Na última década, a Venezuela realizou 25 eleições, mais uma dúzia de referendos e plebiscitos. Todas elas, com pelo menos duas centenas de observadores internacionais e com matilhas de cães de guarda da mídia internacional a postos, prontas para acusar qualquer suspeita de fraude.
Nunca acharam nada.
Mas, como o chavismo vem, invariavelmente, ganhando todas, e os americanos ainda não conseguiram moldar um judiciário capaz de articular, na Venezuela, um golpe aos moldes do que foi feito no Brasil, a reeleição de Maduro reinstaurou a gritaria sobre essa ditadura de araque.
A desfaçatez chegou ao ponto de o governo Michel Temer, essa ópera bufa de 5% de aprovação, ter a cara de pau de acusar de ilegítimo um processo ao qual ele jamais se submeteu: as urnas.
E antes que alguém venha me dizer que Temer foi eleito na chapa de Dilma, eu recomendo, simplesmente, que nem comece com esse comportamento idiota.
Acreditar que o governo Temer – entreguista, antipopular e apoiado por movimentos fascistas – seja uma extensão do governo de Dilma, eleito por 55 milhões de brasileiros e brasileiras, é atestado de analfabetismo político, quando não de demência, pura e simples.