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A entrevista de Marconi a Reuters e a nova onda de desinformação

Nas últimas semanas, saíram várias reportagens indicando que Ciro Gomes é o candidato mais “temido” pelo mercado. Não me perguntem quem é este mercado: ninguém sabe. É como ensina aquele velho dito espanhol: “no creo en brujas, pero que las hay, las hay”. Apesar de ninguém jamais ter visto esse “mercado” em parte alguma, todos […]

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Nas últimas semanas, saíram várias reportagens indicando que Ciro Gomes é o candidato mais “temido” pelo mercado. Não me perguntem quem é este mercado: ninguém sabe.

É como ensina aquele velho dito espanhol: “no creo en brujas, pero que las hay, las hay”. Apesar de ninguém jamais ter visto esse “mercado” em parte alguma, todos respeitam, temem ou rejeitam sua opinião.

O medo que o “mercado” tem de Ciro Gomes tem uma razão simples. Dentre os principais candidatos, é o que tem o discurso mais ancorado à esquerda do espectro político.

Ciro defende a revogação da reforma trabalhista, a anulação dos leilões do pré-sal e uma política de investimentos fortemente induzida pelo Estado.  Para o “mercado”, isso é quase um discurso “bolivariano”, apesar dos países ricos terem sempre, ao longo de sua história, praticado exatamente as mesmas políticas que demonizam nos países pobres.

Uma pesquisa da XP Investimentos, que entrevistou  204 “investidores institucionais”, quantificou cientificamente o tamanho do medo que o mercado tem de Ciro Gomes.

Por ordem de preferência, o mercado quer Alckmin, Alvaro Dias, Bolsonaro, Marina Silva, Fernando Haddad e, em último lugar, Ciro Gomes.

Abaixo, um infográfico do Estadão, publicado junto com uma reportagem, no dia 10 de junho.

Para aplacar a histeria do “mercado”, Nelson Marconi, coordenador do programa de governo de Ciro Gomes, deu uma entrevista a Reuters, publicada hoje em português e em inglês.

Duvido muito que a entrevista, porém, tenha agradado ao “mercado”.

Segundo a reportagem original, em inglês, Marconi afirma, com todas as letras, que Ciro Gomes vai anular os leilões que entregaram o pré-sal a multinacionais, que as reservas pertencem à Petrobras, e que vai retomar os juros baixos para o BNDES.

O jornalista, fazendo às vezes de intérprete do “mercado”, conclui melancolicamente, ao final do texto, que as “propostas econômicas de Gomes marcam o retorno, em várias maneiras, às políticas desenvolvimentistas, com papel central do Estado, dos presidentes Lula e Dilma”.

Não é uma conclusão muito justa, a meu ver, porque as propostas econômicas de Ciro me parecem ser bem mais audaciosas que as implementadas pelos governos petistas.

Entretanto, cuidando para não figurar apenas como um bolivariano revolucionário aos olhos da imprensa internacional, Marconi mostrou uma cenoura aos olhos dos investidores estrangeiros: defendeu o fim do monopólio virtual da Petrobrás no setor de refino.

O trecho em que fala das refinarias é o seguinte:

“For the love of God, refining does not need to be a Petrobras monopoly,” he said, adding that the state-controlled company could sell some refining assets and others could be encouraged to invest in new plants.

Tradução:

“Pelo amor de Deus, o refino não precisa ser um monopólio da Petrobras”, acrescentando que a estatal poderia vender alguns ativos da área de refino e outros poderiam ser encorajados a investir em novas plantas.

O trecho que fala em “vender ativos” não vem com aspas, e, segundo Marconi esclareceu em sua página no Facebook (ver abaixo), não foi falado por ele.

Seria uma tremenda injustiça tratar Nelson Marconi, presidente da Associação Keynesiana Brasileira durante o biênio 2015-2017, como um economista neoliberal ou privatista. Ele é o oposto disso: é um keynesiano clássico, defensor do BNDES e do papel do Estado na indução do desenvolvimento.

Algumas pessoas, no afã de encontrarem uma brecha para atingir Ciro pelo flanco esquerdo, usaram esse trecho para inverter completamente o sentido da matéria da Reuters.

“Ciro defende privatização das refinarias” foi o brado que ecoou em algumas redes.

Como diria uma dessas agências de fact-checking, cuja moral anda em baixa após ficar claro que elas erram tão ou mais como qualquer mídia, a afirmação é, para ser delicado, “imprecisa”.

