% citam apenas um candidato.
Presidente
Foram investigados dois cenários de intenção de voto para Presidente da República. No primeiro cenário foi considerado o ex-presidente Lula como candidato pelo PT. Enquanto no segundo, Lula é substituído pelo ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad.
Devido as alterações dos nomes testados também não é possível comparar esses resultados com os das pesquisas anteriores.
Intenção de voto estimulada (com a apresentação dos nomes dos candidatos)
No cenário em que está presente, Lula (PT) aparece numericamente à frente, mas tecnicamente empatado com Jair Bolsonaro (PSL). Geraldo Alckmin (PSDB) aparece em seguida, em patamar semelhante ao do candidato do PSL. Já na simulação com Fernando Haddad (PT), Alckmin fica numericamente à frente, mas continua tecnicamente empatado com Bolsonaro.
*O pré-candidato Paulo Rabello de Castro desistiu da candidatura após o registro da pesquisa.
Avaliação da administração estadual
A administração do governador Márcio França é considerada regular por 39% dos paulistas (oscilação negativa de 2 p.p. em relação à última rodada), enquanto 30% a avaliam negativamente (ruim ou péssima) e 11% a avaliam como ótima ou boa (eram 31% e 10%, respectivamente). Totalizam 19% os que não sabem ou preferem não opinar.
Metade dos eleitores entrevistados desaprovam a maneira como o governador Márcio França vem administrando o estado (1 p.p. a mais que no levantamento anterior), frente a 26% que a aprovam (oscilação negativa de 2 p.p. em comparação à última rodada). Aqueles que não sabem ou preferem não responder somam 24%.
Cerca de dois terços dos eleitores de São Paulo declaram não confiar no governador Márcio França (65%, mesmo percentual da última pesquisa), enquanto aqueles que confiam, representam 20% das respostas (oscilação negativa de 1 p.p.). São 15% os eleitores que não sabem ou optam por não responder essa questão.
Principais problemas do estado
Em relação às outras rodadas, a saúde continua sendo mencionada como a área mais problemática pela maioria dos entrevistados (61%), no entanto, não apresentou variação em relação à medição anterior. Na sequência, aparecem as áreas da educação e segurança pública, com 39% das citações, cada uma (eram 38% e 40%, respectivamente, no levantamento realizado no mês de junho). Lembrando que estes percentuais correspondem à soma das três áreas que poderiam mencionar.
Avaliação da administração federal
A administração de Michel Temer é avaliada negativamente (ruim ou péssima) por 75% (contra 79% na rodada anterior). Os eleitores paulistas que consideram a atual administração regular passam de 16% para 18%, enquanto 5% a avaliam positivamente (ótima ou boa), representando uma oscilação positiva de 2 p.p. em relação à rodada de junho.
São 87% os que desaprovam a forma como Michel Temer está governando o Brasil, contra 9% que a aprovam (mesmos percentuais do levantamento anterior). Aqueles que não sabem ou não respondem à pergunta totalizam 4%.