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Doria aposta no avanço do fascismo lavajateiro para se eleger em São Paulo

Eu acho importante acompanhar a campanha de João Dória em São Paulo, porque acredito que ela tende dar o tom da campanha nacional do PSDB. É uma campanha baseada no ódio e na propagação de mentiras. O foco não é mais apenas o PT, mas os “partidos de esquerda”. Doria está fazendo uma campanha essencialmente […]

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Sérgio Moro e João Dória Jr

Eu acho importante acompanhar a campanha de João Dória em São Paulo, porque acredito que ela tende dar o tom da campanha nacional do PSDB.

É uma campanha baseada no ódio e na propagação de mentiras. O foco não é mais apenas o PT, mas os “partidos de esquerda”.

Doria está fazendo uma campanha essencialmente negativa, tentando surfar na rejeição ao PT em São Paulo, e na popularidade do juiz Sergio Moro.

Pouco antes da Segunda Guerra, alguns movimentos políticos seguiram o roteiro da criminalização da esquerda para conquistarem o poder.

Daí surgiram tanto o nazismo quanto o fascismo.

O papel do judiciário alemão, aliás, na consolidação do nazismo alemão é contado em diversos livros, como o Justiça Política, de Otto Kirchheimer, e os Juristas do Horror, de Ingo Müller.

Espero que ministros do STF, professores de Direito e dirigentes da OAB, se interessem por essas obras.

***

No El País Brasil

Doria aposta (de novo) no antipetismo para vencer a eleição mais difícil do PSDB em São Paulo

Tucano foi ungido candidato neste sábado e é favorito nas pesquisas de intenção de voto, mas enfrentará desafios inéditos na corrida pelo governo do Estado mais rico do País

RICARDO DELLA COLETTA
São Paulo 29 JUL 2018 – 10:17 BRT

O ex-prefeito de São Paulo João Doria não deixou dúvidas sobre o tom que pretende adotar para conquistar o eleitor paulista — principalmente o do interior — durante a campanha pelo governo do Estado. “Vamos lembrar o herói Sérgio Moro que, como juiz destemido e corajoso, pôs Lula na cadeia e está pondo vários outros”, disse o tucano na convenção estadual do PSDB, neste sábado. Ao lado de Geraldo Alckmin, Doria afirmou ainda que o alto desemprego no Brasil foi causado “pelos governos do PT e dos partidos de esquerda”. Antes de terminar o discurso, voltou à carga: “nada de bandeira vermelha, nada de esquerdismo!”

Foi dessa forma, redobrando a aposta no antipetismo e apresentando-se como um gestor de sucesso que trocou o conforto de uma vida de empresário para dedicar-se à administração pública, que Doria deu a largada oficial da sua campanha. O figurino não é novo: foi com ele que o tucano se elegeu prefeito de São Paulo em 2016 ainda no primeiro turno.

Dois anos depois, no entanto, ninguém dentro do PSDB espera uma eleição fácil, principalmente porque o partido enfrentará umas condições inéditas no Estado que controla há 24 anos. Pela primeira vez desde 1998 os tucanos terão de lutar contra a máquina do Governo estadual, que atualmente é comandada por um adversário, o governador Márcio França (PSB). Vice de Alckmin, que se desligou do governo estadual em abril para poder concorrer à Presidência da República, França deve ser oficializado candidato do PSB na próxima semana.

“Há uma ruptura dentro do próprio grupo hegemônico em São Paulo, que não consegue mais se conciliar em termos eleitorais”, avalia o cientista político Vitor Marchetti, da Universidade Federal do ABC.

Não é o único obstáculo no caminho de Doria. Ele convive com uma alta rejeição, principalmente na capital, onde está desgastado por não ter concluído o mandato de prefeito. O tucano sinalizou neste sábado qual deve ser a sua linha de defesa nesse tema, que será um dos principais flancos de ataque dos seus oponentes. Rendeu elogios a seu sucessor, Bruno Covas (PSDB), e afirmou que cada voto que recebeu em 2016 foi também para o seu antigo vice. “O Bruno Covas é o retrato do PSDB”, declarou.

Os números das últimas pesquisas dão uma ideia da complexidade do atual pleito estadual. Na mais recente sondagem do Ibope, Doria aparece com 19% das intenções de voto, tecnicamente empatado com o presidente licenciado da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf (MDB), que tem 17%. Os dois são seguidos à distância por França que, embora apareça com apenas 5% da preferência do eleitorado, é considerado alguém com potencial de crescimento por ter a projeção que o cargo de governador confere e ainda ser desconhecido.