A matéria não foi com Ciro, e sim com Marconi, e tampouco Marconi defendeu privatização das refinarias da Petrobrás. Marconi é um quadro importante na equipe de Ciro Gomes, mas não é Ciro Gomes.

O que Ciro tem dito, expressamente, em suas entrevistas, é que seu governo investirá num processo de “reindustrialização do país”, que “retomará imediatamente” as obras paradas das refinarias da Petrobras, e que o Brasil precisa ampliar e modernizar o seu parque de refino.

E para dirimir qualquer dúvida a respeito, o próprio Nelson Marconi esclareceu, em sua página no Facebook, que a afirmação de que pretende “privatizar refinarias da Petrobras” é falsa:

Vamos nos ater aos textos originais, publicados pela Reuters, e não às resenhas reescritas em outros espaços da imprensa política brasileira.

Vamos, primeiramente, ao texto em inglês:

Leftist presidential hopeful would end Brazil oil refining monopoly -adviser
Iuri Dantas, Brad Haynes
4 MIN READ

SAO PAULO (Reuters) – The leading leftist candidate in Brazil’s presidential race, Ciro Gomes, would end the refining monopoly of state oil company Petroleo Brasileiro SA, a senior Gomes adviser told Reuters.

Pre-candidate for Brazil’s Presidency Ciro Gomes, attends a presidential debate in Brasilia, Brazil June 6, 2018. REUTERS/Adriano Machado
The plan laid out by Nelson Marconi, policy director for the Gomes campaign, breaks with longstanding Brazilian industrial policy and could face blowback from powerful unions at Petrobras, as the company is known.

“Regarding refineries, we absolutely want to increase competition,” Marconi said late on Tuesday in an interview at the Getulio Vargas Foundation, where he teaches economics.

“For the love of God, refining does not need to be a Petrobras monopoly,” he said, adding that the state-controlled company could sell some refining assets and others could be encouraged to invest in new plants.

His comments underscore how a May trucker strike over fuel prices, which paralysed much of Brazil’s economy and forced the government to slash diesel taxes, has sparked bold proposals for Petrobras ahead of the October election.

A law making Petrobras Brazil’s sole petroleum refiner was struck down in 1997 after more than four decades. But its de facto monopoly went unchallenged until April, when Petrobras laid out plans to sell stakes in some refineries, drawing an outcry from unions and many politicians on the left.

Marconi said Gomes, a fiery centre-left former governor of Ceará state, still demands the reversal of recent auctions granting offshore exploration and production rights to global oil majors, who would be compensated for cancelled contracts.

Gomes has said President Michel Temer, who took office in 2016 after the impeachment of leftist President Dilma Rousseff, lacked the legitimacy to rewrite the rules of those auctions, which drew billions of dollars from Exxon Mobil Corp, Royal Dutch Shell Plc, BP Plc and others.

STATE-LED DEVELOPMENT

The economic proposals of the Gomes camp mark a return in many ways to the state-driven development policies pursued for 13 years under Workers Party presidents Luiz Inacio Lula da Silva and his hand-picked successor, Rousseff.

***

Tradução do título:

Candidato da esquerda poderia encerrar monopólio no refino do Brasil.

Tradução da primeira frase da matéria:

O principal candidato da esquerda, nas eleições presidenciais do Brasil, Ciro Gomes, poderia pôr fim ao monopólio do refino pela Petrobras, disse à Reuters um assessor de Gomes.

Tradução dos últimos três parágrafos da matéria:

Marconi disse que Gomes, um ousado ex-governador de esquerda do Ceará, exigirá a anulação dos recentes leilões do pré-sal, que concedeu direitos de exploração das reservas brasileiras a grandes multinacionais de petróleo, as quais seriam compensadas pelo cancelamento dos contratos.

Gomes tem dito que o presidente Michel Temer, que assumiu o cargo em 2016, após o impeachment da presidenta esquerdista Dilma Rousseff, não tinha legtimidade para mudar as leis relativas aos leilões do pré-sal, que trouxe bilhões de dólares a ExxonMobil Corp, Royal Dutch Shell Plc, BP Plc e outras.

Desenvolvimento orientado pelo Estado

As propostas econômicas de Gomes marcam um retorno, em muitas maneiras, às políticas desenvolvimentistas, sob orientação do Estado, perseguidas durante os 13 anos de governos do PT de Luiz Inácio Lula da Silva e sua sucessora escolhida a dedo, Dilma Rousseff.

Abaixo, a entrevista original em português, publicado no site da Reuters Brasil.

