Por Pedro Breier
Pronto.
Com a ordem de prisão expedida contra Eduardo Azeredo, do PSDB, era mais do que previsível que os jornalistas patronais correriam a dizer que a Justiça brasileira é justa, justíssima.
Merval Pereira, o porta-voz dos Marinho, provavelmente sequer ficaou com a face rubra ao escrever que “O final do caso Azeredo retira do PT o mantra de que os tucanos são protegidos pela Justiça”.
Pausa para gargalhar.
Chega a ser constrangedor contra-argumentar uma tentativa tão patética de manipulação.
A atuação criminosa da Lava Jato, protegida e incentivada pela mídia familiar e pelos tribunais superiores, quase mudou o resultado da eleição de 2014; foi o combustível essencial para o golpe de 2016; e colocou na cadeia o maior líder popular do país sem provas para tirá-lo da eleição, apenas para ficar nas maiores violências antiesquerda e pró-conservadorismo cometidas por Moro e cia.
A determinação da prisão de um tucano que há muito tempo é inexpressivo politicamente, por crimes cometidos no longínquo ano de 1998 e cujo tempo entre a denúncia e o mandado de prisão foi de escandalosos 8 anos – no processo de Lula esse tempo foi de 1 ano e 3 meses – só pode ser considerada como prova da isenção da Justiça por quem está desesperado com o patente desmoronamento da narrativa lavajateira.
Na sua vã tentativa de legitimar o Judiciário brasileiro, Merval passa de relance pelo fato de que Lula lidera todas as pesquisas – o que demonstra a completa desmoralização da Justiça – e foca em irrelevâncias.
Só mesmo com monopólio de mídia um “jornalismo” desse naipe se mantém no ar.