Disputa acirrada

Cientistas políticos ouvidos pelo EL PAÍS consideram que há chances reais de a predominância do PSDB no Estado ser rompida estas eleições, principalmente diante da perspectiva de um pleito em dois turnos — em 2006, 2010 e 2014 o candidato do PSDB se elegeu no primeiro turno.

Quem conseguir polarizar com os tucanos no primeiro turno, dizem, poderá capitalizar, no segundo turno, o cansaço do eleitor com um partido que administra o Estado há mais de duas décadas e que teve a sua imagem manchada depois das denúncias de corrupção que atingiram em cheio Aécio Neves, ex-presidente da sigla. “Eu acredito que o PSDB terá mais dificuldades este ano”, afirma Marco Antonio Teixeira, professor da Fundação Getúlio Vargas.

Tanto França quanto Skaf — que também foi confirmado candidato hoje pela convenção do MDB paulista — trabalham para se viabilizar como essa segunda força no primeiro turno. Skaf tenta manter o recall conquistado nas duas últimas eleições para governo, mas carrega o ônus de ser um fiel aliado do presidente Michel Temer, que acumula altos níveis impopularidade. Na convenção do MDB realizada neste sábado, por exemplo, não houve qualquer menção ao presidente da República.

França, por sua vez, correu contra o tempo desde que assumiu o governo para liberar recursos estaduais a prefeitos, com o objetivo de garantir uma boa votação nas pequenas e médias cidades do interior. Ele também utilizou seu período na cadeira de governador para costurar a segunda maior aliança partidária no Estado, algo fundamental para, a partir das inserções diárias no rádio e na televisão, tornar-se mais conhecido entre o eleitor paulista.

O atual governador, no entanto, sofreu baixas que foram sentidas na sua pré-campanha. A mais sentida delas foi o fato de Alckmin, depois de pressionado pelo PSDB, ter sido obrigado a só participar de atos da campanha de Doria. Associar-se ao ex-governador tucano era a principal estratégia de França para não ser rotulado como um candidato da esquerda, algo que Doria já indicou que vai explorar em seus ataques ao adversário.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Francisco

30/07/2018 - 20h51

Miguel, ótimas indicações de leitura eu tenho e já li o de Ingo Müller em espanhol. O de Otto Kirchheimer apenas li um edição já bem gasta em alemão na UFPE. Onde conseguintes o de Otto ? Adicionado à lista origem do totalitarismo de Hannah Arendt e o livro sobre a Rosa Branca da editora 34.

Cícero Costa

30/07/2018 - 17h29

Esse enganador, vulgo “João pinóquio”, não engana mais ninguém, só coxinhas alienados sem noção acredita nele.

Esse farsante não ganha aqui mas nem morto, só sendo muito burro e otário pra votar nessa praga.

NeoTupi

30/07/2018 - 12h08

Esse discurso foi na convenção do PSDB, para uma platéia que tem o PT como inimigo. Acredito que Dória o repetirá em ambientes de direita, encaixará respostas em entrevistas no PIG escrito para a elite. Mas duvido muito use na tv, pois duvido que discurso anti-pt seja suficiente para convencer o eleitor comum (mesmo o paulista), preocupado com emprego e pagar as contas do mês. Tanto é que o petista Eduardo Suplicy lidera com folga as pesquisas para o Senado.
Funciona menos ainda discurso anti-esquerda, pois o eleitor comum não sabe ao certo qual é sua própria ideologia (nem direita, nem esquerda). Ele deseja é resultados que tragam bem estar (o que no fundo o coloca no campo da esquerda moderada, preferindo entre o trabalhismo e a social democracia, mesmo que não saiba disso).
O discurso lavajateiro também não rende mais tanto voto, pois a lava-jato prometeu muito e entregou pouco até no quesito combate à corrupção, tanto pela quantidade de político picareta livre para ser candidato (e a maioria aliada a Dória), como por delatores milionários que já estão soltos em suas mansões, e pela parcialidade política do judiciário de perseguir Lula e dar muito mais moleza para outros; como pelo fracasso no discurso do Dellagnol de que a lava jato devolveria dinheiro público à saúde, educação, etc, dinheiro que só desapareceu depois da lava jato e do golpe.
Dória tem dinheiro para fazer pesquisas diárias e se guiará por pesquisas dizendo aquilo que a maioria do eleitorado quer ouvir. Foi assim que ele se elegeu prefeito. O problema é que a credibilidade dele está bastante combalida de 2016 para cá. Como dizer que não é político e sim gestor, se não esquentou a cadeira de prefeito (sem fazer nada no cargo a não ser política) e não pode ver eleição que quis se candidatar? Além disso tem declarações desastrosas de apoio a Temer e Aécio (e a internet não perdoa, não deixa esquecer), além de ter apoiado a perda de direitos do povo. Dória perdeu a imagem de “empresário bem sucedido” que tinha em 2016 e está mais com a imagem de “empresário que se dá bem para si mesmo na política”. Não terá vida fácil.