***

Na Reuters

ENTREVISTA-Refino de petróleo terá mais competidores, diz coordenador de programa de Ciro; câmbio deve ter mais previsibilidade
Redação Reuters

9 MIN, DE LEITURA

Por Iuri Dantas e Brad Haynes

SÃO PAULO (Reuters) – O programa de governo do principal pré-candidato de centro-esquerda nas eleições presidenciais deste ano, Ciro Gomes (PDT), prevê abertura do setor de refino de petróleo à concorrência, com alienação de ativos da Petrobras e permissão para que empresas privadas construam novas refinarias, bem como prevê que o BNDES volte a ter perfil de banco de fomento com taxa de juro mais barata.

Além disso, segundo o economista Nelson Marconi, coordenador do programa de governo de Ciro, a plataforma prevê uma atuação do Banco Central no mercado de câmbio que gere mais previsibilidade, em intervenções para que a cotação fique em torno de um determinado patamar, além de um rearranjo de receitas e despesas com o objetivo de reduzir rapidamente a dívida pública.

Os tópicos foram destacados à Reuters pelo coordenador de programa do pré-candidato, que vem despontando como a alternativa dos eleitores mais de esquerda em pesquisas quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso há mais de dois meses, fica fora dos cenários.

“˜Refino, pelo amor de Deus, não precisa ser monopólio da Petrobras, que não deixa ninguém entrar neste mercado”, afirmou na noite de terça-fera Marconi, de 53 anos, doutor em economia e professor da Fundação Getúlio Vargas.

“Do ponto de vista do refino, a gente quer absolutamente aumentar a competição… Você fica menos dependente de petróleo refinado importado”, acrescentou.

Prevista em lei desde 1997, a abertura do setor de refino nunca aconteceu na prática, levando a Petrobras a exercer um monopólio que define preços para todas as distribuidoras de combustíveis do país.

“A tecnologia que as refinarias usam na Petrobras está meio defasada”, disse Marconi. “Então tem que estimular de alguma forma o surgimento de outras refinarias com tecnologia que, inclusive, baixam os custos de produção.”

A Petrobras pretende vender 60 por cento de sua capacidade de refino no país e no fim de abril lançou o projeto de se desfazer de quatro unidades, para criar dois pólos de refino no Nordeste e Sul do país. A venda de ativos da estatal, porém, enfrenta protestos de petroleiros e foi alvo do Tribunal de Contas da União (TCU).

Marconi disse ainda que a proposta para uma nova política de preços da Petrobras não está fechada, mas adiantou como pressupostos a remuneração do capital e cobertura de custos, além da decisão de que a estatal não deve transferir para o consumidor as flutuações dos preços do petróleo e do câmbio no dia a dia.

A política de preços da Petrobras, com aumentos mais frequentes em linha com a cotação internacional do petróleo, foi apresentada pelo governo como uma forma de atrair investimentos para o setor, após forte intervenção estatal durante a gestão Dilma Rousseff. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) abriu consulta pública sobre os repasses ao consumidor, numa tentativa de regular o tema.

O alto preço do diesel foi o estopim de uma greve de caminhoneiros que durou 11 dias, em maio, e provocou desabastecimento no país todo. A crise levou o então presidente da empresa, Pedro Parente, a pedir demissão do cargo.

Maior estatal do país, a Petrobras pode impulsionar o crescimento econômico também via política de compras governamentais de produção local, citou ele, elencando também o setor de saúde como outro caminho para a iniciativa.

Ele também defendeu que as reservas de petróleo são ativo estratégico e devem ficar com a Petrobras e que contratos fora do modelo de partilha serão revistos e indenizados.

CÂMBIO

A forte turbulência no mercado cambial levou o dólar a um patamar “relativamente certo”, “ao redor de 3,80 reais”, na visão do economista, e um eventual governo Ciro buscaria dar mais previsibilidade sobre esse mercado com atuações do BC e criação de um fundo soberano para suavizar os fluxos comerciais.

“Sobre o tripé (econômico), os vértices podem não ser os mesmos… o câmbio não é mais tão flutuante”, disse Marconi, que na década de 1990 foi assessor econômico do Ministério da Administração e Reforma do Estado e depois coordenou a área de recursos humanos no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

“Tem que ter uma certa previsibilidade, tem que diminuir essa variância do câmbio.”

