(Ciro Gomes e Flávio Dino no lançamento do movimento “Golpe Nunca Mais”, no Palácio dos Leões. Agosto de 2017. Fonte: Blog do Gilberto Lima).
Um “especialista” (as aspas não são pejorativas) publicou, no Poder 360, uma análise sobre as eleições de 2018 que despertou algumas fantasias na imaginação de meus amigos petistas.
Segundo a análise, de Alberto Carlos Almeida, o PT não vai apoiar Ciro, vai esticar a candidatura de Lula até as “últimas consequências” (a expressão é de outro amigo petista), mas aí, diz o analista, Lula não vai conseguir o registro e vai indicar alguém de dentro do PT, que será Haddad, Jaques Wagner ou Patrus Ananias.
E esse candidato tem grandes chances de ganhar.
O especialista esqueceu de completar o texto dizendo que todos serão felizes para sempre.
Na minha modestíssima opinião, trata-se de uma análise completamente furada. O pior, no entanto, não é isso: o pior é a sua superficialidade, ao tratar o futuro sem levar em conta inúmeros riscos, contradições e variáveis.
Minha crítica principal, no entanto, não é ao analista, que apenas traçou um cenário, e sim à falta de visão do PT em relação a diversos aspectos envolvidos aqui.
Quem será o candidato, afinal: Haddad, Jaques ou Patrus Ananias? Ou tanto faz? Com quais partidos o PT irá se coligar? Ou isso não faz diferença?
Quais os setores econômicos com os quais o PT vai se aliar: ou isso também não faz mais diferença para o PT?
Repare ainda que o analista dá de barato que Lula não será candidato. É como um jogo de cartas marcadas. O PT sabe que Lula não poderá ser candidato. Os analistas, incluindo aqueles que escrevem cenários favoráveis ao PT, também sabem. O eleitor já começa a saber. Mesmo assim, Lula é mantido candidato.
O PT tem de tomar muito cuidado com a forma como vai tratar os 32% de eleitores que votam em Lula, segundo as pesquisas de hoje. Tem de tratá-los com muito respeito, porque este é um eleitorado progressista, que não está votando em Bolsonaro, por exemplo. É um patrimônio que obviamente não pertence a Lula, e sim ao campo popular, que apoiou Lula e sua sucessora, que fez a luta contra o golpe, que faz oposição a Michel Temer, que luta pela liberdade de Lula, e que, ao insistir em marcar Lula nas pesquisas, protagoniza quase um ato de insubordinação ao establishment.
Neste sentido, Alberto está certo: Lula tornou-se o candidato anti-establishment. Aos 20% de eleitores cativos do PT, podem estar se somando mais uns 10% ou 15% de votos de protesto.
O Lula 2018 é completamente diferente do Lula 2002. Em 2002, Lula era um candidato que se reunia com os grandes empresários, que assinava a Carta aos Brasileiros, que prometia manter todos os contratos. Hoje, é um preso político, uma figura que representa a resistência, a revolta. Alguns falam em revolução. O maior cabo eleitoral de Lula hoje, e um das lideranças mais influentes deste petismo de guerra, nem é mais um dirigente petista, mas Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária, cujo grito de guerra é “Lula ou nada!”.
Essas são algumas características que explicam a “virada” ideológica do petismo: se antes tínhamos um partido pragmático, disposto a ampliar o arco de alianças, hoje o petismo fala em ir até as “ultimas consequências”, e apostam numa espécie de confronto final com o judiciário.
Eu vou tentar explicar aqui porque, na minha opinião, o PT está errado.
Eu também andava com a cabeça muito quente, falando em revolução, guerra civil, insurgência popular.
Quando prenderam Lula (há apenas um mês, mas parece que já faz um ano), fiquei perplexo, como milhões de brasileiros, com a violência política dessa direita midiática-judicial-bolsonárica.
Já desde um pouco antes da prisão de Lula, eu começara a reler Marx furiosamente. Curiosamente, foi um prefácio de Engels, no livro Luta de Classes na França, que me fez esfriar a cabeça e a voltar a pensar estrategicamente. Eu já mencionei esse prefácio num post (O golpe não será derrotado com barricadas) e não quero me repetir aqui.
O fato é que eu, como todo mundo, estava desesperado, confuso, pessimista.