Curió

30/07/2018 - 11h17

Lula livre!
As idéias de Moro e demais procuradores são demasiadamente fascistas que qualquer principiante de história sabe disso muito bem claro. Tanto mais que eles não se rebelam contras as idiotices do gran chef, estudam na mesma cartilha, MINHA VIDA É COLOCAR LULA E OS VERMELHOS NA PRISÃO E SALVAR OS PSDB.

Curió

30/07/2018 - 11h04

Estes são os dois maiores farsantes brasileiros do momento. Um, nazo-facista vampiro de Curitiba, gosta de caviar e champagne no estrangeiro e chupa o sangue pátrio de uma forma tão impressionante que o empresariado, de onde também negaceia futuras vítmas dá-lhe prêmios de chupação, sucção profunda, carta branca para baile de debutantes… guarda das filhas…
O outro, canastrão, digo, falastrão, não foi prefeito de vez. Comprou sim uma rua do patriônio público para sí com dinheiro público pois o que tem é roubado a pretexto de empreendimentos excusos… nem o Alkmim vampiro mor, unha e carne com o Temer o suporta e vai para a eleição sem pedir voto para o tio do Aecim…
Este vai perder a eleição e corre o risco altíssimo de ir ver o sol nascer quadrado.
Aquele será julgado futuramente por crime de lesa pátria. Não temos prisão perpétua nem pena de morte na constituição que ele caga em cima todo santo dia num ritual diabólico… mas pegará uma cana grande. A história nem se fala… condenará este verme como a pior afronta a humanidade que o Brasil já produziu.

gN

30/07/2018 - 09h56

Eu acho Q a Esquerda devia parar de chamar todo mundo Q não concorda com as suas ideias de fascista! 1- isso só gera mais raiva contra uma esquerda já isolada em uma bolha; 2- banalização das palavras fascista e nazista, olha só como o pessoal já está brincando chamando as camisas do Bolsonaro de camisas opressoras…

    Miguel do Rosário

    30/07/2018 - 10h17

    Concordo, mas o que temos visto no Brasil tem semelhanças com o movimento fascista, baseado na difusão do ódio irracional a qualquer ideia ligada à esquerda. Repare a fala de Doria, tentando demonizar a cor vermelha…

    Alan Cepile

    30/07/2018 - 10h55

    Quem chama de fascista quem não concorda com suas ideias é o petismo, que pra ele ou vc se ajoelha e beija a mão, ou é de direita, um comportamento infantil.

    Tirando isso há muito fascismo mesmo, veja o último exemplo da UFABC, aquilo é o mais puro fascismo explicito.

    ari

    30/07/2018 - 11h11

    Eu não chamo todo mundo de nazista. Por exemplo, ACM Neto é a cria da maldição ACM, cujo avô tanto mal fez à Bahia. Mas eu não o chamaria de nazi-fascista. Quanto a Dória, sem dúvidas é uma das mais nefandas figuras políticas de destaque já surgidas em SP, superando mesmo um José Serra. Ele é o retrato do que que 20 anos de PSDB, com todos os interesses que esse partido representa, aliados a uma mídia corrupta são capazes de fazer com um povo.

Flavio Luiz Sartori

30/07/2018 - 09h40

Miguel do Rosário, você está deixando o seu ressentimento contra o PT te contaminar ao ponto de chegar a irracionalidade por que deixar o PT e o Luiz Marinho de fora da sua análise é um erro terrível porque se Lula tem 20% em São Paulo e Lula transfere voto então Luiz Marinho não poderia jamais ficar de fora da sua análise porque aqui em São Paulo tem fascista, claro de sobra, mas tem esquerda forte também.

    Miguel do Rosário

    30/07/2018 - 10h20

    Flavio, eu não tenho ressentimento nenhum contra o PT. Ao contrário, acho o partido mais importante da esquerda latino-americana. Eu apenas não sigo a linha do partido, porque sou independente, e me sinto na obrigação de fazer críticas e apontar o que considero os erros da legenda.


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