Outra forma de conter a volatilidade cambial no Brasil seria reduzir os atrativos para o capital especulativo por meio de um menor diferencial da taxa de juros nacional em relação à internacional. Na avaliação de Marconi, o caminho mais indicado é adotar instrumentos conhecidos, como swap cambial, leilão de linha e uso de reservas e evitar medidas pouco usuais.

“A gente está buscando não usar controle de capitais, esse tipo de coisa, porque aí sim dá ruído no mercado”, afirmou. “A gente prefere que o BC faça intervenção.”

A solução para atingir um câmbio “competitivo” para exportadores seria um controle rígido das contas públicas e da dívida nacional, explicou o economista. “Nossa variável de ajuste vai ser o fiscal, tem que ser o fiscal, este modelo todo funciona se tiver o fiscal em ordem.”

Ainda na esfera do BC, o economista defende pessoalmente a adoção de duplo mandato, com meta de emprego e inflação, mas que o sistema de metas permita absorção mais racional de choques de preços. Isso poderia ocorrer, explica Marconi, alterando o horizonte de convergência da inflação para o objetivo e estabelecendo o alvo como a evolução acumulada em 12 ou 24 meses, em vez do ano calendário como é feito hoje.

BNDES

A equipe do pedetista também avalia que é preciso retomar a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), recentemente substituída pela Taxa de Longo Prazo (TLP) como referência nos empréstimos do BNDES, para estimular investimentos em infraestrutura, e reduzir o ritmo de desembolsos do banco de fomento para o Tesouro Nacional.

A TJLP é uma taxa de juros subsidiada e, assim, menor do que as praticadas pelos mercados. Já a nova TLP tem uma estrutura parecida com os juros de mercado, vinculada a títulos públicos atrelados à inflação, e foi uma medida adotada e bastante comemorada pelo governo do presidente Michel Temer.

“Colocar uma taxa de juros associada a um título da dívida, que oscila, para quem vai fazer investimento, não tem lógica”, afirmou Marconi.

Ele defendeu também que é preciso reduzir os repasses do BNDES ao Tesouro e que o banco capte recursos via debêntures e outro mecanismos para se sustentar. Só neste ano, o BNDES antecipará o pagamento de 130 bilhões de reais à União para ajudar no ajuste fiscal.

A candidatura Ciro representa uma iniciativa “progressista” e de “centro-esquerda”, afirma Marconi, ressaltando a importância de aprovar a reforma da Previdência, as mudanças fiscais e tributárias, ao mesmo tempo em que retoma investimentos públicos em áreas típicas de Estado, como educação e saneamento. No ano passado, foram comprometidos 357,4 bilhões de reais em subsídios no Orçamento.

FISCAL

Marconi explica que o eventual governo de Ciro faria um corte de despesas correntes e tributação de lucros e dividendos, além da criação de novo imposto sobre movimentação financeira para transações acima de um determinado valor, que ainda está sob estudo na campanha.

“A gente vai colocar um imposto sobre lucros e dividendos e reduzir a tributação na pessoa jurídica para compensar, mas provavelmente vai ter algum ganho líquido de arrecadação”, afirmou. “E a gente vai fazer algum imposto também sobre movimentação financeira, até reduzir a dívida e chegar num determinado patamar.”

Outra iniciativa será o corte dos subsídios no Orçamento federal em 15 por cento já em 2019, criando espaço para retomada de investimentos públicos na construção de escolas e saneamento básico. A área de logística e infraestrutura também deve receber aportes do poder público, mas em menor medida, uma vez que serão retomados projetos de concessão à iniciativa privada paralisados durante o governo Temer, disse Marconi.

Os mercados financeiros não veem Ciro com bons olhos, com avaliações de que ele poderia adotar medidas populistas e com pouca preocupação fiscal. Para Marconi, que mantém contato frequente com economistas do mercado, ao fortalecer a esfera produtiva, o mercado financeiro também será beneficiado.

“O Ciro é uma pessoa que tem experiência administrativa grande, foi governador (do Ceará), prefeito (de Fortaleza), ministro”, afirmou ele. “Tem experiência e nunca fez nenhuma loucura, pelo contrário”, acrescentou.

“Acho que (a visão sobre Ciro) tem mudado mais rápido em relação ao meio empresarial. Eles percebem que estamos falando o tempo todo que estamos defendendo eles”, disse. “Não estamos fazendo aqui uma revolução socialista, pelo contrário, queremos que gerem mais emprego.”