O que vai acontecer com o Brasil? O judiciário e o ministério público estão enlouquecidos, eu pensava. Sergio Moro, por exemplo, está hoje em Nova York, bebendo champagne com João Doria, sem se preocupar com os 4 ou 5 milhões de empregos destruídos pela Lava Jato. E o massacre não pára. A Lava Jato já começou a destruir os serviços de transporte do Rio. Na ânsia de combater a corrupção, está simplesmente fechando as empresas do setor, que estão suspendendo linhas de ônibus, demitindo milhares de funcionários. Quem dá bola para isso? A Globo nem noticia! Os moradores do Rio estão ficando sem transporte, ou seja, tendo que andar mais, entrar em filas maiores, gastar com “uber”. A qualidade dos transportes coletivos que resistem, por sua vez, tem caído vertiginosamente. A linha 2 do metrô e o trem da Central estão assistindo a uma rápida deterioração. E quando os ricos começam a desconfiar que há possibilidade de haver revolta, eles enchem a cidade de militares armados até os dentes, cercam as comunidades com tanques de guerra, colocam soldados com fuzis para patrulhar a orla da zona sul, e vão dormir sossegados. Quer dizer, nem tão sossegados. Os tiroteios e a violência no Rio, ao contrário do que se planejava, aumentaram.
Três fatos sucessivos, então, me fizeram entender melhor a conjuntura e vislumbrar uma saída para a crise.
O primeiro foi uma série de artigos e entrevistas do professor Wanderley Guilherme dos Santos, acusando a esquerda brasileira, em especial as burocracias partidárias, de estarem perdendo a compostura.
A crítica me atingiu em cheio, porque eu entendi que ela estava direcionada, em parte ao menos, também a mim. O professor sempre demonstrou pouca paciência para os debates em torno da Lava Jato. Ele é cioso de seus conhecimentos em ciência política, em democracia, em filosofia, e nunca se sentiu totalmente à vontade, em seus textos, para elocubrações maiores sobre o “lawfare”, ou sobre o avanço da justiça sobre a política. Quer dizer, em seu último livro, A Democracia Impedida, ele faz a denúncia do uso político da justiça, volta ao caso da Ação Penal 470, mas não traz uma proposta, uma solução, uma saída. Mesmo sem falar nada, o professor tem um pouco de razão, porque a solução para “lawfare” não pode ser outra a não ser novas e consistentes vitórias eleitorais.
Eu me senti atingido porque eu vi que o professor tinha razão. Eu estava perdendo a compostura. O professor lembrava a lição número 1 da política: é preciso convencer, reunir apoios, e não apenas de seus iguais, da “militância”. Você tem de falar para quem pensa diferente de você. Não é xingando, portanto, o judiciário e o ministério público, que a gente vai conseguir melhorar a relação com o judiciário e o ministério público. Esta é a crítica de Wanderley Guilherme, e que somente Ciro Gomes parece ter entendido. Daí sua crítica, dele, Ciro Gomes, à estratégia do PT de produzir uma narrativa de confronto com o judiciário que se choca com outras narrativas: a de que foi o PT quem nomeou 9 dos 11 ministros do STF, e a de que pretende voltar a governar o país. Há um buraco nessa história, que só poderá ser resolvido com uma autocrítica: por que, cargas d’água, o PT nomeou os piores nomes possíveis para o STF? Eu não digo que são ruins apenas porque são contra Lula: eles são contra a constituição, contra a liberdade, contra a economia nacional! Por que? O PT vai ter de responder isso um dia, e esta é mais uma razão, conforme explicarei com mais detalhes daqui a pouco, pela qual o partido deve ter um gesto de humildade e construir uma aliança com o PDT: o que o permitirá ficar livre para se autocriticar e criticar os ministros do STF, sem que sua cabeça, no cargo da presidência, fique vulnerável a mais uma guilhotina.
E aí entramos no segundo fator: a série de votações, no STF, contra Lula. Os ministros do STF ainda fizeram um teatrinho num primeiro momento. Deram uns dias de liberdade para o ex-presidente, ao decidirem que o TRF4 deveria aguardar que os ministros concluíssem a votação sobre o habeas corpus preventivo de Lula. Quando enfim concluíram o voto, porém, negaram o habeas corpus de Lula. E aí o arremedo de força que o lulismo pareceu ter demonstrado no plenário ruiu de vez. Desde então, Lula só tem perdido. Como o PT pretende levar adiante a candidatura a presidência da república se não tem mais maioria no STF?
O terceiro fator é a entrada de Ciro Gomes. O ex-ministro de Lula assumiu um discurso coerente, dosando críticas corretas ao petismo e às suas estratégias, e ao mesmo tempo se posicionando, de maneira muito firme, no campo da centro-esquerda, ao defender a narrativa (muito importante para a esquerda e para o PT, em particular) de que houve um golpe de Estado, que Dilma era uma presidente extremamente honrada, que foi deposta por um bando de ladrões. Além disso, à diferença de Haddad, Jaques e Patrus, que não demonstram a mínima vontade de assumirem essa responsabilidade, Ciro quer ser presidente. A disposição para ser presidente, a vontade de assumir essa responsabilidade, é uma virtude muito importante num candidato.
