Na Folha de São Paulo, o colunista Leandro Narloch, escreve que os eleitores de Bolsonaro fazem parte da ‘velha esquerda’
Estavam lá Magno Malta, Janaína Paschoal, Jair Bolsonaro, seus filhos e dirigentes partidários. Mas o personagem mais interessante da convenção do PSL deste domingo foi um eleitor.
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Não são comunistas, é claro, mas tampouco liberais –têm zero entusiasmo pelo livre comércio e pela reforma da Previdência; acham ok Bolsonaro dizer que não privatizará a Petrobras.
O que os tira do sério é a educação de gênero, a legalização do aborto e das drogas, a tolerância com criminosos, a maioridade penal só aos 18 anos e a lei que proíbe os pais de darem palmadas nos filhos. Ou seja, as pautas da nova esquerda.
As lideranças que discursaram durante a convenção sabiam disso. Ninguém ali falou sobre crise fiscal ou aumento da produtividade (termos mais apropriados a uma convenção do PSDB). Na hora de levar à euforia o público já excitado, recorreram ao “kit gay”, ao risco da destruição dos valores familiares, aos manifestantes que enfiaram crucifixos no ânus durante protesto na Paulista.