Sobre a greve dos caminheiros, entendo que é preciso muito cuidado para lidar com o assunto. Não devemos criminalizar nem os trabalhadores e nem as empresas do setor.
E não importa, francamente, que posicionamento caminhoneiros ou empresas tenham assumido no processo de impeachment. O que está em jogo aqui é a segurança econômica do país, com todas as consequências disso para a sobrevivência física de milhões de pessoas.
Não vamos corroborar as atitudes irresponsáveis da Lava Jato, que parece não se importar com as consequências sociais e econômicas de nenhuma de suas ações.
O que precisamos entender é o seguinte: a política de preços implementada pelo governo Temer, via presidente da Petrobras, Pedro Parente, é criminosa e irresponsável.
Dilma pode ter exagerado um pouco na contenção dos preços finais da gasolina, mas a sua política estava fundamentalmente correta. A Petrobras precisa servir como anteparo à louca volatilidade das cotações internacionais. Para que descobrir pré-sal, maior reserva descoberta em muitos anos, em todo o mundo, e sofrer aumentos sucessivos, frenéticos, diários, dos preços do diesel e da gasolina?
Entretanto, mais uma vez, vemo-nos completamente ilhados em termos de informação. Os grandes meios de comunicação nacionais não informam aos brasileiros que, em todo mundo, a energia sempre foi um setor fortemente subsidiado pelo Estado.
Em outubro do ano passado, o Washinton Post, um jornalão conservador dos EUA, publicava que “sem subsídios federais ou estaduais, quase metade da produção americana de petróleo – cerca de 45% – seria insustentável financeiramente aos preços correntes”.
A reportagem, assinada por Tim McDonnell, informava que os subsídios estatais à indústria americana de petróleo tinham alcançado quase US$ 5 bilhões ao ano (R$ 18 bilhões).
Uma outra matéria, mais antiga, de maio de 2015, no Guardian, também informa sobre massivos subsídios à indústria americana de petróleo, a todos os elos da cadeia de produção, desde a exploração até o refino.
A reportagem descobriu que os subsídios estatais à construção e expansão de refinarias eram generosos, e eram “pagos” antecipadamente por contribuições milionárias às campanhas políticas dos candidatos comprometidos com a indústria de petróleo.
Esse é o país para o qual a Petrobras se comprometeu a pagar quase R$ 10 bilhões, como “multa” por ter “enganado” investidores norte-americanos acerca das relações entre a nossa petroleira e o mundo político…
Trecho da matéria do Guardian:
Uma refinaria da Shell na Pennsylvania está para receber US$ 1,6 bilhão em subsídio estatal, segundo uma acordo fechado em 2012, quando a empresa registrou um lucro anual de US$ 26,8 bilhões.
Reformas da refinaria da ExxonMobil, em Baton Rouge, Lousiana, estão se beneficiando de um subsídio de US$ 119 milhões, com a ajuda começando em 2011, quando a companhia obteve um lucro de US$ 41 bilhões.
A matéria, publicada pela editoria de meio-ambiente, e que tinha como principal entrevistado o senador Bernie Sanders, dizia ainda o político tinha uma proposta de cortar US$ 135 bilhões em subsídios estatais para a indústria do petróleo ao longo da próxima década.
“Entre 2010 e 2014, petróleo, carvão, gasolina, e as indústrias de extração, gastaram US$ 1,8 bilhão em lobbying político”, diz Sanders.
O que os EUA chamam de “lobby”, nós chamaríamos aqui de “corrupção” ou “propina”, porque nada mais é do que dinheiro doado pelas empresas para políticos e partidos.
Essas informações confirmam que o tal “mercado livre”, que os neoliberais tentam estabelecer no Brasil, é uma falácia. Não existe sequer na sede do imperialismo, de onde nascem essas ideias.
Enquanto o Estado americano subsidia sua indústria de petroleo, ao mesmo tempo em que essa indústria financia a sua classe política (não esquecer que o primeiro secretário de Estado nomeado por Trump foi Rex Tillerson, presidente da ExxonMobil), o Estado brasileiro, através da Lava Jato, promoveu o maior ataque já visto na história contra a nossa própria indústria de petróleo, e criminalizou de maneira sordidamente sensacionalista as relações entre empresas ligadas ao setor e a nossa classe política.
A Lava Jato fez isso tudo ao mesmo tempo em que nossos procuradores fechavam acordos informais com o governo americano, fornecendo informações secretas/estratégicas de nossas empresas a um país notoriamente imperialista, conhecido por suas intervenções no mundo inteiro visando ampliar seu controle sobre o mercado mundial de petróleo.