O fato de não ter processos judiciais é muito importante para um candidato, sobretudo num momento em que a sociedade precisa de um Executivo forte, que faça o judiciário recuar, e dificilmente um presidente – ou quem ele indicar – condenado em duas instâncias, com várias investigações judiciais contra si, poderá enfrentar o judiciário, pela simples razão de que seus adversários o acusarão, o tempo inteiro, de estar agindo em interesse próprio. E os ministros do STF serão constrangidos facilmente a se posicionarem contra o presidente, sob o risco, aí real, de serem até mesmo impedidos pelo Senado.
Até pouco tempo, quem se gabava, a todo momento, de nunca ter sido acusado de nada, era ninguém menos que Lula, e falava isso mesmo sabendo que inúmeras lideranças petistas tinham sido vítimas de acusações vazias, frequentemente forjadas, e já eram, num amplo sentido, “presos políticos”.
O sonho petista de levar a candidatura de Lula até o último minuto, e, em seguida indicar um petista, é uma péssima ideia e vou explicar porque.
Ao manter Lula no páreo, o PT vai gastar todos os seus recursos políticos, humanos, até mesmo financeiros, para explicar aos eleitores que Lula é “inocente”. Quando seus adversários perceberem que esse é o ponto-fraco de Lula, eles vão jogar, por sua vez, todas as suas forças para provar que Lula é “culpado”. Incluindo aí toda a grande mídia. Se o PT se aliar ao PDT, a Ciro Gomes, a mídia e a direita terão de deixar Lula em paz e ir em busca dos defeitos dele, não de Lula. A situação jurídica de Lula, para obter um habeas corpus, ou mesmo uma absolvição, ficará muito mais fácil. Os ministros não ficarão tão preocupados de serem linchados na mídia, porque saberão que as feras estão ocupadas caçando outra presa.
A estratégia de indicar, em cima da hora, um outro petista, por sua vez, é um desrespeito ao processo democrático. O fato da justiça desrespeitar o processo democrático não justifica que o PT repita o procedimento. Um candidato a presidente da república, num momento como esse, tem de ser alguém que vença por seus próprios méritos, pois, em caso contrário, ele sofrerá com falta de legitimidade, e enfrentará dificuldades para lidar com o congresso nacional, a mídia e o judiciário. Será uma Dilma muito piorada, na medida em que a presidenta, quando assumiu o poder pela primeira vez, o PT já tinha se recuperado dos ataques jurídico-midiáticos do mensalão, estava energizada pela gestão super aprovada de Lula, e a Lava Jato ainda não existia.
Vamos falar dos nomes mais importantes (a inclusão de Patrus Ananias não tem sentido aqui): Haddad e Jaques Wagner. Ambos tem processos judiciais, e terão que lidar com o problema do lawfare (que é uma realidade política hoje no Brasil, não dá para fazer nenhum cálculo eleitoral ou análise de conjuntura sem levar em conta esse fator). Nenhum dos dois tem demonstrado, até aqui, a mínima disposição, energia, garra, para o embate político feroz. Numa coligação com o PDT, Haddad poderia assumir o ministério da Educação do governo Ciro, fazer um bom trabalho, concorrer novamente à prefeitura de São Paulo, em 2020, e ganhar. Jaques Wagner também. Podia coordenar a campanha de Rui Costa, assumir uma vaga no Senado, ajudar a dar sustentação ao governo federal e, eventualmente, concorrer ao governo da Bahia em 2022 (ou entregar o governo a um partido aliado).
O PT tem de pensar as eleições presidenciais de olho nos lances seguintes! Em primeiro lugar, a governança. Se o PT seguir sozinho em 2018, forçando uma vaga no segundo turno, criará atritos com uma centro-esquerda que já se reuniu em torno de Ciro Gomes, com o PDT, PSB e, possivelmente, o PCdoB. Esses atritos atrapalharão tanto o desenvolvimento da campanha de segundo turno quando a formação de uma base parlamentar sólida, orgânica, amiga. Com uma aliança com o PDT, o PT pode pensar em alianças de longo prazo, para prefeituras e estados em todo país, juntando a mesma base formada na campanha presidencial.
Essa é razão pela qual, aliás, há uma nítida divisão no PT hoje: enquanto os parlamentares, que dominam a burocracia partidária, querem uma chapa puro-sangue, com uma campanha centrada exclusivamente na figura de Lula, os governadores petistas, além de Flavio Dino, querem fazer aliança com Ciro Gomes. Já deixaram isso bem claro, apesar da tentativa da “militância” de abafar o assunto. Rui Costa, governador da Bahia, já se manifestou, e iniciou articulações neste sentido. Pimentel encontrou-se há pouco com Ciro Gomes e, bem mineiramente, também já iniciou articulações. Flavio Dino, sempre o mais direto e o mais corajoso, foi ao principal jornal do país, a Folha, anunciar sua vontade de fazer uma aliança com Ciro Gomes.
