[Esse é o quarto texto de uma série que prometi aqui]
Se no primeiro texto da série “Plano Lula” escrevi sobre a importância do Lulismo, no segundo e terceiro aprofundei para a conjuntura nacional, nesse texto volto à figura do companheiro Lula com outra perspectiva: a esperança de um país melhor.
Como diria Napoleão Bonaparte, um líder é um vendedor de esperança. A frase é um pouco clichê (parece um livro do Augusto Cury) mas traz consigo uma constatação factual: alguém capaz de espalhar uma ideia a ponto de aglutinar um coletivo inteiro, se torna uma importância referência desse grupo.
A frase da francês é verificada com mais clareza, por exemplo, no resultado da última pesquisa Datafolha sobre “quem poderá salvar a economia?”. Os dois líderes das pesquisas, não coincidentemente, também são aqueles em que a população deposita sua esperança na melhora da economia.
É natural imaginar que para resolver o caos que vivemos atualmente precisamos, a priori, de acreditar na mudança tão necessária nas nossas relações sociais e econômicas. O Brasil da Nova República foi enterrado junto com o Golpe, quando a operação midiática da Lava-Jato – irresponsavelmente – destruiu todo o presidencialismo de coalizão sem separar as relações fisiológicas da coalização ideológica e democrática.
Ou como diria em Minas, matou a vaca para tentar se livrar do carrapato (que continua vivo, diga-se de passagem).
É difícil pensar que a tão badalada mudança política (que vai acontecer, se pra pior ou pra melhor vai depender do nosso nível de mobilização) seja de cunho popular sem que haja, efetivamente, uma participação do povo.
E quando olhamos de perto essa pesquisa Datafolha, podemos verificar que Lula tem penetração gigante na camada mais pobre: dentre aqueles que recebem até dois salários mínimos, 40% acreditam que ele irá salvar a economia contra 11% do segundo colocado. Essa crença, hoje centrada numa figura consolidada como o presidente de honra do PT, é totalmente necessária para uma guinada popular.
Ou seja, quem “faz a cabeça” da maioria da população brasileira (vale lembrar que metade da nossa população vive com menos de um salário mínimo segundo o IBGE) ainda é o Lula.
Portanto, não há como aceitar que a maior liderança popular, cuja herança pode apontar para um mudança revolucionária na nossa política, seja perseguida e inviabilizada pela mesma elite que quer destruir o país.
Afinal de contas, não existe a menor garantia que surgirá uma figura com a liderança do Lula e que consiga fazer o povo acreditar de novo no país.