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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joão

14/06/2018 - 21h07

frustrado (corrigindo)

joão

14/06/2018 - 21h04

boa noite galera.vamos pegar leve com o miguel,ele já deixou claro a sua posição que desta vez
ele vai de ciro,eu particulamente não entendo,até por que acho o miguel muito inteligente e não sei porque ele está caindo nesta,é só ele ver a história do ciro,más emfim ele tem todo direito e tem mais
que nesta vida nunca cometeu um erro.portanto meu caro miguel boa sorte,temos que ter um cara igual
ao miguel sempre do nosso lado,para isto temos que respeita-lo apesar que acho que alguns comentários
contrários são umas brincadeiras para irritar ele,por isto temos que tomar cuidado,SE NÃO DAQUI
A POUCO ELE IRÁ VIRAR UM REINALDO AZEVEDO DA VIDA QUE É UM FRUSTÁDO,desculpe
miguel pela comparação é que este tal de reinaldo é ridiculo dizem que era de esquerda.abraços

Marcos Videira

14/06/2018 - 15h49

Os parasitas sociais (banqueiros e rentistas) vão jogar pesado contra Ciro Gomes: distorção de posicionamentos, difamação, calúnias… E a razão é simples: Ciro está mostrando aos brasileiros que METADE do Orçamento Federal é destinado aos parasitas. Ciro tem denunciado, também, as fraudes relacionadas à divida pública. Ciro prometeu cobrar imposto sobre lucros e dividendos – que os parasitas não pagam. Portanto, para os parasitas, Ciro é o cara a ser eliminado. Espero que mesmo quem não vai votar em Ciro tenha clareza sobre isso.

    eduardo apolinario gomes

    14/06/2018 - 21h01

    O problema é quem anda com o Ciro. Até o Paulo Henrique Amorim no conversa afiada prevê um segundo Parente na Petrobras.

Pedro Cândido Aguarrara

14/06/2018 - 15h28

O Poder Invisível e Seu Exercício

1 – O foco do poder não está na política, mas na economia. Quem comanda a sociedade é o complexo financeiro-empresarial com dimensões globais e conformações específicas locais.

2 – Os donos do poder não são os políticos. Estes são apenas instrumentos dos verdadeiros donos do poder.

3 – O verdadeiro exercício do poder é invisível. O que vemos, na verdade, é a construção planejada de uma narrativa fantasiosa, com aparência de realidade, para criar a sensação de participação consciente e cidadã dos que se informam pelos meios de comunicação tradicionais.

4 – Os grandes meios de comunicação não se constituem mais em órgãos de “imprensa”, ou seja, instituições autônomas, cujo objeto seria a verdade na notícia e no jornalismo. Eles são, atualmente, grandes conglomerados econômicos, que também compõem o complexo financeiro-empresarial que comanda o poder invisível. Portanto, participam do exercício invisível do poder utilizando seus recursos de formação de consciência e opinião.

5 – Os donos do poder não apoiam partidos ou políticos específicos. Sua tática é apoiar quem lhes convém e destruir quem lhes atrapalha. E isso muda de acordo com a conjuntura. O exercício real do poder não tem partido e sua única ideologia é a supremacia dos mercados e dos lucros.

6 – O complexo financeiro-empresarial pode apostar ora em Lula, ora em FHC, ora em Temer, ora em Ciro, ora em um aventureiro qualquer da política. E pode destruir qualquer um desses de acordo com sua conveniência.

7 – Por isso, o exercício do poder no campo subjetivo, responsabilidade da mídia corporativa, em um momento demoniza Lula, em outro Dilma, e logo depois Cunha, Temer, Aécio, etc. Tudo faz parte de um grande jogo estratégico com cuidadosas análises das condições objetivas e subjetivas da conjuntura.

8 – O complexo financeiro-empresarial não tem opção partidária, não veste nenhuma camisa na política, nem defende pessoas. Sua intenção é tornar as leis e a administração do país totalmente favoráveis para suas metas de maximização dos lucros e perenização dessa sistemática.

9 – Assim, os donos do poder não querem um governo ou outro à toa. Eles querem, na conjuntura atual, a reforma na previdência, o fim das leis trabalhistas, a manutenção do congelamento do orçamento primário, os cortes de gastos sociais, as privatizações e o alívio dos tributos para os mais ricos.

10 – Se a conjuntura indicar que Temer não é o melhor para isso, não hesitarão em rifá-lo. A única coisa que não querem é que o povo brasileiro decida sobre o destino de seu país.

11 – Portanto, cada notícia é um lance no jogo. Cada escândalo é um movimento tático. Analisar a conjuntura não é ler ou escutar a notícia. É especular sobre a estratégia que justifica cada movimento tático do complexo financeiro-empresarial (do qual a mídia faz parte), para poder reagir também de maneira estratégica.

