Por Pedro Breier
A postura do México em campo foi ousada, buscando propor o jogo desde o início.
A adoção de uma estratégia ofensiva pelo adversário é o cenário perfeito para o time brasileiro.
Com seu jogo eminentemente vertical, sustentado pelas combinações entre o habilidoso e impetuoso quarteto ofensivo, o Brasil agradece, de coração, quando o desafiante oferece algum espaço para as tramas ofensivas.
É claro que, como sempre na existência, há o outro lado da moeda.
O gosto pelo ataque – e a marcação alta – do México prevaleceu na metade inicial da primeira etapa, com o time de verde rondando perigosamente a meta de Alisson.
Aos 24 a maré começou a virar. Neymar fez sua primeira grande jogada na partida ao cortar dois zagueiros de uma vez e concluir para boa defesa de Ochoa.
O Brasil cresceu mas, apesar de criar algumas boas chances, o jogo foi para o intervalo com o placar em 0 x 0.
O zero foi tirado do placar logo aos 5 minutos da segunda etapa.
Neymar foi levando a bola da meia-esquerda para o meio, arrastando os defensores com ele. Com um tapa de calcanhar o camisa 10 deixou a bola limpa para Willian, que, em velocidade, driblou o zagueiro e cruzou de perna esquerda. O próprio Neymar, que criou a bagunça no sistema defensivo mexicano, escorou para o gol vazio.
O time brasileiro seguiu dominando as ações e ditando o ritmo da partida. Ochoa teve que trabalhar em dois bons chutes, de Paulinho e Willian. O México não produziu uma miséria chance clara de gol, sempre brecado pelo firme sistema defensivo de Tite.
Aos 42 o Brasil enfim respirou aliviado ao fazer o segundo, com Firmino, que recém havia entrado.
Após passe de Fernandinho, Neymar ganhou com facilidade dos zagueiros, botando na frente em velocidade, e bateu de bico. A bola rasteira tinha endereço certo mas foi desviada pelo goleiro Ochoa, sobrando na medida para Firmino chapar para o gol vazio e definir o 2 x 0 no placar.
Willian e Neymar vêm nitidamente subindo o nível das suas atuações. Neymar, com sua participação essencial nos dois gols brasileiros, foi o melhor em campo.
O Brasil reforça a autoridade inerente à pentacampeã mostrando um invejável poderio ofensivo, especialmente pela criatividade do quarteto de ataque.
O bom aproveitamento de Neymar, Coutinho, William e Jesus nos dribles é, em boa medida, responsável pela alta capacidade brasileira de furar as zagas e criar chances de gols.
Se não der zebra nas quartas, o provável encontro entre Brasil e França na semifinal – repetição de 2006, aquela do Roberto Carlos arrumando a meia e etc. – promete ser a final antecipada.
São as duas seleções que emergem das oitavas de final como favoritas à taça.