Publicado no Brasil de Fato
Apesar da multa de R$ 500 mil por dia determinada por um juiz de primeira instância em Campinas contra a continuidade Vigília Lula Livre, em Curitiba, o acampamento será mantido enquanto a coordenação da Frente Brasil Popular negocia com o poder público as condições para manter a resistência democrática em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva onde está.
A decisão foi anunciada em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (29), depois que a Justiça de Curitiba corroborou a decisão do juiz de Campinas, que foi provocado por um advogado da comunidade virtual antipetista Movimento Brasil Livre (MBL). Desde a data da primeira decisão da Justiça, a multa, endereçada ao PT e à CUT paranaenses, já soma R$ 5 milhões.
“As tendas ficarão aqui, a Vigília será mantida e vamos negociar para que o acordo que tínhamos seja cumprido”, disse Doutor Rosinha, presidente do PT-PR. A intenção, segundo ele, é manter a mobilização até que Lula seja libertado.
Rosinha relembrou o histórico das negociações com a prefeitura de Curitiba para manter a Vigília Lula Livre em área pública na vizinhança da Polícia Federal. Ele contou que, no dia da chegada de Lula, manifestantes pró-democracia foram atacados com bombas pela Polícia Federal. “No dia seguinte, de forma espontânea, centenas de pessoas acamparam nas ruas vizinhas. Já havia um interdito proibitório limitando a área do acampamento. A prefeitura pediu à Justiça nossa retirada e negociamos um acordo”, relatou.
Esse acordo, redigido pela Procuradoria Municipal, previa o respeito ao interdito e a manutenção de quatro tendas –para coordenação de atividades, recebimento de doações, comunicação e atendimentos de saúde. Agora, o Judiciário determinou a retirada das tendas e a multa milionária.
A presidenta da CUT-PR, Regina Perpetua Cruz, informou que a Prefeitura pediu à Justiça a suspensão do acordo escrito pela Procuradoria Municipal. “Apresentamos nossa defesa ontem, mas o juiz não deve ter lido, pois no mesmo dia nos canetou essa multa”, protestou.
Rosinha apontou ainda que o juiz que tomou a decisão foi autoritário, e o prefeito, irresponsável por não respeitarem o acordo assinado entre as partes. “Vamos recorrer à segunda instância e manter nossa Vigília com a estrutura que está montada hoje”, disse.
Roberto
30/05/2018 - 18h16
Acho admirável essa resistência pacífica, mas não sou otimista quanto aos resultados. Talvez a resistência devesse ser mais incisiva, talvez até armada.
Régis
29/05/2018 - 20h56
é a resistência civil pacífica. quanto mais autoritarismo, mais resistência está sendo feita. Isso mostra que entre nós há uma quantidade cada vez maior de pessoas que se colocam a disposição de mostrar a todo o mundo que o golpe está trazendo perseguição política. bato palmas para todas essas companheiras e companheiros pois ainda não me mostrei capaz de fazer isso… é triste pensar que tantas pessoas sejam condenadas a sofrer por abusos e perversidades realizadas por uma aristocracia que manda no país como uma verdadeira dinastia. realmente muito triste!
vitor
29/05/2018 - 19h59
Serão sufocados financeiramente. As táticas são sempre as mesmas…