Em feito inédito, esquerda estará no segundo turno das eleições da Colômbia

*Com informações de Opera Mundi

De acordo com dados oficiais, Petro obteve 25% dos votos, e Duque, 39,1%. Como na votação anterior que elegeu o atual presidente Juan Manuel Santos, os debates em torno do processo de paz vivenciado no país com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) estiveram no centro do debate. Além disso, foi a primeira eleição em cinco décadas sem a violência enfrentada em decorrência do conflito armado.

Isso porque Duque, vencedor do primeiro turno é afiliado político de Álvaro Uribe, maior opositor dos acordos pela pacificação do país, enquanto Duque defende a negociação e o pacto firmado entre a ex-guerrilha e o governo.

Chama a atenção também a abstenção de 47% das pouco mais de 36 milhões de pessoas aptas a votar. Outro fator de destaque é que Humberto de La Calle, negociador do governo Santos com as ex-FARC em Havana, teve apenas 2% dos votos.

Para a disputa do segundo turno que ocorrerá em 17 de julho, o desafio de Petro será atrair o voto de Sergio Fajardo, do partido Compromisso Cidadão, que obteve 23,7% dos votos. Ex-governador do estado de Antioquia e ex-prefeito da cidade de Medellin, o centrista Fajardo dizia ser uma alternativa “entre dois extremos” representados por Petro e Duque.

Conheça melhor os dois candidatos que disputarão o segundo turno, em perfis elaborados por Opera Mundi:

Iván Duque

O direitista Iván Duque, do partido Centro Democrático, foi o escolhido pelo ex-presidente Álvaro Uribe para representar a linha ideológica do partido nas eleições.

Com 41 anos, o mais novo entre todos os candidatos, Duque baseou sua campanha em críticas ao acordo de paz assinando pelo governo do presidente Juan Manuel Santos com o antigo grupo guerrilheiro FARC, hoje transformado em partido político, e promete mudanças no pacto. O candidato do “uribismo” se apresenta como porta-voz de uma parte da sociedade colombiana que estaria insatisfeita com a o acordo alcançado com a FARC em 2016.
Duque possui um passado profissional ligado ao mercado financeiro, trabalhando nos Estados Unidos como consultor do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Na política, o candidato do Centro Democrático teve trajetória curta. Foi eleito senador em 2014, mas deixou o cargo no ano passado para concorrer à presidência. Duque também foi assessor no Ministério da Fazenda e assessor do ex-presidente Álvaro Uribe.

com a FARC em 2016.

Duque possui um passado profissional ligado ao mercado financeiro, trabalhando nos Estados Unidos como consultor do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Na política, o candidato do Centro Democrático teve trajetória curta. Foi eleito senador em 2014, mas deixou o cargo no ano passado para concorrer à presidência. Duque também foi assessor no Ministério da Fazenda e assessor do ex-presidente Álvaro Uribe.

Gustavo Petro

Ex-prefeito de Bogotá, Petro defende a continuação e o aprofundamento do acordo de paz com a FARC e sistemas totalmente públicos de saúde e educação, sem intermédio de empresas privadas.

Integrante do grupo Movimento 19 de Abril (M-19) durante os anos 1980, Petro iniciou sua carreira parlamentar na Câmara de Conselheiros da cidade de Zipaquirá, cargo semelhante ao de vereador. Quando ainda estava no partido Polo Democrático, foi eleito senador, em 2006. Petro cumpriu o mandato, se desvinculou do partido e, em 2012, chegou à Prefeitura da maior cidade do país, a capital Bogotá.

Reconhecendo na disputa por terra a origem da maioria dos conflitos na Colômbia, Petro defende propostas para democratizar o acesso a ela e resolver o problema dos latifúndios improdutivos. Para os latifundiários que não produzem, o candidato do Colômbia Humana propõe três saídas: ou começam a produzir nessas terras e, portanto, geram emprego e riquezas para o país, ou as mantêm ociosas e, em troca, pagam um imposto ao Estado, ou vendem as terras.

Candidato à Presidência da República em 2010, o ex-prefeito de Bogotá não conseguiu ir para o segundo turno, na votação que elegeu o atual presidente, Juan Manuel Santos, para o seu primeiro mandato.

Redação:
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