Jeferson Miola
A perseguição fascista ao ex-presidente Lula alcançou o paroxismo no domingo, 8 de julho, e expôs com nitidez a regressão do sistema jurídico brasileiro à Idade Média – que por longo tempo ficou conhecida também como Idade das Trevas.
Lula é um prisioneiro político de quem o medievalismo judicial sequestrou os direitos civilizatórios imanentes a qualquer pessoa, como o direito ao juiz natural, o direito ao devido processo legal e o direito ao julgamento justo e imparcial.
Seria apenas bizarra não fosse trágica a patifaria de juízes, procuradores e policiais federais coordenando-se desesperadamente entre si e com a Rede Globo para impedir, a qualquer custo, a libertação do Lula da prisão política.
Ao abandonar as férias para interferir ilegalmente na decisão de juiz de instância superior, articular seus parceiros no trf4 e mandar a pf descumprir ordem de soltura, Moro não só cometeu crimes, como confirmou a obsessão patológica em perseguir e caçar Lula.
A confirmação dessa notória parcialidade impede Moro continuar atuando nas demais farsas jurídicas fabricadas para incriminar sem provas – porque não existem crimes – o ex-presidente Lula.
Moro não está sozinho na função de carcereiro pessoal do Lula. Ele divide tal atribuição medieval com os juízes do trf4, que também se consideram donos do corpo do Lula.
Caso o judiciário autorize a recomendação da procuradoria da república para que a pf somente liberte Lula quando o stj autorizar, Lula passará a ter carcereiros pessoais em todas as instâncias do judiciário e, além disso, sofrerá restrições graves do seu direito de buscar a libertação da prisão política a que foi submetido pelo fascismo midiático-judicial.
O judiciário mergulhou o Brasil nas trevas. Já não se trata apenas de insegurança jurídica, mas do mais absoluto descrédito e asco em relação a um poder cada vez mais ilegítimo e oligárquico, que não merece respeito, porque promove injustiças e ilegalidades e aprofunda o arbítrio fascista.