12 – A queda de Temer pode ser uma coisa boa para eles. Mas é um movimento tático em uma estratégia mais ampla de quem comanda o poder. O que realmente importa é o que viria depois.

13 – Eles são mais espertos. Por isso estão no poder.

    Alaor

    15/06/2018 - 14h41

    Excelente e didática síntese.

Leandro_O

14/06/2018 - 15h28

Pois é, mas depois o Ciro é golpista, direitão, etc, etc.
Ora, uma das críticas é que ele seria oportunista? Ora, o cara está na política há dezenas de anos! Foi prefeito, governador, Ministro da Fazenda, Ministro da Integração Nacional, deputado federal, deputado estadual, daí dizem que ele é oportunista?? Ele mesmo cansa de dizer que foi um dos poucos que ficou ao lado de Lula no caso do mensalão e o Ciro é oportunista????
Outra crítica é a questão das mudanças partidárias. Ele pelo menos manteve sua coerência de discurso e saia quando via que a coisa alterava de rumo, como sua briga com Serra por exemplo. Andei assistindo os vídeos dele desde os mais antigos, Roda Viva de 94, 95, outros na TV Ceará de 2008, e até os atuais, pqp, o cara tem se mantido no mesmo eixo! São argumentos toscos esses contra o Ciro, que não resistiriam a um debate pessoal com ele. E o cara não mente, perguntaram ontem em Blumenau (https://youtu.be/4tO_LTUpfiM?t=2932) sobre o que ele faria com a mídia: ele disse honestamente que não dá para fazer nada sozinho, comprar briga sozinho seria insensatez, mas garantiu que democratizaria o máximo possível com multiplicação das alternativas e distribuição de verbas. O O PCO e o Rui adora falar que o que ele diz é só propaganda eleitoral, não teria vida se eleito. Ora, ele tem dito e prometido certas questões há muito tempo, como auditar a dívida – aliás, coisa que só ele fala, os autointitulados de esquerda nunca tocaram no assunto, nem mesmo os ferrenhos críticos. Se isso acontecer ele não se elegeria para mais nada.

    Leandro_O

    14/06/2018 - 15h33

    Ressaltando: Se isso acontecer, de que o que ele diz não passa de promessas que não serão levadas a cabo, ele não se elegeria para mais nada.
    Interessante que o PT desiludiu muita gente, mas não vem ao caso né

    Dio

    14/06/2018 - 17h38

    “democratizaria o máximo possível com multiplicação das alternativas e distribuição de verbas.”
    Não é o suficiente e é o mínimo que se espera que se faça.
    Desse jeito, Ciro vai ser cooptado rapidinho.

Pedro Cândido Aguarrara

14/06/2018 - 15h24

Entenda. O próximo governo será de esquerda e será um governo de guerra. Empresas de comunicação e imprensa que participaram do golpe vão ver o que é um governo de guerra. Devassa fiscal permanente contra elas e seus anunciantes. Investigação nacional e internacional contra a sonegação dos seus proprietários, criminosos, corruptos e sonegadores de impostos para paraísos fiscais.

Inviabilização dos negócios dos seus anunciantes em todo o território nacional. Impedi-los de importar ou exportar o que quer que seja se pretenderem continuar como anunciantes de golpistas. Até chegar na bancarrota dos meios golpistas e na criminalização deles e cassação de suas concessões públicas de rádio, televisão, jornais e revistas.

Os bens dos seus proprietários serão arrestados e leiloados.

E quem não quiser passar por isso vai ter que ter um compromisso de isenção jornalística em relação ao governo.

É simples. A imprensa pretende se estabelecer como um estado dentro do Estado. Mas eles não podem mandar mais que um governo de guerra.

A imprensa faz o que faz porquê lidou até agora com pessoas republicanas e urbanas. Que acreditaram em Estado de Direito. Isso acabou. Juízes, procuradores e policiais vão ser achincalhados 24 horas por dia. Suas mazelas e benesses faladas aos 4 ventos 24 horas por dia e serão sumariamente exonerados pelo menor deslize.

E os jornalistas prostitutos que apregoam o pensamento dos seus patrões golpistas serão excluídos da imprensa por falta de credibilidade.

Lembre-se. É uma guerra. Numa guerra sempre ocorrem baixas…

Suspensão total de verbas publicitárias e investimento publicitário em empresas de comunicação que não assinem um compromisso de isenção jornalística em relação ao governo.