Hoje me parece claro que os Estados Unidos, após o impressionante crescimento de sua produção de petróleo e derivados nos últimos anos, precisavam garantir novos mercados consumidores. E o Brasil é hoje, junto com México, o principal comprador dos derivados de petróleo produzidos nos EUA. Os EUA precisavam ainda que este mercado tivesse “preços livres”, para permitir que as refinarias norte-americanas, entre elas as dos famigerados Irmãos Koch, maximizassem seus lucros por aqui.
A Petrobras anunciou, há pouco tempo, que pretende privatizar suas principais refinarias.
Isso significa menos soberania e mais entrega de nossos recursos, empregos e renda, para o grande capital internacional.
Para isso, deram o golpe.
Sugerimos aos internautas que acompanhem a nossa série de reportagens organizada sob a categoria “Quem ganhou com o golpe“.
Buddy Shefte
08/02/2019 - 22h55
eu precisava para escrever você que pouco palavra finalmente dar agradecimentos again com o amazing conhecimento você tem documentado nesta página . Isto tem sido completamente chocante generoso de você para dar sem contenção tudo muitas pessoas {poderiam ter | poderiam possivelmente ter | poderiam ter | teriam | fornecido para um e livro para terminar fazendo alguma massa sozinhos, precisamente dado que you poderia ter done it se você nunca decidiu . These dicas adicionalmente servido como a maioria das pessoas tenha o mesmo sonhos semelhante a my own para descobrir significativamente mais concernente este problema . Eu acredito há muitas mais agradáveis períodos up front para pessoas que analisou seu site
https://doity.com.br/quais-bandeiras-a-sumup-aceita
Daniel Dantes
26/05/2018 - 23h52
The magistrate Sérgio Moro has committed a crime against national security. Moro tapped a phone call between President Dilma and former President Lula without the High Court authorization. This is a crime in any democratic and civilized society. It’s a crime against fundamental law of the state, therefore, Moro should be in jail for committed crime against Brazil’s national security.
leandro
26/05/2018 - 21h27
E alguns insanos achando que o governo brasileiro não deve subsidiar nada, deixar o mercado de combustível totalmente livre. Não considero burrice. Acho que beira loucura mesmo.
Getulio Evangelista Neto
26/05/2018 - 21h04
Os neoliberalistas direitões mocotós sempre defenderam um estado mínimo para os pobres e trabalhadores e um Estado Máximo financiando e subsidiando empresas, perdoando dívidas do agronegócio, privatizando lucros e socializando imensos prejuízos …
Lourdes
27/05/2018 - 08h27
Concordo com você, Getúlio!
José Ferreira
26/05/2018 - 19h03
Sobre a greve, os caminhoneiros estão totalmente corretos.
Jurandir
26/05/2018 - 19h33
Oi? Você é bipolar, cara?
José Ferreira
26/05/2018 - 19h02
Que matéria insana, sem sentido e sem lógica.
Coisa de porra louca que não btem o que escrever.
Jurandir
26/05/2018 - 19h30
Vai ler os artigos e comentários no site “antagonista” ou “poder naval” (da “trilogia de defesa” – o paraíso dos bolsominions) que você vai entender esta situação da maneira que consegue e o que querem que você entenda. Depois fique macaqueando o que leu por ai, com a boca escancarada e babando de ódio, como um bom zumbi midiático.
JoAS
26/05/2018 - 18h43
O QUARTO PODER (caminhoneiros) ARRASOU com os OUTROS 3 (Executivo, Legislativo e Judiciário) em menos de 1 semana”..!
Lucas Prado
26/05/2018 - 17h24
Não é a classe média que sempre valorizou ter carro. Não é a classe média que sempre deu nenhuma importância aos trens, a malha ferroviária. Tá aí o resultado de se investir só na indústria automobilística.
Vejam outros países com dimensão continental se sucatearam sua malha ferroviária e investiram só no automóvel.
Brasileiro é igual papagaio só sabe repetir o que analistas e jornalistas dizem na TV ou escrevem no jornal.
Mesmo que essa greve acabe logo e vai acabar, o Brasil não tem plano B. Por que a indústria automobilista sempre fez e faz um grande loby junto ao congresso nacional e aos políticos. Por isso que a malha ferroviária só encolheu no decorrer dos anos.
Quer gostem ou não o pt tinha e tem um projeto para a indústria nacional. Mas muitos preferem pensar só no seu carro e em privatizar tudo.
Então, o jeito é acreditar nos formadores de opinião com seus bons empregos e nada de sufoco, é só furar o olho da boiada.