A quantidade de problemas que se resolveriam, numa aliança de centro-esquerda, envolvendo PDT, PSB, PCdoB, PT, além de todas as legendas fisiológicas que rapidamente seriam atraídas, é tão espetacular que ficará cada vez mais constrangedor para o PT não caminhar para essa solução.
Problemas que seriam resolvidos:
1) Lula. A pressão midiática, política, econômica, até mesmo fascista, sobre os ministros do STF seria imensamente aliviada, e o ex-presidente poderia sair da prisão. Temos aqui uma questão humanitária, mas também política importante. Lula precisa ser solto, porque sua prisão é injusta e cria um mal estar horrível na sociedade. Para ser solto, no entanto, será bem mais fácil se ele não for candidato nem apontar um “poste” qualquer para disputar as eleições em seu nome. Se não for solto antes das eleições, e acho que sim, que poderá ganhar liberdade antes, aí sim, poderá ser indultado por Ciro Gomes. Não sei se as pessoas já refletiram sobre isso, mas somente um presidente de outro partido, que não tenha sido “indicado” por Lula, que não seja do PT, terá condições políticas para indultar o presidente. Um presidente do PT não terá absolutamente nenhuma condição política de trabalhar em prol de Lula, porque isso seria inadequado do ponto-de-vista dos princípios republicanos.
2) Governança. O presidente eleito contaria com uma base aliada mais coesa, mais orgânica, mais unida. Sem gastar todos os seus recursos na campanha presidencial, o PT poderia concentrar fogo na ampliação de sua bancada parlamentar. E daí, pela luta parlamentar, o PT poderia fazer o que nunca fez enquanto exercia a presidência: trabalhar em prol de dar uma orientação mais progressista ao judiciário. Não tem tanto mistério. É só trabalhar firme e ter paciência: aprimorar os cursos de Direito, democratizar os concursos, pressionar o CNJ, aprovar leis anti-repressivas. O PT tem obrigação moral com a sociedade brasileira de desfazer todas as cagadas na área do Direito. Os principais mecanismos repressivos, protofascistas, que o Judiciário e o Ministério Publico conquistaram, nos últimos anos, e que se voltaram contra o PT e a esquerda, foram criados pelo PT: a Lei da Ficha Limpa, a delação premiada, a lei de organização criminosa, etc. Todas essas leis foram mal escritas, mal regulamentadas e estão sendo pessimamente conduzidas. O PT tem que ajudar o Brasil a corrigir isso.
3) Energização das campanhas majoritárias. As campanhas dos governadores petistas, sem o peso da luta de vida e morte, até as “últimas consequências”, do presidente Lula, vai ficar muito mais leve. Eles poderão voltar a conversar com partidos aliados, com setores econômicos, poderão falar de coisas relativas à vida dos cidadãos, ao invés de estarem presos à narrativa do mártir aprisionado nas masmorras de Sergio Moro. A presença de Lula será uma constante nas campanhas, mas como um padrinho, um conselheiro, uma grande liderança popular injustiçada. Com a questão Lula resolvida estrategicamente, a perseguição judicial aos governadores e suas campanhas poderia arrefecer, ou pelo menos não se unir narrativamente na questão judicial de Lula, que é o que os adversários de Rui Costa, Pimentel, Flavio Dino, tentarão fazer. Os governadores poderão usar a figura de Lula numa perspectiva mais pacifica, esperançosa: “Lula é nosso presidente, está sendo injustiçado hoje, mas vamos trabalhar para salvá-lo”, ao invés do discurso de hoje que é: “vamos enforcar todos os juízes com as tripas do último procurador!”
4) O problema “ideológico”, que produziu um debate estranho, desequilibrado, no país, seria encaminhado de maneira muito inteligente com uma chapa não encabeçada pelo PT. A direita hidrófoba ficaria um tanto desnorteada com o fato de ver o seu principal adversário, o PT, fora do alcance de seus tiros. Eles teriam que mirar em Ciro Gomes e no PDT, que tem uma estética infinitamente mais leve. O que leva petistas a hostilizarem Ciro é uma divergência puramente estética. Você não imagina Ciro Gomes ou seu entorno usando roupas vermelhas, por exemplo, como não imaginava Brizola (além do lenço vermelho), cujo “esquerdismo” era uma coisa muito mais cerebral, e objetivo, do que estética. O PT, fora de alcance dos tiros fascistas, poderia se reorganizar com mais tranquilidade, preparando-se para ampliar o número de prefeituras alcançadas em 2020.
Conclusão: é preciso que os governadores assumam a articulação da aliança entre PDT, PSB, PCdoB e PT. Eles tem responsabilidades diretas com o bem estar de milhões de eleitores, e não vão conseguir se reeleger, ou governar em seguida, se não consolidarem uma aliança ampla, estratégica, de longo prazo.