Conselho Permanente de Guerra contra os meios de comunicação não isentos em relação ao governo com ações diárias contra eles: policiais, judiciais e fiscais.

É guerra!!! Jogo duro!! Jogo sujo!!! Até a vitória!!!

Ou destruímos Globo e Cia ou somos destruídos por eles. Já há um consenso sobre isso na esquerda brasileira e assim será.

Vamos destruir os anunciantes. Inviabiliza-los. Impedir seus negócios. E atacar os proprietários desses meios até leva-los à bancarrota e à perda das concessões. É assim numa guerra. Foi o que eles escolheram ao dar um golpe.

Nada mais dessa frescurinha de estado de direito. Ao dar um golpe num governo legitimo, eleito pela população, eles jogaram o estado de direito no lixo. Ao criminalizar o políticos do PT e colocar Lula na cadeia eles jogaram o estado de direito no lixo. Temos que fazer a mesma coisa com eles. Criminalizar. Se não houver como, inventar. Fazer exatamente o que eles fazem. Desmoralizar. Cavar, desenterrar toda sujeira pregressa de funcionários públicos golpistas. Tudo. Problemas financeiros, de família, judiciais. E jogar no ventilador. Inventar toda sorte de barbaridade. Sujar. Enlamear. Até entenderem como a banda toca e a banda deve tocar do mesmo jeito que eles tocaram.

Até não ficar pedra sobre pedra no Castelo do Golpe!!!

Um dia, com a tropa unida em torno dos capitães e tenentes, o verdadeiro exército do povo brasileiro, iremos tomar o poder e fazer aqui o que foi feito na China.

Porquê se não pudermos fazer aqui o que foi feito na China, nosso país JAMAIS chegará a algum lugar digno de se chamar de lugar. Será a Índia Sulamericana de sempre ou, até pior, uma África Sulamericana.

Dio

14/06/2018 - 14h53

Miguel, por obséquio, já que você está se empenhando em esclarecer pontos nebulosos do probrama de ciro, poderia saber qual é a postura dele em relação a midia golpista? A lei de mídias? Regulação?
Poderia conseguir fazer que ele se posicionasse sobre esses temas?
Obrigado.

    Miguel do Rosário

    14/06/2018 - 15h16

    Ele já se posicionou claramente sobre isso. Vai distribuir melhor a verba publicitária à disposição do governo, priorizando as mídias regionais e alternativas. Sobre regulamentação de mídia, tem uma postura conservadora, como a da Dilma: diz que é controle remoto.

      Dio

      14/06/2018 - 15h56

      Justamente, é por ele ter tido anteriormente essa resposta muito mais que conservadora, diria até errática, que gostaria de dar o benefício da dúvida a ciro na esperança de que tenha mudado de opinião com o decorrer dos debates que temos tido nos últimos meses.
      Não dá para admitir que um representante da ala progressista cometa o mesmo erro primário que dilma cometeu. Esse erro é comparável às escolhas desastradas de lula e dilma para o judiciário.

João Lucas

14/06/2018 - 14h36

Sinceramente beira o ridículo essa defesa de ciro Gomes sua o plano de governo de ciro é mais audacioso que o do PT logo p mercado prefere o primeiro a ciro Gomes aquele que não tembase eleitoral não tem ninguém sequer a quem trair ciro quer pegar os incautos e derrotistas da esquerda e pelo visto pegou voce já. Eleição sem lula é fraude

    Miguel do Rosário

    14/06/2018 - 14h44

    João, toma um pouco mais de cuidado com as vírgulas, senão fica difícil entender o que você quer dizer.

      João Lucas

      14/06/2018 - 15h05

      Rs meu telefone esta muito ruim vou tentar novamente: Sua defesa do Ciro é patética Ciro carece de base eleitoral e não tem lastro social com absolutamente nenhum grande movimento social ou sindicato, suas diversas saídas e entradas em vários partidos e suas posições vacilantes pra não dizer demagogas ou de direita pra ser mais claro o afastam do campo popular, não defendeu lula e faz um cálculo político claro de que para chegar ao poder depende da retirada do lula do pleito, isso é nítido só não vê quem não quer, acho que você enquanto militante está sofrendo de um derrotismo terrível é uma capitulação digo isso de forma respeitosa mas é minhas impressão acompanho o blog há algum tempo e sempre foi coerente respeito sua opinião mas o Ciro não é de esquerda você pode acha lo mais viável ou seja lá o que ache porém o PT tem uma base social que o Ciro não tem logo uma medida antipopular imposta por um petista será muito mais rechaçada do que uma do Ciro que sequer tem a quem trair e um político tradicional que vem do campo da direita e que a esquerda não tem nada a acrescentar além de poder vir a ser o candidato para viabilizar p golpe por exemplo como ele vai anular a reforma trabalhista se o streinbuch cogitado para vice dele é um entusiasta e defensor da reforma? É a mesma coisa que o lula voltar dizendo que vai implantar o socialismo, realidade é discurso são coisas diferentes