Tem um monte de briga na OMC por causa de subsídios e protecionismos de países ricos às suas industriais e a Petrobrás não pode proteger os brasileiros. Então, paga 5 reais no litro de gasosa e não reclama. Acredita igual patinho da fiesp que a gasolina vai baixar aqui qdo o dólar e o barril petróleo baixar. Isso já aconteceu no governo Temer e a gasolina não baixou no Brasil.
Se a política de combustíveis da Dilma era ruim para alguns, a do Pedro Parente é excelente para os países dessas petroleiros. E ainda o pior está por vir qdo todo o combustível da petrobras for refinado no exterior.
Segundo os formadores de opinião tá certo o Brasil só vende óleo cru e não refinar nada aqui, deixa para quem sabe fazer.
Qual política de energia é mais desastrosa para o Brasil a anterior ou a atual ?
Mauro Doria
26/05/2018 - 21h07
100% correto.
Ontem a malha ferroviária, hoje o plano de álcool combustível. Não existe política de longo prazo, os partidos não tem reflexões sobre o país a longo termo, tudo é definido a curto prazo ao sabor da corrupção. Na China o partido comunista faz este viés ideológico no país que é buscar definir seus objetivos como país que vem mesclado com interesses de curto prazo comerciais.
Ultra Mario
26/05/2018 - 22h57
Somos um país rodoviário a décadas. Não adianta ficar sonhando com o que podíamos ter enquanto deixamos o que já temos ser sucateado e vendido.
Lucas Candido
27/05/2018 - 13h44
O trumpf já mandou uma bela Banana pra esse negócio de globalização. O negócio dos Estados Unidos hoje é proteger as suas empresas a todo custo. Tanto que, já há relatos que em muitos países latinos, que o governo americano interferiu/interfere diretamente nos governos. Ou alguém acha que a Venezuela e a própria queda do governo anterior no Brasil foi por acaso?
leonardo-pe
26/05/2018 - 17h14
Pena que esse artigo seja discriminado. vão muitos dizer que isso é coisa de esquerdista imbecil. JÁ QUEBRARAM O BRASIL caros Amigos. para agradar os Estados Unidos. nosso destino será mesmo a falência e depois, a uma humilhação histórica.
euclides de oliveira pinto neto
26/05/2018 - 16h49
O Brasil está ajudando a fazer a “América Grande Outra Vez”, entregando suas reservas, refinarias e o lucro líquido para as multinacionais… crime de lesa-pátria… pena de morte…
Reginaldo Vieira Nascimento
26/05/2018 - 16h24
Já quê a merda tafeita senta encima
Jurandir
26/05/2018 - 15h30
Parabéns, Miguel! Finalmente, um artigo sensato e matador.
Vicente
26/05/2018 - 15h23
Estamos colhendo o estrago de 50 anos de manipulação da globo.
Um povo politicamente desorientado.
Espero que blogs como este consigam reparar um pouco desse estrago.
Stephan Deutsch
28/05/2018 - 15h40
Kkkkklkkkkk Globo aquela que recebia a maior verba de todas do PT kkkk
Nelson
26/05/2018 - 15h07
Com a palavra os liberais – pero no mucho -, adoradores empedernidos do capitalismo estadunidense, que sonham com o liberalismo lá praticado.
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Conforme nos informa Noam Chomsky, boa parte do orçamento militar é direcionado para subsídios a mega corporações dos EUA, para garantir assim que elas sigam ponteando o mundo em termos tecnológicos.
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Então, amigos liberais, o tão incensado liberalismo estadunidense é, sempre foi, bancado com muito subsídio estatal. Grande parte do retumbante sucesso de megacorporações como Microsoft, IBM e outras gigantes dos EUA nada tem a ver com dinamismo capitalista, mas, é alcançado graças aos impostos que o povo estadunidense paga e ao “esfolamento” de outros povos mundo afora.
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Acordem, liberais, desses seus sonhos irrealizáveis. Sem um Estado forte não há nação, não há capitalismo nacional. O que significa – para que existe? – um orçamento militar de US$ 1 bilhão anuais, se não para justamente negar o tal livre mercado, sustentando a farsa de que ele existe?
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O eminente economista estadunidense, que a que eu saiba não era de esquerda, John Kenneth Galbraith, já dizia: “tire-se o Estado da economia e o capitalismo não dura um dia sequer”.
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Liberal? Sim, liberal, mas sempre botando a boquinha, mamando na “vaca de divinas tetas” do orçamento público.
Érigobsb
31/05/2018 - 22h46
Não sou tabelião, mas assino e dou fé.
Silva
26/05/2018 - 12h34
Lula Livre !
Almir Bispo
26/05/2018 - 12h02
Comente aqui contra isso general lacaio