CIRO COMO FATOR DE UNIDADE PETISTA
Por Gilberto Maringoni, em seu Facebook
Algo curioso ocorre no interior do PT, diante da possibilidade cada vez maior de Lula ser arbitrariamente impedido de participar das eleições. Não há candidato interno capaz de unir a agremiação.
O PT sem Lula pode sofrer um processo de peemedebização, através da formação de blocos regionais com interesses próprios. Sem programa claro – os ziguezagues políticos dos 13 anos de governo comprovam a assertiva – os diversos agrupamentos exibem tênue identidade entre si..
A coesão de momento é um ruidoso movimento anti-Ciro Gomes, um considerável fator de unidade interna.
Ciro funciona mais ou menos como um “outro” que faz as vezes de ameaça externa para reavivar o patriotismo de partido e viabilizar um candidato com carteirinha do PT. Qualquer que seja ele.
O pedetista hoje é um grande espantalho para a militância petista. Por isso, o anticirismo é vital nessa lógica.
O movimento é particularmente grave quando o grande capital consolida Geraldo Alckmin como seu candidato preferencial, tendendo a deixar Bolsonaro à margem da disputa.
É hora de a esquerda ativar suas baterias contra o ex-governador de São Paulo e o Centrão, ou a “turma do Eduardo Cunha”, como bem define Guilherme Boulos. Bater em quem está ao lado é desastre anunciado a pouco mais de dois meses das eleições.
* Gilberto Maringoni foi candidato a governador do Estado de São Paulo nas eleições de 2014 pelo PSOL, partido ao qual ainda é filiado.