        devanir marchioli

        14/06/2018 - 21h17

        Caramba, ficou pior, tem como você nos indicar um tradutor para que a gente possa pelo menos ter uma ideia do que escreveu?

        Orlando Jr

        16/06/2018 - 00h27

        Concordo com vc, João Lucas. A escolha do Steinbruch em sua equipe compromete a credibilidade do discurso do Ciro. E a declaração do Marconi em relação à venda de ativos da área de refino da Petrobras foi bem clara. Se ele se arrependeu do que disse e voltou atrás é outra coisa. Também acho o histórico do Ciro pouco confiável para assumir uma presidência da república. Acho-o muito importante como aliado, ministro ou qualquer outra posição, mas não consigo esquecer o que li do Walter Graziano em “Hitler Venceu a Guerra”, de que Harvard é voltada para formação de think-tanks a serviço dos interesses norte-americanos.

          Orlando Jr

          16/06/2018 - 00h39

          Corrigindo “Hitler Ganhou a Guerra”, do Walter Graziano

    Jesse

    14/06/2018 - 14h44

    Vixi!!! Dá para traduzir?

José Marcelo Serra Cordeiro

14/06/2018 - 14h20

Necessário significa varrer o Golpe para debaixo do tapete, e depois quem sabe, provavelmente sofrer outro.

    Miguel do Rosário

    14/06/2018 - 14h23

    Não, derrotar o golpe, definitivamente, indicando ministros do Supremo e PGRs que não sejam golpistas ou tucanos, como fizeram alguns…

      Gerson S.

      14/06/2018 - 15h41

      Apoiado, seu Miguel. Pecados indefensáveis do PT, essas indicações para o STF. Mas ainda é nossa melhor opção para o campo da esquerda. E esssa sinalização para uma trégua entre PT e Ciro Gomes, poderá representar a vitória em outubro. E claro, cerrar fileiras na defesa dos combatentes da esquerda, notadamente o Ciro Gomes. Porque vem artilharia pesada do golpistas em breve. Então esse movimento todo para desqualificá-lo everá desaparecer. Aguardo o programa do PT para comparar com o programa do PDT.

Luan

14/06/2018 - 14h01

Em tese o refino não precisa ser monopólio. Isso até pode ser discutido.
Mas neste momento de entreguismo NÃO! Que construam refinaria do zero.
Vender refinarias é uma palhaçada.

    Olinto A. F. de godoy

    14/06/2018 - 14h08

    Isso! E sem dinheiro do BNDES. Rsrs

      Gerson S.

      14/06/2018 - 15h48

      Exatamente. É livre a iniciativa para quem quiser construir novas refinarias no Brasil. Não tem proibição. E os capitalistas devem fazer o que pregam. não usem capital público para isso. Promover golpe para se apossar de patgrimônio da nação é crime e pagarão, pode tardar, mas não deixarão de pagar.

Alexandre

14/06/2018 - 13h56

Com base em quê a assertiva de que dentre os principais candidatos, Ciro é o que tem o discurso mais ancorado à esquerda do espectro político? Tal qual o PIG, o judissiário e o ministério público, que não nutrem qualquer apreço pelo estado democrático de direito, o que permitiu o golpeachment e tudo de nefasto e neoliberal que veio a reboque, este blogue também nesse sentido já alijou Lula da disputa, inda que o prazo para o registro das candidaturas não tenha sequer começado a fluir.

    Miguel do Rosário

    14/06/2018 - 15h24

    Com base no “medo” do mercado, conforme explica o post.

Liliana

14/06/2018 - 13h43

Desculpe, mas chega a ser patético o seu esforço para defender o indefensável.

    Miguel do Rosário

    14/06/2018 - 13h52

    Discordo, Liliana. Acho patético sim o esforço de alguns para NÃO defender o que é necessário.

    Marcelo Abb

    14/06/2018 - 14h18

    Liliana, com todo o respeito, patético é o seu comentário.


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