Essa é a realidade com a qual temos de lidar. O mesmo eleitorado que ama Lula, também elege legislativos e governos conservadores, o que produziu o desequilíbrio no sistema que nos levou ao golpe. Um desequilíbrio que precisa ser resolvido, naturalmente, pela educação política popular.
A modernização do sistema de comunicação de massa, ao fazer o povo se posicionar de maneira mais inteligente no processo eleitoral, produzirá uma dinâmica política mais estável e progressista.
O processo eleitoral tem de ser pensado como prioridade pelos partidos do campo democrático. Todas as energias devem estar investidas na campanha de educação eleitoral e política da população, aí compreendidas todas as classes. Jamais podemos diminuir a importância da alta luta intelectual, destinada a convencer a população mais instruída.
Menosprezar a classe média é um vício contrarrevolucionário, porque a estruturação política dos partidos precisa estar centrada na ampliação e renovação constante de um núcleo intelectual crítico, condição necessária à produção de inteligência e liderança.
Ao mesmo tempo, os recursos financeiros dos partidos deveriam ser mobilizados primordialmente para a juventude, permitindo que os estudantes os usassem para aprimorar sua educação política pessoal.
Confiram o quadro abaixo.
O Brasil ainda tem 6,5 milhões analfabetos e 38 milhões de brasileiros com ensino fundamental INCOMPLETO.
Ou seja, somados, temos 45 milhões de eleitores ou 30% do total sem os requisitos de instrução mais primários para se obter um trabalho decente.
Ao mesmo tempo, também temos 13,5 milhões de brasileiros com ensino superior completo, dos quais 61% são mulheres.