É falso: Marconi não falou em privatizar refinarias da Petrobras
14 de Junho de 2018
Por Gustavo Castañon
Como membro da equipe que está formulando o programa de governo do pré-candidato Ciro Gomes, venho aqui contestar informação dada hoje pelo 24/7 de que o coordenador de nossa equipe, Nelson Marconi, tenha defendido privatizar refinarias da Petrobrás.
Li a entrevista, conversei com ele nesta manhã e posso garantir que não houve declaração alguma dele nesse sentido nem há consideração alguma de nossa equipe dessa possibilidade.
Provavelmente, o equívoco foi uma frase jogada pela Reuters no cabeçalho de sua matéria: “com alienação de ativos da Petrobras”. Nem Marconi deu essa declaração, nem ela significa privatização de refinarias.
A entrevista de Marconi somente reflete as ideias de nosso programa de governo em construção, de ampliar a produção da Petrobrás e a competição no setor de refino para controlar preços e aumentar a quantidade de derivados do petróleo produzidos no Brasil, ajudando a equilibrar nossa balança de pagamentos. É exatamente a política oposta a do atual governo.
Ou seja, queremos incentivar a construção de novas refinarias no Brasil (como as de Prêmio I e Prêmio II), não só pela Petrobrás (que não tem por lei este monopólio desde 1997), mas também por nossa iniciativa privada.
Somos defensores da iniciativa privada e é exatamente por isso que queremos restaurar no país as condições de investimento e produção.
Além disso, reafirma a determinação de impulsionar o crescimento econômico via política de compras governamentais de produção local e de retomar todas as reservas de petróleo que são ativo estratégico de nosso povo. Ainda declara que todos os contratos fora do modelo de partilha serão rescindidos e indenizados.
No meio da matéria, a Reuters descreve a política atual da Petrobrás de vender 60 por cento de sua capacidade de refino no país e de se desfazer de quatro refinarias.
Quem quiser confundir uma coisa e outra tem que estar determinado a isso.
Não só como membro da equipe do programa de governo, mas como filiado ao PDT, reafirmo nosso compromisso visceral com a Petrobrás, empresa líder em tecnologia e extração de petróleo, motor de nosso desenvolvimento e patrimônio inalienável do povo brasileiro, fundada por nós, trabalhistas, sob o segundo Governo de Getúlio Vargas, que pagou com o próprio sangue para libertar o Brasil da dependência do petróleo.
No próximo rumor sobre nossos planos para a Petrobrás, seria bom lembrarmos de tudo isso antes de o reproduzir.
PS: Segue aqui a nota publicada por Marconi na sua página no Facebook há alguns minutos:
“Concedi essa entrevista à Reuters em que falo sobre diversos pontos do programa não abordados em conversas anteriores. É importante esclarecer que em nenhum momento eu falo em privatizar refinarias da Petrobrás, que fique em claro; esta medida NÃO é parte de nosso programa. Entendemos, isso sim, que deve haver mais competição no refino, como o título da matéria diz, e, portanto, vemos com bons olhos se o setor privado também investir no refino. A Petrobras é uma empresa estratégica para o país e não passa pela nossa cabeça, nem de longe, vender os seus ativos. Seria incoerente com tudo que vemos defendendo. Acho que minha afirmação é bastante clara e suficiente.”
* Gustavo Castañon é professor do departamento de Filosofia da Universidade Federal de Juiz de Fora.