Publicado na Prensa de Babel
O deputado federal Alessandro Molon (PSB) participando de uma roda de conversa do candidato Rafael Peçanha (PDT) à prefeitura de Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio de janeiro, nas eleições suplementares que estão ocorrendo no município, falou sobre seu desejo de que o seu partido apoie a candidatura de Ciro Gomes (PDT) para a presidência do Brasil e ainda outros temas ligados ao que chamou de uma “virada progressista do PSB” em âmbito nacional. Também afirmou que no estado Rio esse processo tinha início ali no apoio do partido a campanha do jovem vereador cabo-friense a prefeitura de uma das cidades mais conhecidas do interior do estado. Em entrevista concedida no mesmo dia Molon aprofundou suas afirmações e explicou algumas atitudes, entre elas, as razões de sua saída da REDE Sustentabilidade.
Acredita, dando como exemplo a coligação local entre PSB e PDT em Cabo Frio para demonstrar uma “virada” progressista no seu atual partido, chegou a citar em sua fala nesta ocasião sobre uma possível coligação entre PSB e PDT para apoiar a candidatura de Ciro Gomes para a presidência da República. Até onde isso é certo e qual a sua influência nesse processo?
O Brasil precisa encontrar o seu rumo, e o Rio de Janeiro também, já que ambos são governados pelo MDB. O MDB conseguiu destruir muitas coisas que tinham sido construídas com muito esforço, como a garantia dos direitos trabalhistas dos brasileiros. Conseguiu fazer um desmonte com a reforma trabalhista do Temer, e só não conseguiram destruir mais porquê não deu tempo. Então é hora de começar um novo ciclo para o Rio de Janeiro e para o Brasil. E quem tem as respostas e as solução são aqueles que olham para o progresso social, para a mudança social, com o crescimento econômico, criação de oportunidades, geração de emprego e renda, e de oportunidades iguais para todos. No caso, aqui em Cabo Frio, a gente vê isso no Rafael Peçanha. Ele vai fazer uma prefeitura com coragem para mudar, com aquilo que precisa mudar em Cabo Frio. E me parece, que quem está encarnando esse projeto no âmbito nacional hoje é o Ciro Gomes. A melhor contribuição que o PSB poderia dar é apoiar a candidatura do Ciro Gomes, embora essa seja uma decisão que a direção nacional do partido ainda vá tomar, não está decidido.
Mas há essa possibilidade e o senhor está pessoalmente empenhado nessa empreitada?
Sim, há uma possibilidade que isso ocorra. E volto a afirmar que é a melhor contribuição que o PSB pode dar é apoiar o Ciro Gomes, levar ao segundo turno e vencer as propostas retrogradas e reacionárias que lamentavelmente vão estar presentes nessa eleição.
Esse discurso que envolve as pautas progressistas e um chamado “retorno à esquerda” no PSB legitima sua saída da REDE?
Imaginava que a REDE fosse ocupar esse lugar (progressista), mas não percebi que a REDE quisesse fazer isso. Não fiquei confortável e quis sair. E ao mesmo tempo eu vi o PSB querendo voltar para esse lugar, por onde esteve a vida toda. Porém, depois da morte do Eduardo Campos houve um período de certa confusão em que alguns que estavam no PSB sem serem de fato progressistas tentaram desvirtuar o partido. É isso.
Falou muito que estava buscando um começo para essa virada no Rio de Janeiro e citou uma ação que chamou de “providencial” da candidatura do Rafael, em Cabo Frio, que além do PSB compôs com outros partidos à esquerda. Finalmente se dará um espaço de protagonismo as bases partidárias de esquerda no interior do estado, principalmente nesta “frente de esquerda” que vem defendendo para vencer o MDB no Rio e no Brasil?
Sim. Começou pelo interior, no caso Cabo Frio, essa aproximação com o PDT e também uma abertura aos outros partidos de esquerda. Rafael é um professor. Está na base da sociedade local, com foco na educação, na primeira infância, no ensino fundamental, na vanguarda de que a educação é segurança pública. Não é só PM, segurança é problema no estado todo. Se enfrenta com escola de tempo integral, oportunidades para as crianças e nos jovens, com cultura, esporte e lazer. Está presente aqui também o vereador de Macaé, Marcel Silvano (PT), jornalista, que também encarna essa luta. Também é importante na região, um ótimo parlamentar, como o Rafael, como outros vereadores aqui na Região e que são de vários partidos progressistas. Eu não tenho dúvidas que o interior terá muita importância nesse momento decisivo para nossa democracia nas próximas eleições.