Publicado no blog do Kennedy Alencar
KENNEDY ALENCAR
BRASÍLIA
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, pediu demissão porque na mesa de negociação entre governo e estatal está uma mudança de política de preços da Petrobras com a qual o executivo não concorda. Depois de baixar o preço do diesel, o governo procura uma forma de reduzir o preço da gasolina e do gás de cozinha.
A demissão de Parente é péssima para o presidente Michel Temer, mas a permanência do executivo se tornou insustentável diante do desejo de mudar a política de preços da Petrobras, algo que já aconteceu em relação ao diesel.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tentou demover Parente. Pediu que ele ficasse até depois do resultado da eleição presidencial de outubro. Mas Parente se disse cansado e no limite do ponto de vista pessoal. Ele também avaliou que passou a ser um empecilho para contribuir para a solução desejada pelo governo.
Ou seja, ficou impossível para Temer manter Parente e mudar a política de preços da Petrobras. Com anos de janela na política, o presidente da Petrobras entendeu isso e se antecipou a uma eventual fritura. Nos últimos dias, ele foi criticado até por políticos do PSDB, o que mostrou a perda de sustentação política para comandar a Petrobras.